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Detalhes de como funcionava o esquema

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O esquema de desvios que, de acordo com o MPF e as delações, beneficiaria João Maia tinha parâmetros definidos. No processo a que a TN teve acesso, foram transcritos diversos meios para a distribuição da propina.

#SAIBAMAIS#1. Inicialmente, a propina a ser distribuída ao grupo representava 1,5% do valor total dos contratos conseguidos através dos direcionamentos das licitações. Posteriormente, o valor subiu para 4% do valor total das obras, chegando a até 6%. Segundo o MPF, João Maia ficava com 70% do valor referente às propinas; Gledson Maia com 15% e Fernando Rocha com os demais 15%. Além disso, um familiar do ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento recebia  R$ 15 mil, mensais.

2. Os valores pagos pelas empreiteiras eram recolhidos e repassados a pessoas da confiança do ex-deputado João Maia, inclusive parentes, e até registradas em um caderno de anotações. O dinheiro era entregue em diferentes lugares — shopping, em Natal, posto de gasolina, e imóveis no Rio de Janeiro e na capital potiguar.

3. No período de campanha eleitoral, uma dessas pessoas da confiança de João Maia era incumbida de receber os valores da propina. Em situação narrada pelo sobrinho do ex-parlamentar,  Gledson Maia, esse então assessor teria recebido R$ 300 mil, valor pago pelo proprietário de uma pedreira, e repassado o dinheiro a João Maia em um posto de gasolina localizado na saída de Macaíba, na Grande Natal. Em outras duas situações, Gledson disse ter recebido do empregado de um consórcio valores em espécie pagos em um flat de propriedade do ex-deputado. Em outra situação, o sobrinho de João Maia teria recebido o dinheiro de um representante da empresa, na frente de outra pessoa na praça de alimentação de shopping em Natal.

4. Em algumas situações, as propinas foram pagas por meio de transferência bancária, com conta de Gledson Maia utilizada a partir de abril de 2010 para recebimento de valores em favor do ex-parlamentar. Os valores eram variáveis, mas em uma dessas transações uma empresa de sinalização teria repassado R$ 200 mil. Ainda de acordo com os delatores, antes das eleições de 2010, o irmão de um desses “arrecadadores” das propinas teria sacado R$ 300 mil em uma agência na avenida Rio Branco, em Natal, apesar de uma greve dos bancários em curso. O valor teria sido retirado do banco em meiões grandes. O ex-deputado também teria recebido “a título de ajuda política”  R$ 253 mil em espécie na própria residência, em Brasília, de representantes de uma empresa que atua no ramo de pavimentação e terraplanagem, investigada na Via Ápia.

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