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Demolidor: “Deus me presenteou”

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O corpo e a mente permanecem em forma e ele afirma que vai estar com a mesma disposição e saúde para trabalhar enquanto sua mente estiver funcionando. O condicionamento físico duela com as marcas de expressão, tentando desmentir ou talvez desvendar sua idade. Ele se chama Jorge Silva, mais conhecido como “o demolidor”.

O título deve-se às grandes vitórias que conquistou para cada equipe nas quais mostrou o domínio que tem com a bola nos campos de futebol. Ele prefere dizer que foi presenteado por Deus com esse dom.

Tudo começou aos 14 anos de idade, quando Jorge começou a jogar no Rio de Janeiro – RJ. Já havia perdido o pai, morava com sua mãe e seis irmãos e passavam por dificuldades financeiras; certo dia, Jorge foi convidado por um morador de seu bairro para ingressar no time de São Cristóvão – RJ e a partir daí sua carreira começou a decolar. Seu próximo passo foi no exterior. “O demolidor” jogou durante oito anos em um time de Portugal, no Náutico – PE e no ABC Futebol Clube numa época na qual o clube passava por um período de ascensão e estava jogando na 1ª divisão (entre os anos 1973 e 1982).

O título de “Demolidor” era utilizado apenas em campo, no momento em que ele derrubava as bases de seus adversários, pois fora do campo Jorge era um filho exemplar. “Durante o tempo em que fiquei afastado de minha família eu recebia apenas o “dinheiro do bicho”, que é a gíria que usamos para dar nome ao dinheiro extra que recebemos quando ganhamos um jogo. Meu salário nem chegava em minhas mãos, ia direto para minha mãe”, lembra ex-jogador.

A carreira do “demolidor”, como jogador, encerrou aos 37 anos. Distante dos campos, Jorge começou a passar por dificuldades financeiras. “A fase difícil se passou quando recebi um convite para treinar os pequenos atletas do ABC”, recorda.

Jorge atualmente continua dando aulas para um grupo de 70 alunos na escolinha de futebol do ABC (localizada no CEFET) e acaba de ser convidado para um projeto ainda mais ousado, que tem como meta quadruplicar esse número de pequenos atletas (passando a atender no Frasqueirão). O ex-jogador abcdista ficou muito feliz e deve toda essa sua alegria à carreira que conseguiu traçar durante toda sua vida.

“Faço meu trabalho com carinho, porque gosto do futebol”, revela o atleta. Jorge garante que nunca houve uma sequer confusão entre seus alunos. “Incentivo-os para que não briguem, principalmente por causa do futebol”, finaliza.

E assim, o “demolidor” continua com as travas de suas chuteiras fixas no campo, construindo sonhos e esperanças nessas crianças que têm no futebol a maior alegria de suas vidas, na bola a melhor amiga, amiga com a qual Jorge nunca deixou de brincar.

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