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Desafio gigantesco

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Itamar Ciríaco
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Uma das principais fontes de recursos dos clubes, segundo 10 de cada 10 diretorias é o sócio-torcedor. A vontade de ter a torcida como parceira é tanta que ganhou até espaço de patrocinador master em muitas camisas de times espalhados pelo País. No Rio Grande do Norte não seria diferente. ABC e América, clubes que se colocam como únicos com possibilidades econômicas de terem esses programas, têm, no entanto, desafios enormes e distâncias ainda maiores para percorrer antes de comemorarem um número de associados que seja realmente decisivo para a manutenção de suas contas no “verde”.

Em todos esse anos, me parece evidente, apesar de saber que posso estar errado (tenho humildade suficiente para assumir caso alguém me prove o contrário), que os planos de sócios dos dois maiores clubes potiguares só ganham força quando os estes conquistam alguma coisa, ou estão em vias de fazê-lo. Ou seja, vitória chegou, dinheiro entrou; derrota surgiu, prejuízo subiu.

Ora, mas é assim em todos os lugares, me dirão os menos observadores. Concordo, mas apenas em parte. Aqui, a dependência dos resultados em campo para aumentar associados chega próximo dos 80%. Em outros locais, essa sujeição e claro também a paixão, ocupam espaços semelhantes a dos benefícios recebidos por aqueles que tiram dos seus salários um quinhão para fazer parte de uma legião de associados de uma determinada agremiação.

Em outros clubes, a estrutura proporcionada aos torcedores atrai, torna vantajosa essa relação de sociedade, com menos dependência das derrotas ou vitórias. Os proponentes apresentam aos futuros associados uma carta de atrações que vão desde academias próprias bem montadas, piscinas, aulas de natação, bares, entre outros “mimos” dentro da própria instituição, o que aproxima ainda mais o torcedor. Digo isso porque não adianta apenas eu ter desconto em uma academia, muito melhor seria frequentar uma academia dentro do “meu clube”, levar meu filho para a piscina do “meu clube”, estaria transformando-o também em um futuro torcedor caso ainda não fosse..

E o pior, caros leitores, nossos clubes já tiveram sim, estruturas decentes para oferecer aos seus sócios. Quem não lembra do Clube América e suas piscinas, quadras, etc?. E a sede campestre do Alecrim, com uma área enorme e equipamentos para atração do público?. O ABC foi o clube que teve a menor dessas estruturas, mas ainda assim a possuía.

Daí vieram uma sequência de gestores que insistiram no discurso de que essas áreas serviam apenas para acumular prejuízos, em alguns casos. No caso de outros, como o Alecrim, o problema foi ainda maior e o clube perdeu devido a dívidas.

Contesto e muito a ideia de que essas áreas seriam dispendiosas para as agremiações. Cito como exemplos de sucesso a AABB e o Jiqui Country Club. Bem administradas por anos seguem firme e crescendo como instituições.

Além disso, no caso dos clubes, como venho afirmando, o lucro estaria associado a atratividade que a presença desses equipamentos teria numa campanha em busca de sócios-torcedores.

Para vocês terem uma ideia, o Internacional/RS, que já foi modelo nesta área, tem um plano de R$ 40,00 – o Sócio Campeão do Mundo, que dá direito a ingresso com no mínimo 50% de desconto; Preferência na compra de ingresso; Participação em promoções e sorteios do clube; Descontos na rede credenciada; Isenção ou desconto nos serviços do Beira-Rio: Museu, Visita Colorada e estacionamento; Direito a voto e a concorrer nas eleições do Clube; Descontos no Parque Gigante – Academia, Natação, Hidroginástica, Salão de Festas e Revista Impressa.

Vejam a quantidade de atividades disponibilizadas dentro do próprio Internacional. Não ´´e apenas dizer que o sócio terá desconto em uma infinidade de lojas. É trazer o associado para perto de você.

Aqui em Natal, podemos chamar o sócio-torcedor de “sócio-ingresso”. Esse é o carro chefe atrativo de todas as propostas e os clubes podem dizer que, na proposta do Inter, que citei, por exemplo, o associado tem direito apenas do desconto de 50% no ingresso. Aí entra uma outra parte do problema. Eu perguntaria. É melhor ter desconto de 50% no preço de um Corolla? Ou ter de graça uma bicicleta? Claro que a proporção não está correta, mas a possibilidade de você assistir a um grande jogo, com atletas de melhor nível técnico é muito maior no Beira-Rio que no Frasqueirão, ou na Arena das Dunas.

Nesse momento entraria a questão final. Mas e a paixão? Ah, a paixão. Essa parece que não tem sustentado o bolso dos nossos clubes porque, deixando de lado os momentos em que as grandes vitórias surgiram para ABC e América, somente a paixão não tem levado sequer o torcedor para as arquibancadas,, imaginem para as mesas de adesão aos planos de sócios-torcedores.

Lançamento
A Assessoria de Imprensa do ABC Futebol Clube informou que os novos planos para sócios-torcedores do Alvinegro serão apresentados logo no início da temporada 2018. O evento poderá acontecer junto com a apresentação do novo elenco do Alvinegro. No América, os planos para sócios-torcedores já estão sendo comercializados. As propostas foram apresentadas junto com os jogadores em evento realizado na sede social americana, na Rodrigues Alves.

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