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Diversidade marca 15 anos do MADA

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Tádzio França
Repórter

Nova edição, novo endereço, mais espaço, e um encontro suingado de gerações vão marcar o 15º Festival Música Alimento da Alma, sexta e sábado. Após anos entre a Ribeira e a Via Costeira, o evento musical armará seus palcos e tendas na área de eventos da Arena das Dunas, prometendo um espaço mais acessível para seu tradicional público – e o mais novo também. O formato básico vai permanecer: dois palcos grandes e iguais, lado a lado, abrigando as performances das atrações escaladas, sem intervalos. Do rock ao reggae ao hip hop à MPB, sem pausa para respirar. Ao todo, quinze atrações de variados gêneros, estilos e idades conduzirão a festa. 
Nova edição, novo endereço, mais espaço, e um encontro suingado de gerações vão marcar o 15º Festival Música Alimento da Alma
#SAIBAMAIS#O festival começará cedo na sexta, às 19h30. Promete ser o dia mais dançante. Primeiramente, por trazer uma sequencia de artistas que têm o soul e o funk no DNA sonoro. O rapper paulista Emicida fará sua estreia em terras potiguares, a reboque de seu primeiro álbum oficial, “O glorioso retorno de quem nunca esteve aqui”, lançado anos após elogiados EPs e mixtapes. 

As camisetas da Lab Fantasma, selo do MC, estarão à venda na feira mix. Aos 29 anos, o MC já tem no currículo prêmios como Artista do Ano (VMB/MTV), Melhor Disco de 2013 pela revista Rolling Stone, e Melhor Intérprete  pela APCA. MC de discurso afiado, Emicida se permite flertes com o rock/pop e o reggae em suas canções, tendo hits como “Hoje cedo” (com Pitty), “Eu gosto dela”, “Levanta e anda”, “Ela diz”, “A cada vento”, entre outras.

Emicida tem algo em comum com Gilber T, outra atração da sexta. O músico carioca é aposta da nova cena de ‘black music’ nacional. Ele já passou pelo rap e metal, enveredou pelo reggae e rock, e agora firmou os dois pés no suingue e balanço funk. Gilber já lançou o disco “Eu não vou morrer hoje”, onde passeia por todas as suas influências sonoras. Na música “Dia incrível”, Gilber T teve o feito de convocar um dos soulmen mais quentes das pistas brasileiras, Gerson King Combo. Herdeiro direto de James Brown, King também virá ao Mada, quebrando um jejum de 30 anos após sua última passagem pelo RN. O mestre deverá vir com tudo, cantando seus clássicos “Mandamentos Black” e “Mais uma chance”.

A sexta terá mais um mestre do balanço: o pernambucano Di Melo até hoje lançou um único disco, em 1975, e se tornou cultuado décadas depois pelas qualidades dessa peça rara. O álbum é um mix eclético de funk, soul, samba e até tango. Di Melo despeja letras misteriosas, poéticas ou maliciosas, em músicas como “Kilariô”, “Se o mundo acabasse em mel” e “A vida em seus métodos diz calma”. Após 39 anos, a música de Di Melo se provou “imorrível”, como diz o documentário dedicado a ele.

O casal Mallu Magalhães e Marcelo Camelo (Los Hermanos), junto ao baterista português Fred Pinto, criou a Banda do Mar para dar vazão às melodias já conhecidas em seus trabalhos individuais. O disco saiu em agosto, e já foi definido como leve, simples e despretensioso. É uma boa fórmula para o tipo de som que o trio produz, um rock/pop ensolarado. As faixas cantadas por Camelo lembram sua carreira solo e o trabalho com Los Hermanos. E a maturidade trouxe segurança e despretensão para canções como “Pode ser” e “Dia clarear”, cantadas por Mallu.

