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Desgaste preocupa o Planalto

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IMAGEM - Lula teme mais o caseiro do que a CPI dos CorreiosBrasília (AE) – Apesar do estardalhaço em torno da divulgação do relatório da CPI dos Correios e dos estragos que a oposição prometia com ele, no Palácio do Planalto, ontem, a verdadeira preocupação era com os prejuízos à imagem do governo e à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que o caseiro Francenildo Costa trouxe ao desmentir Antonio Palocci, que levou à demissão do ministro da Fazenda e do presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Matoso.

Auxiliares do presidente estão convencidos de que os efeitos do mensalão, denunciado pelo ex-deputado Roberto Jefferson, já foram absorvidos pela população, mas a imagem do caseiro tendo o seu sigilo bancário violado por ter enfrentado o ministro da Fazenda é considerada “muito grave” e “fatal” para a imagem do governo. O Palácio do Planalto está aguardando para os próximos dias novas pesquisas mostrando o tamanho do estrago das denúncias. “O desgaste será muito grande”, reconhecem interlocutores do presidente Lula, que só pretendem fazer uma avaliação mais detalhada das conseqüências das denúncias depois de verem os novos números, para saber qual a extensão do prejuízo.

No caso do relatório da CPI, de acordo com interlocutores do Planalto, o governo não estava demasiadamente preocupado com o texto apresentado porque ele tinha sido quase que completamente negociado. Existiam poucos pontos em desacordo, mas passíveis de entendimento. O problema que estava sendo considerado mais grave era a sugestão de indiciar Gushiken por corrupção. “Isso será negociado”, comentou um assessor palaciano.

Relatório conclui que José Dirceu idealizou o esquema

Brasília (AE) –  O relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito  (CPI) dos Correios foi contundente quanto à participação do ex-deputado José  Dirceu (PT-SP) no esquema do “mensalão”. “O ex-ministro José Dirceu desponta  como o grande idealizador desse esquema de corrupção, destinado a garantir uma  base de apoio ao governo na Câmara dos Deputados”, disse o relator da CPI dos  Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR).

“O então ministro estava a par de todos os acontecimentos e coordenava as decisões,  junto com a diretoria do PT. Isso fica evidente no depoimento da sócia do empresário  Marcos Valério (Fernandes de Souza), Renilda Santiago, que declarou à CPI, no  dia 25 de julho de 2005, que Valério tinha lhe dito que Dirceu sabia dos empréstimos”,  disse.

Serraglio lembrou que ele teve fundamental participação na indicação de dirigentes  de fundos de pensão. Como a do ex-diretor-financeiro da Companhia Estadual de  Águas e Esgotos (Cedae) do Rio Arlindo Magno. A Cedae é patrocinadora da Prece  – Previdência Complementar.

No relatório, Serraglio lembrou que o empresário Marcos Valério atuou como prestador de serviços de Delúbio Soares. “Mostrou o conluio entre um dirigente partidário e um empresário arrivista e a maneira com que desenvolveram um esquema de corrupção do sistema político que ganhou proporções milionárias nutrido pela proximidade com o poder”.

“Pouco a pouco o cinismo ruiu de maneira contundente, contraditado pelos depoimentos, pela documentação fraudulentas, pelas fatos, pelas descobertas desta CPI e de outros órgãos da administração pública. Descobriu-se que o pacto contou com a participação dos bancos BMG e Rural, que concorreram para a montagem desta farsa agora desmascarada”.

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