Manila – Autoridades afirmaram ontem que o deslizamento de terra que soterrou o vilarejo rural de Guinsaugon, na Província de Leyte, no leste das Filipinas, deixou cerca de 1.800 mortos. Equipes de resgate prosseguem com as buscas por sobreviventes no povoado, que fica 670 km ao sul da capital Manila. Apenas 57 pessoas foram resgatadas com vida até o momento. Ao menos 55 corpos já foram encontrados.
Dois navios americanos e mil marines foram enviados à região, onde outros 11 vilarejos foram esvaziados após o soterramento.
Segundo as equipes, são poucas as chances de encontrar sobreviventes na grande quantidade de lama – que chega a 10 metros em alguns locais. “Não encontramos ninguém vivo hoje, apenas mortos”, afirmou Joselito Rabi, que ajuda nos trabalhos de resgate. Os esforços estão concentrados na região onde se localizava uma escola primária, onde cerca de 250 alunos e professores realizavam uma festa de aniversário no momento do deslizamento. Sessenta soldados foram enviados ao local na manhã deste sábado, mas não encontraram corpos.
As buscas são dificultadas pelas chuvas fortes que atingiram ontem as Filipinas e pelo risco de que os 752 soldados, bombeiros e voluntários pudessem ser cobertos pela grande quantidade de lama.
A situação é tão grave que muitos voluntários foram impedidos de chegar à área. Helicópteros foram proibidos de voar muito próximos à região devido ao risco de causarem novos deslizamentos de terra. Sobreviventes não conseguem vislumbrar onde as casas estão localizadas. “É difícil perceber onde ficam as casas”, afirmou Eunerio Bagaipo, 42, que perdeu dois irmãos e quase 20 sobrinhos na tragédia. “Não há nada aqui, apenas lama.” Segundo o tenente Raul Farnacio, que comanda as operações militares de resgate, os soldados só escavam a lama quando percebem evidências claras de corpos.
