São Paulo – Resultados preliminares da pesquisa Chamada Nutricional, feita pela Faculdade de Saúde Pública (FSP) da Universidade de São Paulo, revelam queda no número de crianças com menos de 5 anos com carência nutricional nas regiões do semi-árido nordestino e no norte de Minas Gerais. A pesquisa avaliou mais de 17 mil crianças em 307 municípios, durante a campanha de vacinação de 2005. Foram considerados peso, altura e dados sobre a alimentação das crianças.
Entre 1996 e o ano passado, o porcentual de desnutrição crônica e déficit de crescimento na população infantil que faz três refeições diárias caiu de 17,9% para 6,6%. Entre os que não vão à mesa nem mesmo três vezes por dia (o equivalente a 10% das famílias inscritas em programas de transferência de renda do governo), o índice atual é de 16,4% de desnutridos.
Carlos Augusto Monteiro,professor da FSP e coordenador do projeto, credita a redução no número de crianças com problemas nutricionais aos programas sociais. “A política de transferência de renda foi um passo importante”, avaliou. Em março deste ano, R$ 284 milhões foram destinados ao Bolsa Família no Nordeste. Na região, o programa atende 82% da população com renda per capita de até R$ 100.
A queda da desnutrição acentuou-se nos últimos 30 anos no Brasil. Segundo dados da Pesquisa Nacional sobre Demografia e Saúde (PNDS), em meados da década de 70 esse índice era de 47,5% na zona rural nordestina. Em 1989, caiu para 27,3%, chegando a 17,9% em 1996.