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E agora, qual o plano de aula?

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João Maria de Lima 
Como a previsão das suspensão das aulas, na Rede Pública e Privada, vai até o fim de abril, mais de 1 milhão de estudantes estão em casa, a maioria sem uma rotina de estudos definida e apropriada.
Aqueles que têm o privilégio de um plano de Internet em domicílio, em sua maioria os da Rede Particular, podem acompanhar aulas em diversas plataformas e aplicativos. No entanto, só isso não garante a qualidade do ensino e da aprendizagem. É muito difícil fazer crianças, adolescentes e jovens se habituarem, rapidamente, a uma disciplina que eles não tinham em casa.
Mais cruel é saber que  muitos estudantes da Rede Estadual de Ensino estão a ver navios. Pouquíssimas escolas públicas no Rio Grande do Norte dispõem de recursos para ensino a distância. Também não vi a Secretaria de Educação do Estado apresentar um plano, além daquele de suspender as aulas. 
Parece que a saída vai ser a tradicional e óbvia, tão comum em tempos de greve: depois que tudo passar, prorrogar o calendário letivo até dezembro, quiçá, janeiro de 2021.
Outro agravante é que o Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, o INEP, manteve o calendário normal do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), como se o Brasil, para não dizer o mundo, não tivesse parado por causa da pandemia do coronavírus. Em nosso Rio Grande do Norte, só em 2019, foram 119 mil inscritos para essas provas. Esse número deve ser superado em 2020.
Não se pode deixar esses estudantes, em especial, os da escola pública e os que já concluíram o Ensino Médio, sem uma alternativa. É hora de união pela educação do RN. Há que se pensar em uma opção que alcance a todos, e a Internet não o faz.
No Amazonas, os discentes de escola pública já dispunham de aulas pela TV. Não necessariamente por ser um Estado vanguardista em educação, mas pelo fato de que as distâncias e o difícil acesso a algumas regiões por lá tornaram essa modalidadeessencial. O fato é que essa plataforma de ensino funciona muito bem. 
Nesse período de quarentena, eles aperfeiçoaram esse método e estão ofertando, além da Internet,  aulas em TV aberta, em três canais, durante três turnos, contemplando os Ensinos Fudamental e Médio.  O cronograma de aulas com horário de exibição pode ser acessado no site da Secretaria da Educação e do Desporto.
Aqui, em terras potiguares, a Assembleia Legislativa vem dando uma grande contribuição, há cinco anos, com o programa semanal Conexão Enem, coordenado pela Escola da Assembleia e transmitido pela TV. Em tempos de quarentena, a TV Assembleia reprisará vários programas em sua grade. Talvez seja essa a solução para ajudar os estudantes do RN: usarmos uma TV pública para, com planejamento e organização, levar aulas a mais alunos em tempos de isolamento social.
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