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Demissão provoca nova crise na base

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SECRETARIA - Ruy não desiste da mudançaAs nomeações e exonerações feitas pela governadora Wilma de Faria provocaram mais um conflito político. Depois da negativa da governadora em nomear o engenheiro Vital Nóbrega para a diretoria do Departamento de Estradas e Rodagens, ter deflagrado um abalo na aliança com o PMN, o foco da vez agora é a exoneração, ou a falta dela, na Secretaria Estadual de Saúde, o que torna ainda mais frágil a aliança com o PT.

O ponto que deflagrou a nova crise foi a portaria que o secretário estadual de Saúde, Ruy Pereira, fez sugerindo a substituição do médico infectologista Luiz Alberto Marinho na direção geral do Hospital Gizelda Trigueiro. Numa mesma portaria, Ruy fez várias sugestões de mudanças na equipe. Todas foram acatadas, com exceção da proposição de exoneração de Luiz Alberto. Alguns petistas já ameaçam deixar a base de apoio caso a governadora insista em manter o médico no cargo e, com isso, não seguir a sugestão do secretário de Saúde. “Não podemos apoiar um governo que dá cobertura a incompetentes”, destacou o vereador Fernando Lucena. Ele defendeu a exoneração de Luiz Alberto Marinho. “Como manter no cargo um diretor que deixou o Conselho Regional de Medicina interditar o pronto socorro?”, questionou o vereador.

O vereador também citou o caso de que no hospital faltou marcapasso e tensiômetro. “O diretor deixou faltar esse equipamento, mas no caixa do hospital ele tinha R$ 114 mil”, completou.  Fernando confirmou que a relação PT-PSB está abalada pelo ato da governadora, já que falta ela reconhecer “o trabalho do secretário de Saúde que economizou R$ 80 milhões na compra de medicamento e melhorou muito a saúde”.

No centro da discussão, o secretário estadual de Saúde, Ruy Pereira, tem um entendimento diferente do correligionário petista. “Não há crise. Não é a primeira vez que proponho uma mudança e a governadora não segue. Na Saúde o processo é dinâmico, são feitas exonerações e nomeações”, comentou.  Ele justificou que a mudança de Luiz Alberto Marinho foi necessária para uma adequação da equipe. “Ele não tem muito tempo. É um grande médico e muito ocupado”, comentou.

E para suprir essa necessidade de dedicação exclusiva ao Hospital Gizelda Trigueiro, a sugestão de Ruy Pereira foi a nomeação da médica Ivelize Castro, professora aposentada da Universidade Federal do  RN. Na mesma portaria que propôs esta mudança, Ruy Pereira também fez outras “sugestões”: no Hospital de Parnamirim ele trocou os diretores José Maria Caldas por Ruy Medeiros e Eli Aguiar por Deoclécio Marques. No Hospital Gizelda Trigueiro, além de Luiz Alberto, o secretário propôs a mudança de Edith Mara Pinheiro por Monique Pinheiro.

‘PT abandona o governo se houver aliança com o PFL’

þA deputada federal Fátima Bezerra (PT) disse ontem que o fim da “verticalização”, aprovada em primeiro turno na Câmara dos Deputados, em nada muda a posição do seu partido de deixar a base do governo, caso o PFL resolva fazer coligação com o PSB para as eleições deste ano.

“Não tem novidade, o PT sai do governo se o PFL apoiar a governadora Wilma de Faria”, afirmou a deputada, ontem à tarde, em entrevista do “Jornal do Dia”, da TV Ponta Negra. Segundo a deputada, a aliança preferencial do PT continua sendo com o PSB, como já acontece em nível nacional com a formação de um núcleo de apoio à reeleição do presidente Lula, incluindo o PC do B.

Como a maioria dos deputados do PT, a deputada Fátima Bezerra votou pela manutenção da “verticalização”, dispositivo que obriga os partidos a repetirem, nos estados, as coligações partidárias feitas em nível nacional. A deputada disse que o PFL era um dos partidos “mais desesperados” pelo fim da verticalização “por razões óbvias”, porque não tem um projeto nacional consistente. “O PFL é um eterno coadjuvante, está fazendo de tudo para indicar um candidato a vice-presidente de novo”, declarou a deputada, que não quis comentar a possibilidade do presidente estadual do PFL, senador José Agripino Maia, vir a ser indicado para compor a chapa com um candidato a presidente do PSDB. “Esse é um assunto da economia interna do PFL”, comentou a deputada.

Por fim, a deputada receia que dado o ambiente político, acabe influindo o meio jurídico quanto a revogação da chamada “verticalização”, a não ser que o STF (Supremo Tribunal Federal) julgue a questão à luz do aspecto constitucional, em que uma legislação aprovada num ano só passe a vigorar em outro.

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