Conterrâneos da vida e da graça, Chico Anysio e Tom Cavalcante estão em Natal para apresentarem o espetáculo Chico.Tom. É o riso abrindo as cortinas do teatro e desvendando o encontro e alegria de viver. A apresentação, única, acontece amanhã no pavilhão climatizado do Centro de Convenções, às 21 horas, quando mestre e discípulo compartilham energia, personagens, histórias de vida e sonhos. Vendas no Pittsburg nesta quinta-feira e na sexta também na Harabello.
O espetáculo foi concebido em duas partes, onde cada ator faz uma apresentação solo, de aproximadamente 45 minutos, brindando o público com a soma de seus talentos, nos respectivos papéis de “Professor Raimundo” e “João Canabrava”, imortalizados durante quase dez anos de exibição na Rede Globo.
O encontro entre os dois é antigo. Foi no programa semanal “Escolinha do Professor Raimundo” que Chico Anysio conheceu o talento de Tom Cavalcante, quando João Canabrava se apresentou inteiramente e obteve olhares e aplausos do Brasil. Passados quinze anos, Chico e tom resolveram criar e celebrar a amizade e a arte com esse espetáculo, que segundo eles é mais que um trabalho artístico, é uma celebração de vidas. Confira o papo concedido ao FIM DE SEMANA:
Bate papo com Chico Anysio
O que representa em sua história, o espetáculo Chico.Tom?
Representa um passo além na minha longa carreira. Será a primeira vez que eu estarei dividindo o palco com alguém.
Como foi o processo de elaboação do espetáculo? Idealizado por quem e desde quando começou a montagem?
Chico.tom deveria ser um programa de TV na Globo, mas o tom foi para a Record e eu achei que nós deveríamos aproveitar o título, que era ótimo, para se fazer um show no teatro. foi o que aconteceu e deu certo.
Tv e Palco, um complemento?
Nada a ver uma coisa com a outra. Na televisão, temos que mudar, porque a platéia é a mesma; no teatro podemos ser os mesmos, porque a platéia muda.
Tom Cavalcante, seu conterrâneo e segundo ele, discípulo. Como é a ligação dessa relação no seu íntimo?
O Tom, para mim, é como se fosse um filho.
O que o público do Rio Grande do Norte pode esperar?
Nós garantimos que o público terá duas horas de muito divertimento.
Um recado, um dizer, uma lembrança? O que gostaria de dizer ao Tom?
Nós nos falamos diariamente. o que um tem a dizer ao outro, hoje, por exemplo, nós já dissemos.
Bate papo com Tom Cavalcante
E para você, o que é Chico.Tom?
Considero Chico, ao lado de Chaplin e Jerry Lewis, um dos três melhores do mundo. a sua marca de criação de tipos, que se tornou mania popular no Brasil, é algo inédito no planeta. Esse nosso encontro no palco é um grande privilégio na minha trajetória.
Como nasceu esse espetáculo?
Nasceu para a ser um programa de televisão, com a exibição de quadros e situações variadas envolvendo os diversos personagens do Chico e os meus. Com a minha saída da Globo em 2004, resolvemos dar a ele um formato de show, subindo aos palcos nas principais capitais do país. Chico.Tom estreou em SP, em novembro de 2005 e, sempre que minha agenda e do Chico permitem, fazemos o espetáculo Brasil afora.
Tv ou palco?
Me realizo em ambos. Na televisão, pode-se chegar a todos os lugares e, no palco, sentimos a reação imediata da platéia.
Chico, seu mestre?
Sem dúvida, Chico é minha grande referência, sou discípulo desse grande mestre no palco. O show flui muito agradável, afinal de contas falamos a mesma língua: o cearês. Essa é a melhor parte.
O que o público aqui pode esperar?
Um espetáculo onde o público pode apostar na gargalhada. Essa é a intenção. O show é antes de mais nada um grande encontro de duas gerações, ou de criador e criatura. Um barato! Chico abre o espetáculo e conduz durante 45 minutos com uma série de tipos, crônicas e piadas. Em seguida, subo eu, anunciado pelo mestre, e adereçado por um belo clipe. Faço meus monólogos,evoco personagens, imito famosos, faço a minha crônica política, e um relato das últimas notícias do país. em seguida, saio para a entrada do professor Raimundo, quando Chico faz a platéia matar saudades do personagem da TV que pela primeira vez sobe ao palco. O professor, então, chama seu aluno mais irresponsável: João Canabrava. Fazemos desse encontro o ponto alto do show com hilárias situações.
Um recado, um dizer:
Aos 10 ou 12 anos, a melhor coisa do mundo era ter a vida que eu tinha, não queria mais nada. O futebol no gramadinho do bairro,a calçada da rua da minha casa, banho de lagoa e banho de mar. Era o sinônimo da felicidade.
