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Dilma acena com reforma tributária

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Porto Alegre (AE) – A pré-candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff, disse que “a hora de reforma tributária chegou”, num aceno a cerca de 150 empresários que a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) reuniu para ouvi-la durante reunião-almoço, ontem, em Porto Alegre.

Ex-ministra Dilma Rousseff aproveita cada programação de pré-campanha para cumprimentar potenciais eleitoresAo gosto da plateia, a ex-ministra-chefe da Casa Civil deu a entender que a reivindicação que os empresários fazem há vários anos pode ser atendida se ela vencer as eleições. Durante o discurso, Dilma lembrou que, na recente crise financeira internacional, o Brasil reduziu algumas alíquotas de impostos e admitiu que isso “mudou a visão de cada um de nós a respeito da importância da desoneração”. Também previu que, graças ao crescimento econômico, o País terá “mais dinheiro para poder fazer a reforma tributária”.

Ao final do almoço, em rápida entrevista coletiva, a pré-candidata reconheceu que a discussão é complexa e só resultará num consenso com muito diálogo. Por isso não quis avançar sobre o possível modelo que a reforma teria. Mas propôs que sociedade se mobilize e admitiu que uma das reivindicações que os Estados sempre fizeram ao governo federal, um fundo de compensação para quem sofrer muitas perdas, pode ser atendida.

“Uma reforma tributária, para ser viável, além de simplificar impostos, acabar com a cascata, tornar a tributação mais transparente e desonerar o investimento, tem a necessidade de um fundo de compensação”, reconheceu. A ex-ministra também admitiu que as compensações criadas para as perdas municipais e os financiamentos para cobertura de perdas estaduais durante a crise podem servir de experiência para as futuras negociações.

Em sua passagem pela Fiergs, Dilma Rousseff também fez algumas comparações do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, a quem tenta suceder, com os anteriores, entre os quais os de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). “Duas palavras resumem a situação que enfrentamos em 2003 (quando começou o primeiro mandato de Lula), estagnação e desigualdade”, reiterou. “Isso nos desafiava como uma esfinge dizendo ‘decifra-me ou te de devoro’”, comparou, para afirmar que “vencemos a esfinge, fizemos o Brasil crescer de forma sustentada, com estabilidade econômica e inclusão social”.

Quando falava sobre propostas para o Brasil continuar a avançar no futuro, a pré-candidata tentou se diferenciar de adversários, sem citá-los. “Nós fizemos, fazemos e teremos de fazer política industrial no nosso País, algo que muitos antes de nós consideravam prova de insensatez e atraso”, para passar a citar incentivos do BNDES a projetos de desenvolvimento, retomada da indústria naval e programas sociais do governo Lula.

‘Tenho credenciais’, afirma petista

Na descrição positiva do País que fez aos empresários do Rio Grande do Sul, ontem, a ex-ministra Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à Presidência da República, destacou que a União voltou a investir em escolas técnicas e disse que o Brasil tem que formar mais técnicos e pesquisadores em seu território e também no exterior. Ao ressaltar que o País tem que aumentar gastos em educação, a ex-ministra também saiu em defesa de melhor remuneração e formação dos professores, categoria com quem governadores tucanos como José Serra, de São Paulo, também pré-candidato à presidência, e Yeda Crusius, do Rio Grande do Sul, enfrentaram problemas recentemente.

“É imprescindível entender que a gente não contrata professores no quesito investimento, contrata no custeio”, destacou  pré-candidata do Partido dos Trabalhadores.

Provocada pelos repórteres a responder ao comentário feito de manhã por Serra, de que “não necessariamente o sucessor replica o antecessor, mesmo se tiver sido apoiado por ele”, Dilma afirmou que há duas semanas era ministra do governo Lula, coordenava todos os ministérios e tem orgulho de seu passado. Os repórteres insistiram, tentando saber se ela não manteria os benefícios sociais da gestão atual. A pré-candidata respondeu que fez parte do governo e citou programas como o Luz Para Todos, PAC, Minha Casa, Minha Vida, pré-sal e outros. “Eu tenho credenciais para dizer: eu fiz. A troco de quê alguém faz melhor do que eu se não fez?”, indagou.

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