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Dilma ataca PSDB em discurso para delegações estrangeiras

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Brasília (AE) – Em um discurso para delegações estrangeiras convidadas para o 4º Congresso do PT, a ministra Dilma Rousseff subiu o tom e deu uma prévia do que planeja para o lançamento de sua pré-candidatura à Presidência, sábado. A portas fechadas, afirmou que estão montados “alicerces fortes” para construir o futuro do Brasil. De quebra, não perdeu a chance de alfinetar o PSDB.

Dilma reclamou, por exemplo, do apelido “Bolsa-Esmola”, dado ao programa Bolsa-Família. “Nossos adversários não tinham ideia da dimensão econômica que o projeto teria. Agora, têm de admitir que isso ajudou o nosso governo a tirar 20 milhões de pessoas da miséria”, disse Dilma, segundo relato de petistas que assistiram ao discurso. Na fala, ela também não perdeu a chance de tentar abocanhar parte da popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no exterior. Falou sobre o avanço da política externa brasileira e deu atenção especial à relação Brasil-Estados Unidos. “Quem sabe se valorizar é valorizado lá fora.”

A presença da ministra ontem pegou de surpresa alguns petistas. Na cúpula partidária, entretanto, a avaliação era a de que ela não podia perder a chance de ganhar visibilidade no exterior. Circula no PT um plano para mobilizar filiados que vivem fora do Brasil a votarem na ministra na eleição presidencial. A estratégia chegou a ser exposta em um texto elaborado durante um encontro ocorrido em Lisboa, em janeiro. O documento serviria de base para um projeto de resolução para o congresso, mas não chegou a ser incluído na pauta de votação.

O tom, porém, não é o mesmo seguido por Dilma em seu discurso. Ao analisar a conjuntura internacional, o texto fala em uma “contraofensiva” da direita para recuperar espaço na América Latina. Menciona o lançamento de uma “nova direita que mistura doses de Sarkozy e Berlusconi”, uma referência ao presidente francês, Nicolas Sarkozy e ao premie italiano, Silvio Berlusconi.

PT defende gradualismo no combate à inflação

Brasília (AE) – Cotado para compor o staff econômico de Dilma Rousseff caso ela vença as eleições presidenciais, o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, avalia que a estratégia de adotar o gradualismo na política de redução da inflação no governo Luiz Inácio Lula da Silva permitiu que o país acelerasse o crescimento da economia, sem que o Banco Central pesasse a mão na dosagem das taxas de juros. Essa estratégia só foi possível porque a meta de inflação foi mantida no patamar “realista” de 4,5%. Ele defende essa linha de atuação de política econômica em artigo que escreveu para o livro “2003-2010, o Brasil em Transformação”, que está sendo lançado pela Fundação Perseu Abramo no Congresso do PT, em Brasília. O Congresso se realiza até sábado, quando a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, será aclamada candidata do partido à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Para Barbosa, a questão-chave na dosagem das taxas de juros é a definição da velocidade com que a inflação converge para o centro da meta, uma mudança que, em alguns momentos, colocou em lados opostos o ministério da Fazenda e o Banco Central. “Se você tentar reduzir a inflação muito rapidamente, você bota a economia estagnada. Se você tentar reduzir a inflação muito devagar, tem mais crescimento, mas tem o risco de a inflação não cair. Entre esses dois extremos é que é preciso administrar a política monetária, e foi o que fizemos”, avaliou

A tese do secretário é que, a despeito das análises de oposicionistas que identificam semelhanças entre a política econômica de Lula e a dos dois governos de Fernando Henrique Cardoso, há muitas diferenças. Nelson Barbosa afirma que a atual gestão, de fato, manteve o arcabouço institucional iniciado no governo tucano: metas de inflação, câmbio flutuante e metas fiscais.

Serra afirma que UNE está partidarizada

São Paulo (AE) – O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), acusou ontem a União Nacional dos Estudantes (UNE) de ter ligação com partidos políticos. “A UNE era superpolitizada e muito atuante, diferente do que é agora. Hoje é mais partidarizada e diluída”, disse, em entrevista após evento de governo na capital paulista. O tucano foi presidente da entidade estudantil nos anos 60, na época do golpe militar.

“Os líderes estudantis eram líderes porque eram líderes, não por questão de partido”, disse Serra. A lembrança dos tempos de estudante surgiu quando o governador inaugurava em Heliópolis, zona sul da cidade, uma escola estadual que ganhou o nome do ex-secretário da Educação paulista Carlos Estevam Martins.

“Conheci Carlos quando eu tinha 20 anos e ele era presidente do Centro Popular de Cultura da UNE. Naquela época, a UNE era menor, mas tinha outro conteúdo”, disse a uma plateia de cerca de 200 pais e professores e de 150 crianças.

Também diante do público, Serra pediu à direção da escola que providenciasse um painel com foto e texto sobre a vida de Martins para colocar na entrada do prédio. “Vamos fazer uma coisa bem feita, está combinado?”, pediu o governador.

Serra evitou avaliar a pesquisa de intenção de voto do Ibope/Diário do Comércio, divulgada quarta-feira (17). O possível candidato do PSDB à Presidência limitou-se a dizer que o levantamento era uma “fotografia do momento” e que o cenário eleitoral muda a cada pesquisa. Os dados mostram Serra com 36% das intenções de voto e a ministra Dilma Rousseff, provável candidata do PT, com 25%.

O atual secretário da Educação, Paulo Renato Sousa, aproveitou o evento para reclamar de uma fala recente do ministro da Educação, Fernando Haddad, que disse planejar um programa de promoção de professores por mérito no âmbito federal “Achei excelente o ministro dizer isso, mas ele não falou que São Paulo já está fazendo isso”, disse Paulo Renato Sousa. “Somos pioneiros e estamos enfrentando a oposição do sindicato dos professores, dominado por correligionários do ministro.”

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