O Mada chegou aos 20 anos de trajetória atraindo grande público em shows relevantes
Das revelações deste ano estão duas jovens cantoras que impressionaram pela estética sonora diferente de muito do que se tem feito no estado. Bex conquistou fãs com um som meio lo-fi que une influências de jazz e hip-hop. Já Potyguara estreou na cena com o álbum “Simulacre”, uma viagem holística com escalas no pop, reggae, house e até lambada, que rapidamente caiu nas graças do público. O disco de Potyguara foi produzido pelo projeto Incubadora Dosol, que ainda lançou a estreia de Luaz e Sourebel, além dos novos trabalhos da Joseph Little Drop e Talma&Gadelha.
Ainda dentro da cena alternativa autoral, apareceram discos novos do Mahmed, Ângela Castro, Fetuttines, Igapó de Almas, Skarimbó, Thee Automatics, Negu Edmundo e Mad Grinder. Na linha poética, versos e acordes andaram juntos nos álbuns de Esso Alencar, Yrahn Barreto e no projeto conceitual de Dácio Galvão, “Poemúsicas 2”, com participações de Margareth Menezes, Elba Ramalho, Zeca Baleiro, Tom Zé, Dusouto e Grafith – banda que comemorou 30 anos de carreira com grande festa no Arena das Dunas. E o cantor e compositor Leno Azevedo teve seu lendário álbum “Vida e obra de Johnny Mccartney” lançado em vinil.
O carnaval de Natal valorizou o som autoral da Orquestra Greiosa
Dentre os palcos mais importantes do ano, estão o Teatro Riachuelo e os festivais Mada e Dosol. No Riachuelo pisou Adriana Calcanhotto com show novo, Alceu Valença acompanhado da Orquestra Sinfônica de Ouro Preto e Elba comemorando 40 anos de carreira. No Mada, que chegou a 20 anos de trajetória, o público teve a oportunidade de conferir shows até então inéditos na cidade, como Rincon Sapiência e Attooxxa, rever atrações de peso, como Cordel do Fogo Encantado, BaianaSystem e Nação Zumbi, mas, sobretudo, assistir uma grande atração internacional: Franz Ferdinand. Já o Dosol promoveu a sua maratona de bandas com destaque para Céu, Meta Metá, Edgar e Letrux.
Natal também viu emergir palcos onde ninguém imaginava que poderia existir, como o Beco da Quarentena, na Ribeira. O local foi ocupado por festas como a We Love Tecno, de música eletrônica, e a Becko, com pop, black music e outras sonoridades.
Samba se espalha
Se tem um gênero musical que ganhou os natalenses de vez é o samba. O ziriguidum rolou em todos os cantos da cidade, das ruas aos bares, passando pelo teatro e o Terminal Marítimo de Passageiros. No entanto, a Cidade Alta se mostrou como principal terreiro do samba por causa da regularidade de suas rodas de samba nas ruas e praças, sempre abertas ao público.
Valéria se dedicou ao samba, promovendo encontros entre várias gerações
Carnaval com fôlego novo
A lei municipal de incentivo fiscal para a cultura, Lei Djalma Maranhão, proporcionou um incremento no carnaval de Natal no ano de 2018. Por meio do incentivo, surgiram blocos novos, como o Submarino Amarelo, com músicas dos Beatles. E blocos já existentes puderam crescer em atrações, como o Suvaco do Careca, que realizou um temporada de prévias com várias datas. Bailes também foram beneficiados, como o Grandes Carnavais, que promoveu um dos melhores shows do carnaval, com o grupo Bangalafumenga. Dos pólos, vale o destaque para o bairro de Petrópolis, que estendeu sua programação para além da abertura oficial do carnaval (promovida por Carlinhos Brown).
Das atrações locais, a Orquestra Greiosa se firmou com repertório autoral dançante e agitada temporada de prévias. A Nação Zamberacatu, grupo que em 2018 veio mais forte do que nunca, encantou e contagiou a todos com seus tambores que exaltam a musicalidade e ancestralidade negra de origem potiguar. Ainda dentro dos locais que apresentaram repertório autoral está a orquestra Frevo do Xico. Tocou em quase todos os pólos do Carnaval de Natal e ainda lançou disco, homônimo, com composições de potiguares.
Música clássica, jazz e chorinho
Orquestra Sinfônica aproximou o público da música clássica através de espetáculos subsidiados
Também vale o destaque para a Sesi Big Band e suas apresentações com convidados de peso, e as bandas filarmônicas do interior, que apesar das limitações, tem conseguido circular pelo estado. Para o ano que vem, as filarmônicas terão um incentivo a mais para ensaiar: em dezembro foi lançado o songbook Tico da Costa, trabalho de fundamental importância para divulgar o repertório orquestral do saudoso compositor potiguar.
O talento musical do Rio Grande do Norte também pode ser visto na praça Padre João Maria, na Cidade Alta, sempre aos sábados, com o projeto Choro do Caçuá, criado neste ano com o intuito de revitalizar o chorinho local.
Um dos eventos mais aguardados pelos amantes do jazz, blues e bossa, o Fest Bossa&Jazz não conseguiu patrocínio para os eventos em Natal e em São Miguel do Gostoso. Mas Mossoró e Pipa puderam receber o festival. Em Pipa, os organizadores do evento estrearam um novo formato. Acabara com o palco grande e central, distribuindo as atrações por diversos pequenos palcos ao longo da avenida principal da Pipa. O público aprovou.