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Dias de luta

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Leonardo Erys – Repórter

Você sabia que em Natal existe atletas que treinam a Luta Olímpica?  E os bons resultados no esporte já começaram a aparecer para os competidores potiguares. No início do mês de dezembro, o Rio Grande do Norte conquistou duas medalhas de bronze na Copa Brasil Internacional de Luta Olímpica, realizada no Rio de Janeiro, e mais dois quintos lugares. O resultado é considerado satisfatório pelo presidente da Federação de Lutas Olímpicas do RN, Carlos Alexandre dos Santos, já que atualmente o Estado conta com cerca de 20 atletas na modalidade. “O Brasil ainda está engatinhando no esporte”, disse.
A Luta Olímpica tenta conquistar seu espaço entre as modalidades no Rio Grande do Norte
A luta olímpica se divide em duas categorias: a luta greco-romana e a luta livre. Presente desde 1896 nos Jogos Olímpicos, atualmente o esporte oferece 72 medalhas com a divisão de pesos e categorias.

O presidente da Federação considera que o nível do esporte evoluiu no RN nos anos mais recentes. “É o Estado promissor da luta greco-romana”, garante. Para dar continuidade no projeto e melhorar os resultados, a federação investiu em uma espécie de “intercâmbio”: o lutador cazaquistanês Manarbek Bolat, ouro na Copa Brasil Internacional, já está em Natal e ficará por cerca de três meses treinando com os atletas potiguares. “É um projeto único no Brasil, uma iniciativa nossa. O nosso objetivo é capacitar novos treinadores e difundir a modalidade”, explicou Carlos Alexandre. No próximo mês, mais dois atletas reconhecidos no cenário mundial do esporte estarão em Natal para participar dos treinos.

Crescimento

Com o crescimento da modalidade no Rio Grande do Norte, o esporte foi incluído nos Jogos Escolares do Rio Grande do Norte (Jerns) para 2013, além de entrar no projeto “Mais Educação”, do Governo. O próximo passo é a criação do Campeonato Estadual, que também deverá ocorrer em 2013.
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O Governo Federal também anunciou o investimento para a compra do material necessário para o esporte no Brasil. Desse material, o Rio Grande do Norte receberá três tapetes olímpicos, segundo  explicou o presidente da Federação. Carlos Alexandre Santos acredita que o país ganhará força na modalidade nos próximos anos. “A luta olímpica rende 72 medalhas nas Olimpíadas e isso tem atraído”, diz. Sobre os atletas do Rio Grande do Norte, ele aposta: “Seremos um celeiro”.  Apesar de cerca de apenas 20 atletas estarem competindo o esporte atualmente no Estado, o presidente Carlos Alexandre Santos entende que a prática tende a aumentar com os resultados conquistados, o que pode motivar novos lutadores. O baixo custo requerido para aquisição do material necessário pode pesar a favor de quem pretende iniciar no esporte. “Na luta profissional é necessário apenas o colete e a sapatilha, nada mais. O custo é mais acessível que outros esportes”, diz.

Modalidade se adapta para atrair novos atletas

As mudanças no esporte, como o intercâmbio dos treinos, também visam um novo projeto no esporte: a aposta nos jovens atletas.

O presidente Carlos Alexandre Santos explica que a Federação tem o objetivo de priorizar o investimento nos atletas mais jovens. “A intenção é trabalhar com a base, já visando a seletiva olímpica, que vai acontecer no Brasil nesse ano”, explica.

Para ele, a participação da modalidade no Jerns do ano que vem já é visto como uma conquista para o esporte. Além disso, a luta olímpica foi incluído no projeto Mais Educação, do Governo.

No Jogos Escolares deste ano, realizado no mês de Setembro passado, em Poços de Caldas, em Minas Gerais, o Rio Grande do Norte conquistou duas medalhas no esporte. Os dois atletas medalhistas são alunos da Escola Estadual Vigário Bartolomeu, do bairro de Morro Branco, zona Sul de Natal. O professor dos garotos é Fernando Antônio, que conquistou o 5º lugar na categoria 60 quilos na Copa Brasil Internacional.

Apesar dos resultados e dos projetos, o esporte ainda é pouco difundido e praticado nas escolas, sejam elas públicas ou particulares. Nos jogos escolares a participação é quase nula.

A modalidade ainda não muitos estudantes. Para o presidente da Federação, o problema poderia ser amenizado caso mais escolas disponibilizassem a Luta Olímpica.  Por isso, ele faz o apelo: “ Se mais escolas aderissem a Luta Olímpica, ia melhorar para avanço da modalidade no Estado”.

Falta dinheiro, mas sobra preconceito

Os dois atletas potiguares que conquistaram medalha na Copa Brasil Internacional tem outro ponto  em comum, além do fato de serem irmãos: Arquimedes Almeida, de 28 anos, e Alexsanderson Almeida, o Alex “Bomba”, de 30, saíram do vale-tudo para  a luta olímpica. Há cerca de 5 meses treinando forte para competições, eles acreditam que o esporte oferece boas oportunidades, mas sofre com um problema comum a outras modalidades: a falta de patrocínios.

“É um esporte olímpico, que abre portas para a gente, mas é difícil conseguir patrocínios”, diz Arquimedes Almeida, que hoje se sustenta através do esporte, aplicando aulas em escolas. “Também falta divulgação”, conclui.

O irmão, Alex Bomba, que hoje conta com três patrocinadores, explica que entrou no esporte através de um convite do presidente da Federação e admite: “Fique encantado com a luta”.

Pela roupa utilizada na luta e a pouca tradição da modalidade no Brasil, o presidente da Federação do RN também acredita que a falta de investimento é um problema, mas aponta outro empecilho: o preconceito.  “Apesar de ser o esporte mais antigo das Olimpíadas, as pessoas vêem a modalidade com um certo preconceito”, diz Carlos Alexandre.

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