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Dinheiro de “fantasmas” era sacado na ALRN, diz MP

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O dinheiro desviado no esquema envolvendo servidores fantasmas na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte era sacado em uma agência bancária na sede da Casa Legislativa,, segundo o Ministério Público do RN. As fraudes são investigadas na Operação Canastra Real, deflagrada nesta segunda-feira (17) e que resultou na prisão de seis pessoas e no cumprimento de 23 mandados de busca e apreensão.

ALRN afirmou em nota que está à disposição das autoridades para prestar informações à Justiça


ALRN afirmou em nota que está à disposição das autoridades para prestar informações à Justiça
De acordo com o Ministério Público, um bancário que trabalhou na agência existente na ALRN confirmou o esquema. Segundo ele, nos dias de pagamento da Assembleia, o banco aprovisionava mais de um R$ 1 milhão, diante da peculiaridade da agência pagar, por meio de saques, os salários em espécie.

A testemunha disse ao Ministério Público, segundo informqações divulgadas ontem, que Ana Augusta Simas exercia o “controle” sobre o grupo de pessoas investigadas. O somatório dos saques efetuados nas contas dos integrantes do grupo era acondicionado em um envelope e entregue a um deles, provavelmente aquele que era atendido por último e, por vezes, entregue à própria Ana Augusta, que permanecia na agência no momento do atendimento.

A investigação descobriu os supostos crimes por meio de quebra de sigilo bancário. Além dos saques com valores idênticos, o material bancário mostrava que os investigados efetuavam saques em sequência, geralmente no mesmo atendimento, sendo que, ao final, o numerário dos vários saques era somado e retirado integralmente.

O Ministério Público também aponta, na investigação, a divergência entre as assinaturas de alguns titulares de contas bancárias. Algumas dessas rubricas têm consideráveis semelhanças com as de Ana Augusta Simas. Em depoimento ao MPRN, já após a deflagração da Operação, os próprios servidores reconheceram que algumas assinaturas não são deles.

De acordo com o que apurou o MP,  parte dos investigados não possuía sequer nível superior, mesmo tendo sido indicada para cargos de assessores técnicos da presidência da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte.

Para o MP,  a  operação Canastra Real revela “a existência de mais um braço da organização criminosa que se estruturou no seio da Assembleia Legislativa do RN, com o nítido desiderato de obter vantagem financeira mediante a reiterada prática do crime de peculato, por meio da inserção de servidores fantasmas na folha de pagamento do Poder Legislativo local, para desvio do valor de suas remunerações”, conforme cita trecho da decisão judicial que autorizou a deflagração da ação.

Operação Canastra Real
Segundo o Ministério Público, o esquema fraudulento foi instalado em 2015 e desviou R$ 2,4 milhões. Além de Ana Augusta Simas, também foram presos temporariamente por participação no esquema: Paulo Henrique Fonseca de Moura, Ivaniecia Varela Lopes, Jorge Roberto da Silva, Jalmir de Souza Silva e Fabiana Carla Bernardina da Silva.

 A  operação Canastra Real contou com o apoio da Polícia Militar. Participaram da ação 28 promotores de Justiça, 26 servidores do MPRN e 70 policiais militares. Além dos seis mandados de prisão, foram cumpridos outros 23, de busca e apreensão nas cidades de Natal, Espírito Santo, Ipanguaçu e Pedro Velho.

A Assembleia Legislativa do RN afirmou, em  nota divulgada ontem, após a Operação Canastra Real, que “reafirma o respeito aos poderes e continua à disposição para prestação de informações”.

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