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Diário do Avoante: Motivo de festa

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Nelson Mattos Filho – Velejador
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A regata Recife – Fernando de Noronha – REFENO 2006, foi marcada pelo pouco vento e o mar liso, mar de almirante. A maioria dos barcos teve tempo de singradura maior em comparação com as edições anteriores. Em compensação, nenhum barco apresentou problemas, todos chegaram ao arquipélago em segurança, com os tripulantes bem dispostos.

Os ilhéus recebem a regata com muito carinho, alegria e festa. A regata é considerada a maior festa da ilha, enchendo pousadas, restaurantes e bares. As ruas e praias ficam repletas de velejadores que se espalham pela ilha em caminhadas e visita aos pontos mais famosos, como Morro do Pico, Morro Dois Irmãos, Cacimba do Padre, Praia do Cachorro, Baia de Sueste, Praia da Conceição, Vila dos Remédios, Fortaleza de Nossa Senhora dos Remédios, Forte de São Pedro do Boldró e Baia dos Golfinhos.

Tudo é motivo para festa e comemoração. Afinal o percurso de 300 milhas náuticas até Noronha e sem nenhum problema a bordo é um prêmio para qualquer velejador.

A velejada foi super tranqüila, mas a ancoragem este ano não estava muito confortável. No dia 25 entrou vento sul com muita intensidade, que se estendeu por toda a semana, fazendo que as ondulações no porto ficassem elevadas. Alguns barcos arrastaram âncora e outros tiveram os cabos partidos. O mar de Noronha, sempre muito transparente, este ano estava com suas águas turvas. Os que queriam mergulhar tiveram que se contentar em curtir o visual das ondas que quebravam na praia, fazendo a alegria dos surfistas. Mas nem isso tirou o brilho da festa nem o ânimo dos tripulantes.

Como nos anos anteriores, novamente tomamos conta da casa dos amigos, Carlinhos e Lourdes, que sempre nos recebem com muito carinho.  A casa fica em frente ao porto, local muito agradável e aconchegante e palco de varias peixadas, churrascos e cervejadas.

Fernando de Noronha é um lugar especial, a exuberância da natureza nos transporta por paisagens fascinantes e sempre nos deparamos com belezas naturais ou animais que encantam.

O Arquipélago é uma Área de Preservação Ambiental – APA, denominada de Distrito Estadual de Fernando de Noronha. 70% da área é um Parque Nacional Marinho, fiscalizado pelo PARNAMAR/IBAMA.

A população vem de todos os estados brasileiros e de outros países. Muitos descendentes de presos, remetidos para a Ilha entre 1737 e 1938, presos políticos, entre 1938 e 1942, militares que comandaram a ilha entre 1942 e 1988, pessoas que foram prestar algum serviço e ficaram, turistas que se encantam e não voltam. Essas pessoas são os ilhéus, que moram e trabalham no arquipélago.

A ilha dispõe de serviços básicos para a população. Um hospital para atendimento de emergência, policiamento, aeroporto, TV local, que transmite programação nacional, radio FM, água coletada das chuvas e poços artesianos, energia, fornecida por gerador e aerogeradores, telefones fixos e celulares, agência dos Correios e Telégrafos, uma agência bancária e dois supermercados.

Apesar da pouca infra-estrutura, Fernando de Noronha, encanta a todos. Para nós que participamos anualmente da regata e esperamos ansiosos chegar a esse paraíso da natureza, a pequena estrutura é facilmente absorvida. Todos os barcos são abastecidos no continente para não precisarem das reservas de água e alimentação da ilha. Alguns velejadores médicos fazem trabalhos voluntários no hospital e profissionais de outras áreas também contribuem com seus conhecimentos profissionais e técnicos. A interação entre velejadores e população é muito grande e salutar.

As grandes estrelas são os golfinhos rotadores, aves marinha, fauna marinha e a natureza.

O Arquipélago tem origem vulcânica há mais de 12 milhões de anos, fruto de erupções de uma cadeia de montanhas submersas chamada de Meso-Atlântica, localizada a 4000 metros de profundidade e 60 km de diâmetro.

O clima é quente, com temperatura média de 26º centígrados, com duas estações: chuvosa, que vai de março a agosto e estiagem, de setembro a fevereiro.

Isto é Fernando de Noronha, outro lugar mágico e com muito charme, que encanta turista de todo o mundo e que nós, velejadores, visitamos anualmente na REFENO, como prêmio para nossa alma de amantes da vela e paixão pelo mar, esse mundo cheio de enigmas que desafia o homem há milhares de anos.  

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