O avanço da vacinação e a retomada das atividades presenciais deram forte impulso ao emprego na economia criativa no primeiro trimestre deste ano. O segmento, que reúne cultura, moda, design, arquitetura, artesanato, comunicação, publicidade, entre outras especialidades profissionais, ganhou 814 mil novos postos de trabalho e fechou o período com 7,4 milhões de trabalhadores ocupados, número 12% maior que os 6,5 milhões verificados no primeiro trimestre de 2021. Os dados são do Boletim de Economia Criativa produzido pelo Observatório Itaú Cultural. No Rio Grande do Norte, o crescimento da oferta de vagas para trabalhadores da economia criativa foi de 37% entre o 1º trimestre de 2021 e o mesmo intervalo de 2022. Foram criados 27,8 mil novos postos de trabalho para o segmento no estado, neste período.

No RN o crescimento foi de 37% com 27,8 mil postos de trabalho criados
O número de vagas no Estado já supera o período pré-pandemia. No 1º trimestre de 2020 havia 99,1 mil trabalhadores alocados na indústria criativa. No 1º trimestre deste ano foram registrados 103,1 mil postos de trabalho no segmento.
Segundo o levantamento, feito com base nos dados da Pnad Contínua, a retomada gerou crescimento real de postos de trabalho frente ao período pré-pandemia. O segmento encerrou o primeiro trimestre de 2022 com 570 mil postos a mais que os 6,8 milhões verificados no primeiro trimestre de 2020 (crescimento de 8% no intervalo).
“A indústria criativa experimentou forte retomada, ampliou a oferta de postos frente ao período pré-Covid e mostrou que é um segmento de grande relevância para a geração de emprego e renda na economia brasileira”, diz Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural.

A recuperação do segmento foi tão intensa que superou a taxa média de retomada de emprego no país. No comparativo do 1º trimestre de 2022 contra o 1º trimestre de 2021, o número de vagas totais ofertadas no Brasil, segundo o IBGE, cresceu 9%. O índice é 3 pontos percentuais menor que os 12% verificados nos setores criativos. No comparativo do 1º trimestre de 2022 contra o 1º trimestre de 2020, a economia brasileira aumentou em 2% a oferta de vagas, 6 pontos percentuais a menos que os 8% verificados na economia criativa.
Cultura: maior crescimento percentual
O estrato de trabalhadores especializados em cultura, em todo o Brasil, foi o que experimentou o maior crescimento relativo de oferta de postos de trabalho, entre o 1º trimestre de 2022 e o 1º trimestre de 2021. No total, foram abertas 173 mil vagas para este estrato, uma expansão de 32% no período. A recuperação, entretanto, não foi suficiente para retomar o número de postos deste estrato verificado no primeiro trimestre de 2020.
“A Lei Aldir Blanc (aprovada em março de 2020 e regulamentada em agosto do mesmo ano) teve papel fundamental para atenuar a eliminação de postos de trabalho na cultura e para impulsionar a retomada a partir do primeiro trimestre de 2021”. avalia Saron.
“Saímos uma queda de 27% (cerca de 198 mil postos de trabalho perdidos), entre o primeiro trimestre de 2020 e o mesmo período de 2021, para uma retomada que em parte se amparou nos estímulos desta legislação”, diz o diretor do Itaú Cultural.
Já o número de postos para os trabalhadores de apoio alocados na economia criativa (um contador que presta serviços para empresas do segmento, por exemplo) cresceu 24%, com o acréscimo de 532,1 mil postos de trabalho no intervalo analisado.
O número de postos para trabalhadores criativos incorporados por outros setores da economia (um design que trabalha na indústria automotiva, por exemplo), cresceu 10% no comparativo do 1º Trimestre de 2022 contra o mesmo período de 2021, com a criação de 167,6 mil novos postos no intervalo).
Já a oferta de postos ofertados para o conjunto dos trabalhadores criativos (somando cultura e os especializados de outros segmentos criativos) teve crescimento menos intenso e bateu a marca de 4% de expansão. Este conjunto somava 2,6 milhões de empregos no 1º trimestre de 2021 contra 2,8 milhões no mesmo intervalo de 2022.