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Dilma rebate crítica às nomeações

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Brasília (AE) – Na solenidade de posse do novo ministro do Turismo, Gastão Vieira, a presidenta Dilma Rousseff rebateu, de forma indireta, as críticas a nomeações de ministros escolhidos por meio de indicações de políticos aliados. Dirigindo-se a Vieira, Dilma afirmou que “as escolhas políticas não desmerecem nenhum governo”. Ela acrescentou ser com a ajuda de “partidos, técnicos e especialistas que se governa”. E concluiu: “A política bem exercida é nobre e imprescindível à sociedade democrática”.

Ainda respondendo às críticas ao novo ministro, que vem da área de Educação, e não do Turismo, Dilma afirmou que as duas áreas são “contíguas, vizinhas e, portanto, muito próximas” e que essa proximidade vai trazer “uma agregação de valor ao poder”. Segundo a presidenta, tanto a Educação quanto o Turismo são “setores de prestação de serviços”, que têm os cidadãos como consumidores. “A qualidade dessa oferta e a formação dessas pessoas faz toda a diferença”, alegou.

Dilma agradeceu, em uma frase, o antecessor de Vieira: “Agradeço a colaboração do ex-ministro Pedro Novais que esteve conosco até aqui”. Novais deixou o governo sob uma enxurrada de denúncias, que foram da Operação Voucher da Polícia Federal até o pagamento de funcionários particulares com dinheiro público, da verba parlamentar.

Dilma Rousseff abraça Gastão Vieira, que disse ter pedido um técnico da Fazenda ou do Planejamento para o cargo de secretário-executivoGastão Vieira – assim como Pedro Novais – é uma indicação política do PMDB. Ambos os nomes foram apadrinhados pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). As escolhas políticas dos ministros vêm sendo alvos de críticas da oposição, de setores da sociedade civil e da mídia em geral, diante da sucessão de denúncias de corrupção e irregularidades no ministério de Dilma. Novais é o quinto ministro a ser substituído em nove meses de governo.

Dilma afirmou que Vieira enfrentará o desafio de “estruturar uma indústria” para a qual não se havia dado importância, mas que movimenta bilhões de dólares por ano. Também lembrou que o turismo é um grande desafio, por duas razões: pelos três grandes eventos internacionais que vai sediar – a Copa das Confederações, a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016. Em segundo lugar, pela elevada taxa de crescimento dos voos domésticos. “Vamos cumprir nossas obrigações na área do turismo, provendo estrutura e serviços adequados aos brasileiros e aos nossos visitantes estrangeiros”, afirmou.

A cerimônia foi fechada aos jornalistas. Apenas os profissionais da NBR – canal oficial que transmite os atos da presidenta da República – puderam entrar e transmitir, ao vivo, a posse de Vieira. Pela televisão, pode-se conferir a presença do presidente do Senado, José Sarney, padrinho político de Vieira; do líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL); do ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro (PMDB); e do presidente da Embratur, Flávio Dino. O vice-presidente da República, Michel Temer, não compareceu porque está em São Paulo, fazendo exames de saúde.

Gastão Vieira afirma que ficou assustadíssimo

Brasília (AE) – Blindado pelo governo na cerimônia de posse, que não pôde ser acompanhada pela imprensa, o novo ministro do Turismo, Gastão Vieira (PMDB), confessou ontem estar “assustadíssimo” com a tarefa e, para evitar novos problemas, pediu ajuda da presidenta Dilma Rousseff na indicação do secretário-executivo. Na tentativa de criar uma “rede de proteção”, Vieira quer naquela cadeira, com fama de “elétrica”, um técnico da Fazenda ou do Planejamento.

A preocupação do novo ministro não é à toa. No mês passado, a Operação Voucher da Polícia Federal desmantelou um esquema de corrupção no Ministério do Turismo, que resultou na prisão de 38 pessoas, entre elas o secretário executivo, Frederico Costa. Sucessor de Pedro Novais – o ministro que caiu na quarta-feira, alvejado por denúncias envolvendo uso de dinheiro público para fins particulares -, Vieira assumiu agora a retórica do “choque de gestão”.

Afilhado do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e no comando de um ministério que virou reduto da fisiologia, ele admite, em conversas reservadas, que pode enfrentar problemas com o seu próprio partido, o PMDB, contrariando interesses. Ao menos no discurso, porém, promete mudanças. “Sarney nunca me impôs nada e eu vou agir conforme a minha cabeça”, afirmou.

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