Brasília – Com um superávit primário em queda, despesa com juros em alta e valorização cambial reduzindo o valor dos ativos brasileiros em dólar, a dívida líquida do setor público subiu R$ 12,148 bilhões em março e ficou em R$ 1,09 trilhão. Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), a dívida brasileira passou de 44,7% para 45% e poderia ter chegado a 45,2%, não fosse a contribuição do crescimento da economia para reduzir em 0,2 ponto porcentual essa proporção.
A dívida líquida registra todos os débitos que o governo tem, abatendo os créditos, como as reservas internacionais, e é um dos principais indicadores da capacidade de o governo honrar seus compromissos. Sem considerar os créditos, a dívida bruta do governo geral (governo federal, INSS, Estados e Municípios, sem as estatais e o Banco Central) subiu de 66,1% do PIB para 66,4% do PIB.
O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, afirmou que a dívida líquida deve reverter em abril a alta verificada em março e fechar o mês em 44,7% do PIB, nível de fevereiro. Para o ano, a estimativa do BC é que a dívida fique em 44,2% do PIB.
Para a projeção, Lopes levou em conta um superávit primário de 3,8% do PIB, as projeções médias de juros e câmbio para o ano previstas na pesquisa Focus, divulgada semanalmente pelo BC, e o crescimento de 4,1% para a economia brasileira em 2007, projetado no último relatório de inflação do BC.