Uberlândia (AE) – A exemplo das autoridades políticas, os dirigentes do Bahia apenas lamentaram a tragédia ocorrida na Fonte Nova, no último domingo, mas se eximiram de culpa pela morte dos sete torcedores durante o jogo contra o Vila Nova (GO), no domingo. “Ficamos abalados, porque são vidas humanas que se perderam. E foi mais triste pela maneira como aconteceu, diferentemente de uma invasão de campo ou outro tumulto”, comentou Roberto Passos, supervisor de Futebol do Bahia.
“Estamos satisfeitos pela conquista da vaga para a Série B, mas a alegria do elenco não é a mesma, em razão dessa fatalidade”, admitiu o técnico Arturzinho.
A demolição da Fonte Nova, anunciada pelo governador da Bahia, Jacques Wagner, preocupa os dirigentes do clube. “O principal problema é que Salvador não tem um estádio que comporte nossa torcida”, apontou Roberto Passos. “E será mais complicado no ano que vem, quando teremos competições importantes para disputar, como a Copa do Brasil e a Série B do Brasileiro”, opinou o dirigente. Uma alternativa para o time seria mandar seus jogos no acanhado Estádio Pituaçu, mas o local é inadequado, pois tem capacidade para apenas 20 mil pessoas e precisaria de amplas reformas e ampliações.
Este ano, o Bahia teve média de 40 mil torcedores nos jogos em casa. “Atualmente, só estão fazendo jogos de juvenis e juniores ali”, disse Roberto Passos. Jogar no Barradão, estádio do arqui-rival Vitória, não agrada à diretoria do Bahia. “Não temos nada contra o campo do Vitória, que é muito bem cuidado. Mas por causa da rivalidade, nós e nossa torcida não nos sentimos bem ali dentro”, afirmou o supervisor de Futebol do Bahia. Elenco, comissão técnica e diretores do time estiveram desde segunda-feira em Uberlândia, local do jogo contra o Crac (GO), na noite desta quarta, pela última rodada da Série C do Brasileiro. Mas Roberto Passos garante que a idéia não era “fugir” da polêmica em Salvador, apenas manter a programação anteriormente definida.
“Foi bom para os jogadores ficar fora daquele clima de comoção, mas já havíamos determinado que viajaríamos para Uberlândia na segunda-feira”, comentou, alegando dificuldade de encontrar vôo para a cidade mineira. “Fizemos uma conexão em São Paulo, e ainda assim fomos prejudicados, pois chegamos na segunda-feira à tarde e, como choveu muito, não pudemos treinar”, observou.