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Do vulgo e do popular

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Valério Mesquita
Escritor

01) Essa é vulgar, mas popular. Conselho interessante e inusitado ouvi certa vez do motorista João Teixeira dos Santos, de Macaíba, ao seu companheiro de profissão Mixteine Álvares, cuja mulher o havia largado: “Menino, eu sei o que é isso. Mulher é como papel de balcão de bodega. Tem que ter um pau em riba senão “avoa”!!”.

02) Fernando Caldas contou que Bonzinho, lá do Açu, estava bebendo em um bar da cidade quando foi surpreendido por Joca Merreiro, seu pai, que lhe convidou a ir para casa pois já era noite alta. Aceitou o convite paterno, mas foi taxativo e solene: “Papai, vá na frente que o mundo tá cheio de gente ruim”.

03) Luís Carlos, ex-vereador de Eloy de Souza passou-me essa história. Consta que Adilson Bilu, prefeito de Senador Eloy de Souza, gozador por natureza, esteve em Brasília hospedado no mesmo hotel com os prefeitos Avelino Matias, de Brejinho, conhecido no mundo político como “Meu Pai”, Janilson Ferreira, de São José de Mipibu e Batista, de Georgino Avelino. Adilson não tinha mais com quem aprontar, resolveu telefonar para três “senhoras plantonistas” que, através do real, resolvem os problemas de homens solitários. Só que, ao fazer o contato, deu o número do apartamento onde se encontravam Janilson, Batista e Avelino “Meu Pai”. Quando as caridosas samaritanas chegaram, foram logo tentando ingressar nos finalmentes, enquanto Janilson e Batista tratavam de desfazer o equivoco. Mas a terceira foi a “Meu Pai” que já estava dormindo. Quando conseguiu acordá-lo, aconteceu o seguinte diálogo: “Minha mãe”, disse Avelino, “Deixe eu dormir, pois sou que nem tirador de leite, durmo e acordo cedo”. Diante da insistência da jovem, ele retruca: “Minha fia, pra encerrar essa conversa mole, eu não liguei prá ninguém e eu, Avelino “Meu Pai”, hoje em dia, só como papa”. E encerrou o papo.

04) Quem não se lembra do saudoso livreiro Walter Duarte Pereira e daqueles seus cumprimentos característicos e festivos aos amigos que encontrava. “Como vai essa bandeira desfraldada!!”, era um deles, acompanhado ritualmente por um abraço alegre e fraterno. Mas havia uma saudação peculiaríssima, dirigida à figura boêmia de Luciano Toscano, naqueles bons tempos: “Como vai esse nobre tarado amigo!!”. Luciano só fazia rir mesmo, pois o mestre Walter sabia das coisas.

05) Quando foi prefeito de São Pedro do Potengi, Edmundo Cabral presenciou uma entrevista insólita de um jogador do time do seu município que ia travar com a seleção de São Paulo do Potengi uma decisiva partida de futebol. Pergunta o locutor da difusora local ao atleta: ”Doca, o que você acha da partida?”.  “Acho que São Paulo do Potengi não tira o dedo do c…!”, finalizou, abafando, o impávido atacante.

06) Certa vez, em Roma, as coisas esquentaram para Diógenes da Cunha Lima. Italiano nunca levou desaforo para casa. E Diógenes com a corda toda, permanecia firme no desejo de bagunçar o coreto do mercado comum europeu. “Um rosário belíssimo, benzido pelo Papa”, gritava o agitado italiano, “por apenas vinte mil liras”. Luiz Carlos Guimarães preveniu: “Diógenes, cuidado que italiano é bicho desbocado”. Diógenes, não se fez de rogado: “Cinco mil liras”. “Filio de la putana, filio de la putana…”. O eco da voz do vendedor ainda ecoa até hoje na praça San Genaro…

07) Viajar para conhecer um país ou uma cidade tem que ser de relativa duração. Sobre o assunto um grupo discutia uma agenda de viagens com o médico Ivis Bezerra na residência de um amigo comum, alcunhado de “o filósofo da Mor-Goveia”, pelas frases lapidares que profere. Lá pras tantas ouviu-se do filósofo essa sentença irrecorrível: “Para se conhecer bem uma cidade do exterior tem que se comer e se cagar nela”.

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