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Duelo inútil

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Alcyr VerasEconomista e Professor Universitário

Tucanos e Petistas abrem fogo cerrado entre si na malograda tentativa de “mostrar serviço”. Cada uma dessas antagônicas legendas político-partidárias tenta convencer a opinião pública que faz (ou fez) melhor governo. Procedem como no futebol, quando o time ganha o mérito é dos jogadores, quando perde a culpa é do técnico. Ou seja, o bônus da vitória pertence exclusivamente ao partido, enquanto que os insucessos e fracassos são debitados na conta dos demais segmentos da sociedade. 

A questão de saber quem é melhor não se restringe, unicamente, à análise fria de números e de índices, sobre o desempenho da economia, tomados isoladamente. Existem outros fatores circunstanciais que devem ser levados em consideração, os quais por serem intangíveis não permitem uma avaliação quantitativa. Um desses fatores é a complexa e avançada velocidade das mudanças socioeconômicas e suas conseqüências, às vezes imensuráveis.

Embora hajam divergências entre estudiosos e especialistas, a economia é a ciência social mais sensível às mutações.  Por que, então, a economia é a ciência que mais rapidamente responde às mudanças? Vejamos, a seguir, algumas situações que nos levam a interpretar esse fenômeno social. Hoje, mais do que no passado, o mundo vive um permanente e acelerado processo de mudanças. A tecnologia e a informática estão revolucionando o mundo moderno. Ninguém pode mais ignorar a velocidade do progresso científico e tecnológico. Os fatos que acontecem em qualquer país, no mesmo instante passam a ser do conhecimento de todo o globo terrestre, graças à eficiência dos modernos meios de comunicações. Os sofisticados recursos da eletrônica permitem operar transações financeiras, instantâneas e simultaneamente, entre as bolsas de valores de Nova York, Tóquio, Londres e Paris. O volume de negócios realizados diariamente no mundo é de uma magnitude tão espantosa que só a moderna tecnologia é capaz de dar conta.

Outro fator que causa forte influência sobre o desempenho da economia interna dos países emergentes é o que trata dos reflexos da conjuntura internacional.

A troca de farpas entre PSDB e PT centram-se, basicamente, nos juros altos e na elevação da carga tributária. A discussão é inócua porque nenhum dos dois partidos pode festejar sobre esses temas. Tanto no governo de Fernando Henrique como no de Lula, a carga tributária manteve-se perversamente alta, oscilando entre 34,8% a 35,9% do PIB. Há previsões de que em 2005 (índice ainda não divulgado oficialmente), o percentual seja superior a 36%. Quanto a SELIC (taxa básica de juros), houve subidas e descidas acentuadas em ambos os governos e a média situou-se no patamar elevado de 18% a. a.

Não se pode esquecer que os investimentos requerem um período natural de maturação, pois o que é colhido hoje teve o seu plantio no passado. A análise simplista e superficial dos números da economia pode levar a interpretações errôneas. Algumas supostas verdades às vezes não passam de levianas falácias.

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