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E se amanhã…

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Vicente Serejo
Não custa nada perguntar se a dúvida na semântica jornalística é sempre uma mistura de desconfiança e precaução: e se amanhã a tradição retomar o artifício da velha matriz que sempre tem guardada no armário e se unir em torno de um nome? E se esse nome for mesmo Álvaro Dias, como saída mais provável, para disputar o governo e retomar o poder das mãos dos petistas, único ponto forte e convergente capaz de unir as famílias da tradição ainda saudosas do poder? 
A ideia, como artifício, não é nova. A tradição sempre soube afastar as diferenças e se unir cada vez que se sente ameaçada. Nessas horas, não apenas aceita que precisa unir as suas forças, como sabe escolher o melhor. Em política, o melhor é o melhor da hora. É aquele que além de apresentar-se melhor colocado, se comparado aos outros, oferece a garantia política da sobrevivência para todos naquela hora inadiável do combate a postergar quaisquer diferenças. 
O nariz de cera é para introduzir a questão que hoje parece presidir as elucubrações dos grupos agregados sob a marca da tradição. Nessas horas, as formulações se fazem por sobre as dificuldades e só depois são testadas na prática. A união possível, com a chance real de lutar e reconquistar o poder, seria unir, numa mesma chapa, as forças representadas por Álvaro Dias, Carlos Eduardo Alves, Rogério Marinho e Benes Leocádio, para focar nos nomes mais visíveis. 
Como? Por obra e graça do espírito político. Não há a criatividade graciosa em política, mas o senso de estratégia. E esse senso só é possível alcançar sem enganos. Uma alternativa hoje ainda posta debaixo de alguns travesseiros seria reunir Álvaro Dias para governador e Carlos Eduardo Alves para senador, se a escolha se fizer a partir das pesquisas. Benes Leocádio seria o vice-governador e Rogério Marinho um candidato a deputado federal, como cabeça de chapa. 
O ponto discutível, no caso, seria convencer o hoje ministro Rogério Marinho a aceitar a posição de terceira magnitude, consagrando-se as posições de governador e senador a Álvaro e Carlos Eduardo. Pior seria, mantido o artifício da projeção, alijar da chapa majoritária a forte presença de Carlos. Para testar, é avaliar o quanto foi anêmica a chapa com Benes Leocádio para governador e Rogério Marinho para senador, sem que se julgue o mérito pessoal deles dois. 
Os conservadores sabem que a candidatura da governadora Fátima Bezerra está pronta e consolidada para ir às ruas e só nas urnas poderá ser derrotada. Cabe a quem deseja retirá-la do governo armar seu jogo a partir dos melhores nomes que dispuser. Para isto, terá que afastar as diferenças e centrar a estratégia nas semelhanças que possam unir suas forças. Antes que, da ruas e depois da luta, lhe reste, pobremente, resmungar justificativas sem qualquer racionalidade.
CHUMBO – O sete de setembro consolidou o PSDB na oposição. Com ou sem o impeachment de Jair Bolsonaro. Com ou sem a candidatura de governador de SP, João Doria, para presidente. 
EFEITO – No plano local, e considerada a plausibilidade, o PSDB de Álvaro Dias e o PDT de Carlos Eduardo não encontram impedimento. O resto é de pura construção política. Nada mais. 

CREIA – A Assembleia discute a prisão de Roberto Jeferson, enquanto a Liga contra o Câncer, patrimônio de todos, está sem pagamento. A estupidez humana tem suas formas de manifestação.   
AGENDA – Sem agente forte, sem capacidade de trazer revelações, as CPIs caminham para a mesmice de até agora. A da Arena das Dunas patina no já conhecido. E a da pandemia perdida.
AVISO – Chega aos olhos dos leitores brasileiros a tradução de ‘Uma Verdade Incômoda’, de Sheere Frankel e Cecilia Kang, o livro que “escancara a feia verdade por trás do Facebook”. 

SECRETO – Nas suas páginas revela informações de fontes que integraram a equipe de ponta do Facebook, inclusive a ‘invasão’ dos russos. Edição Companhia das Letras. Custa R$ 84 reais.

PANTIM – É fácil identificar o intelectual que sonha ser imortal de qualquer jeito. Basta vê-lo na Academia, no adeus ao morto que deseja suceder: banhado da mais triste e compungida dor. 
REGISTRE-SE – Pela beleza: a crônica de Drauzio Varela sobre a florada dos ipês amarelos; e a foto da florada dos ipês brancos, em São Paulo. O belo, às vezes, vence até a tristeza humana.
FORÇA – O Plano Diretor chega à Câmara Municipal e o conjunto dos movimentos – partidos, coletivos e entidades – atuantes nesta área está mobilizando a sociedade para realizar um Ato de Recepção Popular do Plano Diretor na CMN. Hoje, terça, dia 14, lá diante da Câmara, às14h30.
BRASIL –  A Companhia Editora de Pernambuco lançou o livro da jornalista portuguesa Isabel Lucas – ‘Viagem ao País do Futuro’. É como se, mais de quinhentos anos depois, um novo Pedro Álvares de Cabral viesse para redescobrir o Brasil do Século XXI, esse agora, de Jair Bolsonaro.
DETALHE – O livro, como texto, não é inédito. Foi orginalmente publicado em série no jornal literário ‘Pernambuco’ e nas páginas do maior jornal português, ‘Público’. No mesmo modelo das análises jornalísticas que ela adotou já no seu livro anterior, o ‘Viagem ao Sonho Americano’. 
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