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DHPP investiga mortes em confrontos

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A Polícia Civil investiga as ações denominadas “típicas de Estado”, como “qualquer outro homicídio”, segundo o coordenador da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Marcos Vinícius dos Santos. O delegado explica que o procedimento, nestes casos, segue as mesmas etapas dos homicídios, onde testemunhas são chamadas a depor, provas são colhidas e, em alguns casos, a arma usada pelo policial é apreendida para análise balística e um inquérito é aberto.
Delegado Marcus Vinicius (DHPP) disse que, por imagens que a polícia teve acesso, o Cabo entrou em luta corporal com o assaltante
Delegado Marcos Vinícius diz que não há distinção nas investigações

#SAIBAMAIS#O delegado explica que quando é registrada uma ação típica de Estado, o policial responsável é chamado para depor, assim como possíveis testemunhas da ação. “Apuramos como qualquer outro crime. Se chegarmos a conclusão que houve algo errado ou um abuso, o policial responsável é indiciado pelo crime”, explicou . Dois fatores são preponderantes para o aumento de 114% em mortes por ação típica de Estado de 2016 para 2018,  segundo o assessor de Comunicação da Polícia Militar, tenente-coronel Eduardo Franco, que admite a maior quantidade de mortes por esse tipo de conduta.

A primeira justificativa, de acordo com a PM, é de como estão ocorrendo as ações dos suspeitos com as instituições de segurança pública.  A segunda razão é o amplo acesso que criminosos tem a armas de calibres restritos, apesar do aumento de apreensões. “O bandido está indo confrontar policiais e isso é um fato”, disse Eduardo Franco.

“Trabalhamos a questão do uso progressivo de força.  Quando se trata especificamente de confronto armado, o revide se faz com outra arma de fogo.  Está acontecendo letalidade em decorrência disso”, esclareceu.  O “Método Giraldi”, ou seja, que prepara o homem ou a mulher para defender a vida, segundo ele, é adotado pela polícia do RN, “mas algumas situações fogem dessa possibilidade”, esclareceu.  “A polícia vem apreendendo cada vez mais arma de fogo. Mas alguns bandidos entram em confronto munidos até de colete balístico. Em certas situações tem que fazer o uso da força.

Qual a sua opinião sobre o aumento de mortes em função da troca de tiros entre polícia e suspeitos?

Jacy Cavalcanti, professora aposentada da UFRN
Jacy Cavalcanti, professora aposentada da UFRN
Fico preocupada com o futuro dos adolescentes. Muitos se vendem para o tráfico por não terem uma perspectiva de vida. Nenhuma criança nasce bandido, ela se torna. Eu fui vítima de um assalto, mas eu tenho consciência de que ele também é vítima. A solução não é a polícia fazer truculência, o estado tem que rever o papel dele. O que resta para os jovens é o aqui é o agora.  É tão dito que crianças são o futuro do Brasil.

Valéria Karla evangelista, 20 anos, estudante universitária
Valéria Karla evangelista, 20 anos, estudante universitária
“Eu acho que depende do caso. Em alguns, os ‘bandidos’ recebem a polícia a tiros. Mas existem casos, como no Rio de Janeiro, em que a polícia é bem bruta e não pensa nas pessoas que moram naquele lugar. Sinceramente, eles poderiam pensar em outras táticas para fazer essas intervenções, pensando nos moradores que estão lá. A polícia poderia usar mais a inteligência do que a força”.

Hamilton Alves da Silva, 22 anos, estudante universitário
Hamilton Alves da Silva, 22 anos, estudante universitário
A polícia às vezes chega atirando ou querendo mostrar poder, sendo que não necessariamente precisa ser assim. Às vezes é necessário revidar porque os bandidos tem armamentos mais pesados que dos policiais, alguns são do mesmo tipo como fuzil. A polícia tem que fazer uma estratégia melhor, que não é não medindo força com bandido.

Paulo da Silva, 42 anos, autônomo
Paulo da Silva, 42 anos, autônomo 
“Acho que cada caso é um caso. Um exemplo é quando a polícia vai fazer busca e apreensão, muita gente passa o esquema e o bandido chega atirando. Nesse caso está correto revidar. Em alguns casos não. A polícia deveria usar mais da inteligência. Quando dá um passo para trás deixa de fazer fazer muita coisa errada”.

Números

656 homicídios foram registrados no RN de de 1º de janeiro de 2018 a 20 de abril
45 ações típicas de Estado foram registradas em 2018
141% maior do que o mesmo período de 2016, quando ocorreram 21 mortes do tipo

43 são atribuídas a policiais militares
1 a Polícia Civil
1 a Força Nacional
75 ações típicas de Estado ocorreram em 2016
114 ações típicas de estado foram registradas em 2017

Ação típica de Estado por bairro de Natal em 2018

Zona Oeste
4 em Bom Pastor
1 nas Quintas

Zona Norte
3 em Lagoa Azul
3 Pajuçara
1 em Igapó
1 em Nossa Senhora da Apresentação

Zona Leste
5 em Mãe Luiza
1 na Praia do Meio

Zona Sul
1 em Nova Descoberta

20 ações típicas do Estado ocorreram em Natal este ano

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