Para quem deseja algo além de hip hop, soul e funk na sexta-feira, ou o indie rock fofo da Banda do Mar, a noitada de sexta no Mada ainda terá os rocks ácidos das grupos Na Mente (PE), Kung Fu Johnny (RN), e principalmente o The Bop Hounds, banda natalense que veste (literalmente) a camisa do rockabilly, exibindo rock ‘n roll rápido, distorcido e dançante. Pode até caprichar no topete.  

Sábado eclético terá reggae, hip hop e pop
O sábado do Mada será o dia mais  eclético do festival. Abrirá às 21h10, com o popular reggae roots local do Rastafeeling. Fãs de guitarras distorcidas se dividirão entre o indie local do Far From Alaska, e o carioca Two Places at Once, ambas com a proposta de um rock alternativo que mescla diversas influências, como progressivo, metal, brit pop, etc. São sons que deslizam entre o “agressivo e o delicado”. Já os paulistas Manuche são adeptos do blues rock tradicional.

Em bom português, do rock à MPB: Tulipa Ruiz, uma das novas cantoras mais celebradas da música brasileira atual, já esteve em Natal, mas ainda estava devendo o show de seu segundo álbum, “Tudo tanto”, lançado em 2012. O anterior, “Efêmera” (2010), causou comoção com suas composições inspiradas. Tulipa circula entre a valsa, o indie, o blues, o pop, com sua voz aguda e o característico jeito de cantar. No repertório, canções como “Só sei dançar com você”, “Efêmera”, “Do amor”, “É”, “Dois cafés”, “Às vezes”, “Víbora”, entre outras.

A bandeira do pop verde-e-amarelo segue com a apresentação do veterano Marcelo D2, rapper que já teve diversos momentos clássicos durante o Mada. O MC que começou na antológica Planet Hemp, seguiu em uma bem sucedida carreira paralela e solo, já tendo lançado seis álbuns desde 1998: “Eu tiro é onda”, “À procura da batida perfeita”, “Meu samba é assim”, “A arte do barulho”, “Marcelo D2 canta Bezerra da Silva”, e “Nada pode me parar” – este, lançado no ano passado.

Marcelo D2 é conhecido por ser o pioneiro no Brasil da mistura do  hip hop com o samba, algo visto  claramente em sua discografia solo. No entanto, as influências do músico são bastante amplas: do clássico samba como Bezerra da Silva, João Nogueira, ao punk do Dead Kennedys, o funk do Kool & the Gang e James Brown, e o hip hop de Afrika Bambaataa, Grandmaster Flash, Run DMC, Public Enemy e Beastie Boys.

O disco mais recente, “Nada pode me parar”, inclui samples de artistas variados como Milton Nascimento, Ivan Lins e Raul Seixas, além de uma participação do filho Stephan. D2 gravou clipes de todas as quinze faixas no Brasil e exterior. Em 2008, várias músicas foram compradas para a trilha sonora do filme americano Turistas. Continuando a “brasilidade pop” do sábado do Mada, a banda carioca Manacá retorna ao festival para tocar sua mistura de rock e temas regionais. Os ingressos casados para conferir os 18 shows nos dois dias custam R$ 45, e estão à venda nas lojas Ecológica.

Sexta-feira, dia 24
19h30 (abertura) – Dj Magão
20h – Na Mente (PE)
20h30 – Kung Fu Johnny (RN)
21h – The Bop Hounds (RN)
21h30 – Gilber T & Banda + Gerson King Combo (RJ)
22h10 – Di Melo (PE)
23h – Banda do Mar (SP-Portugal)
(Marcelo Camelo, Malu Magalhães e Fred Ferreira)
00h10 – Emicida (SP)

Sábado, dia 25
21h10- Rastafeeling
21h40 – Manacá (RJ)
22h10 – Far From Alaska (RN)
22h40 – Two Places at Once (RJ)
23h10 – Manuche (SP).
23h50- Tulipa Ruiz (SP).
1h00- Marcelo D2 (RJ).

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