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Dia de luta une servidores e o MST

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PARALISAÇÃO - Integrantes do MST percorreram várias ruas da cidade ontem

Hoje, 17 de abril, é o dia nacional de luta dos servidores públicos federais e também do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). Em razão da data, servidores federais em todas as áreas vão parar por 24 horas para ir às ruas chamar a atenção da sociedade para a campanha salarial 2007 e outras reivindicações mais específicas. No RN, as entidades organizaram uma programação conjunta, inclusive com a participação de integrantes do MST no Estado.     

Cerca de 400 sem terra — segundo a contagem de um dos coordenadores do movimento — acamparam ontem à tarde próximo ao ginásio Machadinho, depois de marcharem por algumas das principais avenidas da cidade. Hoje, eles se encontram com os servidores públicos federais, que estarão concentrados em frente ao Centro de Educação Federal Tecnológico (Cefet) a partir das 8h.

Da concentração, os manifestantes seguem em passeata pela avenida Salgado Filho até à sede do INSS, na rua Apodi, Cidade Alta. Lá, promovem ato público. Entre as entidades responsáveis pelo movimento, estão o Sindicato dos Trabalhadores Federais em Previdência, Saúde e Trabalho do RN (Sindprevs), o Sindicato Estadual dos Trabalhadores em Educação do Ensino Superior (Sintest) e o Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal no Estado do Rio Grande do Norte (Sintsef).

A assessora de comunicação social do Sindprevs, Lívia Cavalcanti, explicou que as entidades estão unidas em torno de um eixo geral, que é a campanha salarial 2007, embora cada uma tenha sua pauta específica. Os docentes e técnicos do Cefet, por exemplo, realizam às 14h, no auditório da escola, um debate para discutir a transformação dos Cefets em Ifets (Instituições Federais de Educação Tecnológica). 

Já a campanha geral busca uma política que valorize o vencimento básico, a recomposição salarial de 1995 a 2006, correções das distorções existentes nas carreiras, isonomia salarial com definição de um piso para todos os servidores, data-base em 1º de maio, direito à negociação coletiva e paridade entre ativos, pensionistas e aposentados, e ainda a retirada da Lei Complementar 01/2007, que limita os gastos com os servidores públicos federais.

O dia 17 de abril foi escolhido como Dia Nacional de Luta dos servidores públicos federais em plenária nacional realizada no dia 15 de março, em Brasília.

Sem Terra se concentram no conjunto Pq. dos Coqueiros

Os trabalhadores sem terra que vão se juntar aos servidores públicos federais na mobilização de hoje são, em sua maioria, da região do Mato Grande. Outras famílias vieram da região do Potengi. Uma parte está assentada, enquanto outra permanece acampada, esperando que o governo federal, por meio do Incra, desaproprie novas terras.

Os integrantes do movimento se concentraram à tarde no conjunto Parque dos Coqueiros, zona Norte, e marcharam por algumas das principais avenidas da cidade até o ginásio Machadinho, ficando lá acampados. Os manifestantes foram acompanhados em todo o trajeto por policiais de trânsito, mas isso não impediu que um engarrafamento se formasse na ponte de Igapó.

Hoje chegarão mais sem terra, para participar do Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária —17 de abril. Geraldo Zacarias, um dos coordenadores do MST no RN, contou somente ontem 400 pessoas. De acordo com ele, a mobilização faz parte do calendário de lutas do MST.

Nesse dia, os sem terra em todo o Brasil cobrarão do governo a desapropriação de terras e também infra-estrutura para aquelas que já foram assentadas. “O governo não está tendo peito para acabar com os latifúndios”, diz Zacarias. 

Massacre de Eldorado

Em 17 de abril de 1996, dezenove trabalhadores rurais sem terra foram assassinados por policiais militares no chamado massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará. Em homenagem aos mortos na chacina, a Via Campesina (organização internacional que reúne centenas de movimentos sociais, inclusive o MST) declarou o 17 de abril como o Dia Internacional da Luta Camponesa. Em 2002, o governo brasileiro assinou um decreto – de autoria da então senadora Marina Silva – estabelecendo a data como Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária.

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