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Desafios para o crescimento

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Alcyr Veras
Economista e professor universitário
    
O Brasil precisa, urgentemente, redesenhar o formato de sua economia para não perder a referência de sua identidade, como nação emergente. Há quinze anos, na condição de integrante do BRICS, estávamos em posição, lado a lado, com a Rússia. Hoje, estamos empatados com a África do Sul no final da fila, e inferiorizado em alguns itens, como desemprego e ensino fundamental.

Dispomos, realmente, de um alto potencial de crescimento econômico, mas tivemos (e ainda temos) governos de baixa estatura, quase nanicos, indolentes, iletrados em matéria de relações econômicas internacionais. Sem coragem para enfrentar desafios, e sem capacidade para empreender e atrair novos investimentos externos. Isso, nos leva a acreditar que a crise econômica brasileira (aprofundada sobretudo nos anos 2014 e 2015) foi causada por uma crise de competência. Durante esse período, o país esteve completamente à deriva, navegando a esmo, sem rumo, num oceano revolto. Não existia, sequer, um mínimo “Plano de navegação”, mesmo que o caminho para o porto não fosse o destino desejável dessa virtual viagem marítima. Reduzida a uma enfadonha rotina burocrática de despachos palacianos, vivia-se o governo de um balcão de varejo, sem saber qual seria o freguês do dia, e que preço pagaria.

O mundo moderno da era digital, da automação robótica e da inteligência artificial, exige que os países façam permanentemente o “dever de casa”, ou seja,  a reciclagem e atualização de suas economias para sobreviverem no complexo e competitivo mercado global. A indústria automobilística brasileira, quanto às inovações tecnológicas vai razoavelmente bem. Mas, no que concerne à indústria de transformação, de modo um geral, está atrasada.

Exemplos bem sucedidos de modernização industrial, durante períodos de tempo relativamente curtos são os países do Continente Asiático, principalmente a partir das décadas de oitenta e noventa. Mas, já nos anos setenta, Hong Kong havia eliminado todos os impostos, taxas e encargos sociais para atrair investimentos externos. Economicamente fechada, durante séculos, a China comunista de longas tradições, dogmas, rituais, passou, da monocultura artesanal do arroz para a ocidentalização capitalista industrial. Costuma-se dizer, em tom de humor irônico, que foram as multinacionais COCA-COLA e Mc DONALD, instaladas em território chinês, que ensinaram os asiáticos a consumirem.

O ultraditador e chefe supremo Mao Tsé-Tung, cometeu atrocidades, e comandou a hermética China, com mão de ferro, durante 27 anos.  Após sua morte, o novo governo, que se instalou, rompeu com o rígido princípio da propriedade estatal dos meios de produção, anunciou um gigantesco programa de privatizações, e modernizou a agricultura, a indústria, a ciência e a tecnologia.

Nos últimos anos, a economia chinesa foi a que mais cresceu em todo o planeta. Sua taxa de crescimento anual é de 7.1% e seu atual PIB está estimado em 11.5 trilhões de dólares, superior à soma de todos os países da América Latina.

Completando a lista asiática estão países como a Coréia do Sul, cuja taxa de crescimento é da ordem de 3.2%; Dubai com 6.9%; Cingapura  3.6%; e Taiwan em torno de 5.2%.  Enquanto isso, o Brasil apresentou uma raquítica e vexatória taxa de crescimento inferior a 1%.

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