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Derrapagem

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Vicente Serejo

coluna

Não surgiu agora o abismo sob os pés do governo ao tentar aprovar, com o apoio do Fórum dos Servidores, a ideia de isentar da contribuição previdenciária o equivalente a um salário mínimo e cobrar a partir daí. Os servidores abandonaram o plenário repetindo a mesma reação de algumas décadas, ao rejeitaram o pacto de decisão conjunta com o então governador Geraldo Melo sob a liderança de petistas representados hoje pela governadora Fátima Bezerra.  

Tudo começa quando a governadora, sem qualquer gesto ou palavra forte, deixou que sua bancada somasse seus votos à bancada liderada pelo presidente da Assembleia, Ezequiel Ferreira, derrotando a proposta de pelo menos estender o aumento de 16,38% ao valor de até três salários mínimos. E naquele mesmo plenário que aprovou a atualização dos valores da inflação dos grandes salários, o que levou o governo petista a cavar um abismo sob seus pés. 

Esta coluna tem alertado para a redução salarial que virá para os aposentados isentos, com até seis salários, os únicos a serem punidos. Além de ter sido negado o mesmo reajuste referente à inflação nos últimos quatro anos dado aos grandes salários, ainda terão a redução do valor líquido da aposentadoria, descontada a contribuição da previdência. O que vai alterar o cálculo do valor máximo de 30% dos empréstimos compulsórios, como um efeito colateral.

Sentindo o erro crasso cometido quando da primeira proposta, e diante da retirada dos servidores representantes do fórum, o governo fez uma nova proposta fixando a isenção em até a equivalência de 2,5 salários. Fazendo o que deveria ter sido feito antes, transferindo para os grandes salários e aposentadoras percentuais mais elevados para compensar os cálculos do valor total das contribuições. Nem assim os servidores aceitam o retrocesso contra os isentos.

A insegurança da governadora Fátima Bezerra ela mesma confessou quando não foi ao plenário da Assembleia e, pior, sob a pálida alegação de que era em sinal de respeito ao direito de manifestação. Não se poder afirmar que respeito é o novo nome do medo, mas não estava ali a líder sindical que no passado recente foi às ruas protestar em nome dos direitos dos trabalhadores. Ela sabia que sairia do Legislativo como a caricatura da ex-líder sindical.

O amadorismo na condução política deste episódio chegou ao ponto da estultice ao escalar para a comissão junto à Assembléia o secretário de segurança e ex-comandante da Polícia Militar, coronel Francisco Araújo. Para que sua presença dissuadisse ou amedrontasse os manifestantes? O PT do Palácio Potengi não é o PT das ruas? O Poder Legislativo, cercado de grades, teme o povo? O governo petista trocou o chão da rua pelo carpete do gabinete?

MÁRTIRES – A Prefeitura de São Gonçalo resolveu investir na infraestrutura e promoção do turismo religioso no Santuário dos Mártires. Como fez Santa Cruz com Santa Rita de Cássia.

ALIÁS – Tem sido com insistência, nesta coluna, o exemplo do então prefeito Tomba Farias, hoje deputado, a sua sacada com o Santuário de Santa Rita, hoje gerador de emprego e renda.

DIREITO – O Instituto Histórico e a OAB lançam este ano o segundo volume de entrevistas de advogados ao programa ‘Memória Viva’, da TV Universitária. Transcritas integralmente.

BAIACU – Aviso a todos, antes que seja tarde e enquanto arte a última chama de juventude: o ‘Baiacu na Vara’ neste carnaval completa trinta anos. Jogando alegria nas ruas da Redinha.

TOUROS – O novo lançamento do Sebo Vermelho é ‘Porto dos Touros’, o livro do jovem pesquisador Antônio Tenório contando a história religiosa da sua ‘Imperial Vila de Touros’.

GENIAL – Esta coluna nunca usa a expressão ‘genial’, mas desta vez cabe por inteiro ao belo texto metafórico de Ivan Maciel – ‘O ditador e o barbeiro’, na edição da TN, sábado passado.

INVEJA – Circunstanciou, lembrando que Roberto Alvin copiou Goebbels, e citou o discurso de Charles Chaplin no filme O Grande Ditador, como se fosse um Hitler do bem. Que inveja!

GRITO – Quem terá mais força nos ouvidos da governadora Fátima Bezerra: o grito forte dos poderosos contra o desconto maior nos seus salários ou o grito dos fracos punidos duas vezes?

RATOS – O prefeito Álvaro Dias, hoje empenhado, com acerto, em fazer de Natal um forte destino turístico, precisa conter o ímpeto desastrado de quem teve a idéia de alongar em mais um quilômetro o enrocamento lá da orla de Ponta Negra, o novo e gigantesco ninho de ratos.

GUABIRUS – Parece que não basta a quem pariu a idéia o exemplo que hoje degrada parte da enseada de Ponta Negra, infestada pelos ratos alimentados com o lixo e os restos de comida das barracas. Aumentar esse ninho só serve para ostentar o maior ninho de guabirus do Brasil.

RATAZANAS – Para enfrentar os nutridos guabirus e as gordas ratazanas a única solução é a engorda e, se o caso exigir, como parece, o sistema conhecido como ‘Lego’, com blocos de concreto. Técnica holandesa que mostra ser eficiente, menos caro e de uma fácil montagem. 

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