sexta-feira, 19 de abril, 2024
29.1 C
Natal
sexta-feira, 19 de abril, 2024

Deputados do Democratas ameaçam deixar o Partido

- Publicidade -

Belo Horizonte (AE) – Em seu reduto mais aecista, o DEM-MG vive uma crise interna, com ameaças de defecções. Pelo menos dois deputados estaduais – de uma bancada de quatro parlamentares – estão em rota de colisão com o presidente licenciado do DEM-MG e secretário de Estado de Transportes e Obras Públicas, Carlos Melles.  O grupo acusa Melles de utilizar o partido em benefício próprio e vai cobrar da direção nacional uma intervenção no diretório mineiro até a eleição da nova executiva estadual, em agosto. De acordo com integrantes do DEM-MG, a união em torno do projeto presidencial do senador Aécio Neves (PSDB-MG) explica o fato de os democratas no Estado ainda não terem contabilizado nenhuma baixa para o PSD, o novo partido que vem sendo capitaneado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.

Ontem, após um encontro com Aécio, o deputado estadual Gustavo Corrêa disse que decidiu  permanecer no DEM e não migrar para PSD. Corrêa – ex-secretário estadual de Esportes durante a gestão Aécio – se encontrou em Brasília com o senador tucano e com o presidente nacional do DEM, José Agripino (RN), para, segundo ele, conversas “objetivas”.

O deputado estadual vinha articulando sua saída e vislumbrava, inclusive, a possibilidade de presidir o PSD em Minas. Mas disse que foi convencido a permanecer após se reunir com Aécio. Conforme Corrêa, o senador indicou que irá se empenhar para resolver as rusgas e fortalecer o partido aliado.  “Precisava de uma palavra de conforto dele”, afirmou. “Percebi, claramente, tanto do Aécio quanto do José Agripino, a necessidade de juntar os cacos.”

Mas parte dos democratas de Minas permanece bastante insatisfeita com a condução do partido no Estado. Essa insatisfação é compartilhada também por integrantes da bancada federal, como o deputado Marcos Montes, secretário-geral do DEM.

Reeleito deputado federal no ano passado, Melles se licenciou da presidência do DEM-MG para assumir o cargo no primeiro escalão do governo Antonio Anastasia (PSDB) e indicou o sucessor: o deputado federal João Bittar. Para manter o comando da legenda em Minas, o secretário trabalha pela reeleição na convenção estadual. Melles já indicou que pretende se licenciar por alguns dias do cargo no Executivo e disputar novamente a presidência do DEM-MG, tendo como vice Bittar. Após eleito, ele retornaria à Secretaria, permitindo que o aliado retome a presidência do diretório.

“Estamos indo à Executiva Nacional para que ela tome providências”, disse o deputado estadual Gustavo Valadares. “Se nenhuma medida for tomada, aí vamos pensar em sair do partido.” Também ameaça deixar o DEM o deputado estadual Jayro Lessa.

Em Minas os democratas controlam quase 100 prefeituras e estão organizados com diretórios ou comissões provisórias em 813 municípios, segundo Bittar. Parte da revolta interna teria como justificativa a extinção de 346 diretórios municipais, que, conforme Bittar, não apresentaram a documentação necessária. Apenas 144 diretórios municipais foram recadastrados pela direção partidária no TRE. O DEM-MG possui outras 323 comissões provisórias em municípios mineiros. Em julho, haverá eleição em todos os diretórios municipais, com a indicação dos delegados que vão participar da eleição para a direção estadual.

Nomeação de Marco Maciel causa desconforto no DEM

Brasília (AE) – A nomeação do presidente do Conselho Político do DEM, o ex-vice presidente da República Marco Maciel, para cargos em conselhos de empresas da prefeitura de São Paulo causou desconforto dentro do DEM. Apesar de o presidente da legenda, José Agripino (RN), dizer não desconfiar da postura do colega, parlamentares do partido defendem uma pressão para forçar Maciel a escolher entre o DEM e o prefeito Gilberto Kassab, que deixou a legenda para fundar o PSD.

Marco Maciel receberá salário de R$ 12 mil para participar de uma reunião por mês dos conselhos da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e da São Paulo Turismo (SPTuris). O ex-vice-presidente é ligado ao grupo de Jorge Bornhausen, que na semana passada anunciou seu desligamento do DEM.

Bornhausen diz ter presenciado o convite de Kassab a Maciel. Segundo ele, a conversa aconteceu ainda em 2010, quando o prefeito estava no DEM. “Este convite não foi de ordem política. Foi feito a uma pessoa de vida pública exemplar, que foi presidente da Câmara, senador, governador, ministro e vice-presidente da República. Acho que é uma honra para os paulistanos ter uma pessoa da qualidade do senador Marco Maciel no conselho de uma empresa. Deveríamos é bater palmas pela escolha excelente que fez Kassab”.

Integrantes do DEM, no entanto, reagiram pedindo que a cúpula do partido pressione Maciel a decidir se ficará com o partido ou com Kassab. “Não dá para ficar com um pé em cada canoa. Ele tem que se decidir”, disse um parlamentar.

O presidente do partido afirma que a legenda não vai se manifestar sobre a nomeação de Maciel. Agripino conversou com o colega por telefone e disse confiar nele. “O DEM não vai se manifestar. Eu não tenho nenhuma desconfiança da postura política partidária do Marco Maciel. Quem vai falar sobre esse assunto é ele”.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas