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Dilma vai ao Senado depois do dia 29

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CONVOCAÇÃO - Dilma vai informar ao Senado sobre andamento de obrasBrasília (AE) – Suspeita de envolvimento na montagem de dossiê com gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, avisou ontem que só poderá ir à Comissão de Infra-Estrutura do Senado a partir do dia 29 de abril. Oficialmente, Dilma foi convocada pela comissão para falar do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), mas líderes da base aliada já deram o sinal verde para que a ministra seja questionada sobre o dossiê. Na semana passada, informações do Palácio do Planalto indicavam que Dilma iria comparecer à comissão amanhã. A nova data é reflexo de uma estratégia definida para esfriar o assunto.

“Ela (Dilma) estará à disposição a partir do dia 29 de abril. Ela está com agenda cheia”, disse o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). Um dos motivos alegados para a ida da ministra ao Senado somente no fim do mês é o casamento de sua filha na sexta-feira, em Porto Alegre. “Ela (Dilma) já vai quinta-feira para o casamento da filha”, justificou Jucá. Na semana que vem, a ministra da Casa Civil vai fazer uma viagem pelo Japão e a Coréia.

A ministra foi aconselhada a ir ao Senado a partir do fim de abril na expectativa de que, daqui até lá, a Polícia Federal tenha concluído as investigações sobre o vazamento do dossiê com gastos de FHC. “Audiência é para discutir PAC. Cabe à ministra avaliar se responde outro tipo de pergunta ou não”, observou o presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP).

Inicialmente, havia a possibilidade de a ministra comparecer à Comissão quarta-feira. Com o adiamento, a ministra ganha duas semanas para traçar sua defesa, além de ter uma posição mais consistente sobre as averiguações da polícia. “Em política nunca se sabe se o tempo esfria ou esquenta os assuntos”, disse Berzoini, ao afastar a hipótese do Palácio do Planalto esperar que com o tempo o assunto caia no esquecimento.

Hoje, a Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle vota requerimento do líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio Neto (AM), que convoca Dilma para falar sobre “a denúncia do cometimento de crime de responsabilidade, tendo em vista a formulação de dossiê sobre as contas sigilosas do ex-presidente FHC e sua esposa, a senhora Ruth Cardoso”. A expectativa da oposição é aprovar o requerimento em votação simbólica. “Mas, se depender de mim, não aprova”, alertou o líder Jucá. Segundo ele, o governo não cogita permitir que a ministra seja sabatinada por várias comissões ao mesmo tempo no plenário do Senado.

Amanhã, a CPI Mista dos Cartões Corporativos faz reunião administrativa para votar 118 requerimentos de convocação de autoridades e pedidos de quebra de sigilo de gastos da Presidência da República. A sessão está sendo considerada pela oposição como um teste para saber a real vontade do governo de ceder e deixar aprovar requerimentos importantes. “Não pode ser aprovada só perfumaria”, disse a presidente da CPI, senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), a aliados.

Os oposicionistas estão confiantes de que o governo vai apoiar a aprovação de requerimento que prevê o compartilhamento com o Tribunal de Contas da União de dados sigilosos de gastos da Presidência da República com cartões corporativos. Governistas da CPI argumentaram, no entanto, que é “muito difícil” deixar aprovar esse tipo de requerimento. “No mesmo dia, tudo vaza para a imprensa”, observou um aliado do Planalto.

Arthur Virgílio apresenta novo pedido de convocação

Brasília – Um novo requerimento de convocação da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, pode ser analisado pelos senadores nesta semana. O líder do PSDB na Casa, Arthur Virgílio (AM), apresentou à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) uma solicitação para que a ministra preste esclarecimentos sobre o suposto dossiê com os gastos de Fernando Henrique Cardoso quando este era presidente da República. Esse requerimento está na pauta da reunião da CCJ marcada para as 10h de amanhã.

Se a comissão aprovar o pedido, será a segunda convocação de Dilma Rousseff pelo Senado em duas semanas. No início do mês, a Comissão de Serviços de Infra-Estrutura (CI) aprovou outro requerimento para a vinda da ministra. De autoria do senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), a proposta prevê que Dilma Rousseff falará sobre o andamento das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e sobre a Usina Hidrelétrica de Belo Monte (PA).

Na reunião da CI, chegou a ser aprovado aditamento ao requerimento de Flexa Ribeiro, de autoria do presidente da comissão, senador Marconi Perillo (PSDB-GO), para que a ministra falasse também sobre o dossiê. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), criticou a iniciativa e afirmou que a CI não tinha atribuição regimental para discutir temas como os cartões corporativos e o dossiê em questão. Também protestou contra o aditamento o senador Delcídio Amaral (PT-MS). Diante disso, Perillo retirou a complementação que havia apresentado à proposta original, mas disse que os senadores que integram a comissão poderão questionar a ministra sobre o suposto dossiê.

Na solicitação que apresentou à CCJ, Arthur Virgílio argumenta que o depoimento de Dilma Rousseff é necessário “diante das gravíssimas denúncias veiculadas nos órgãos de comunicação sobre a participação de seus subordinados [da ministra] na fabricação de um dossiê para intimidar os parlamentares de oposição do Congresso”.

A reunião da CCJ – cuja pauta contém outros 18 itens além desse requerimento – será realizada na sala 3 da Ala Alexandre Costa. (Agência Senado).

Senadora do PSDB ameaça deixar presidência da CPI

São Paulo (AE) – A presidente da CPI mista dos Cartões, senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), afirmou ontem que deixará o comando desta comissão caso os requerimentos que entrarem em pauta nesta terça-feira (15) não sejam votados. “Se todos os requerimentos forem derrubados, eu largo a CPI” destacou, após participar da reunião de cúpula do PSDB e DEM, realizada ontem na Capital. Na avaliação da senadora, a função da CPI é justamente a de investigar.

“Eu não estou entendendo porque querem empurrar essa comissão com a barriga, ou é para investigar ou não é CPI”, criticou. A senadora disse que se os integrantes desta comissão quiserem votar apenas um requerimento para segurar a CPI, como já ocorreu, ela vai deixar a presidência. “Eu não vou entrar numa brincadeira dessas”, emendou.

Apesar das críticas à maneira como a CPI vem sendo conduzida, Marisa Serrano disse ter esperança de que a Comissão vote, hoje, a favor dos requerimentos.

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