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Economia e criatividade para gerar qualidade de vida

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Por que repensar a cidade? Esta é a questão inicial levantada pela consultora Ana Carla Fonseca Reis, na palestra 28º edição do Seminário Motores do Desenvolvimento do RN. A economista defende que o impacto que as tecnologias virtuais também traz, para a economia, uma premência de inovação muito alta. Em sua palestra sobre oportunidades e desafios nas cidades criativas ela busca pontuar as mudanças econômicas que passam pelo avanço da tecnologia, mas que deve ter no recurso humano o seu principal capital para desenvolver a economia e melhorar a qualidade de vida das pessoas.
A economista Ana Carla Fonseca Reis fez palestra na 28ª edição do Seminário Motores do Desenvolvimento do RN e explicou que a cidade que quer ser criativa deve se reinventar e ter a inovação como base
#SAIBAMAIS#Os trabalhos criativos são aqueles que não são repetitivos e que agrega valor ao trabalho, com mudança de processos de trabalho por meio da importância de talentos. Neste sentido, é preciso observar a simbiose entre a economia e as cidades criativas e que possam significar qualidade de vida. “Para isso, é preciso ter espaços que ofereçam qualidade de vida que suscite nas pessoas o desejo de ficarem lá e colocarem os talentos criativos junto com a tecnologia, como podemos mudar o olhar sobre a cidade para que possamos atrair os talentos, desenvolver as melhores formas de desenvolvimento”, disse.

Para o desenvolvimento de uma cidade criativa, é necessário tanto a participação do cidadão, quanto o envolvimento da iniciativa privada ou poder púbico. Segundo a economista, qualquer um dos três atores pode catalisar novos olhares de transformação. Porém, as ações só se convertem em longeva, perene e sustentável se os demais atores se engajarem nesse processo. “Todos os processos de transformação dos quais participei ou me envolvi, tendo por pauta a lógica da cidade criativa, requereram a participação de governo, setor privado e sociedade civil”, afirma.

Nesse contexto, levantamento publicado no jornal Folha de São Paulo, a posição de Natal no ranking de eficiência municipal é de 1.333, mediano a eficiente. Enquanto João Pessoa, está em 342 que investiu mais em saúde, educação, segurança. “Reitera a importância de politicas públicas para o desenvolvimento das cidades”, afirma Ana Carla Fonseca.

A economista, mestre em Administração e doutora em Urbanismo elaborou a tese pioneira em cidades criativas, pela Universidade de São Paulo (USP) e conta que não ha um conceito único sobre cidade criativa. Com base em um estudo que desenvolvemos junto a 18 pesquisadores de 13 países, a economista pondera que é fundamental para considerar que uma cidade é criativa identificar se esta se pauta por três questões.

A primeira são as inovações, em sentido amplo – das inovações sociais às de tecnologia de ponta, dependendo dos desafios e das condições da cidade. A segunda são as conexões: entre público, privado e sociedade civil;  entre sua história e seu desejo de futuro; entre áreas da cidade e dentre outros elementos. A terceira, por fim, é sua cultura, o que em sentido macro representa a identidade e em um recorte mais micro abrange também a cena cultural e artística.

“Toda cidade que se pretende criativa deve ter fatores: deve se reinventar, ter a inovação com base. Como fazer para que continue se reinventando, agregando também tecnologia. O segundo ponto a cultura no sentido de identificar, e as conexões que fazem a receita ser única”, pontua Ana Carla Fonseca.

A economista mostrou o case da Costa Rica, que conseguiu alavancar a economia a partir de investimentos e inovação em turismo, dentro do contexto de rede de cidade criativa, a partir de inovação, do envolvimento de pessoas, financiamento público e políticas de prioridade do turismo, empreendedorismo, que destacam os recursos naturais e culturais. “Investiu em governança em suas peculiaridades de forma a aumentar inclusive a cobertura florestal, como forma de valorizar a identidade própria e crescer e desenvolver a partir desta identidade”, disse a pesquisadora. E também da China que saiu da categoria de quem apenas produz para aquele que também inova.

E chama atenção para o potencial em desenvolvimento do turismo – uma das vocações do RN – cuja projeção de fluxo internacional de turistas é de chegar a 1.4 bilhão em 2020.A competitividade em viagem e turismo, no Brasil, ainda tem dificuldades em sustentabilidade ambiental, competitividade de preços, prioridade dada ao turismo, politicas. Mas em contrapartida, entre as vantagens tem os recursos naturais e culturais. “O Rio Grande do Norte que se destaca por esses recursos precisam ser melhor exploradas e pensar formas de que o morador perceba essas transformam, se envolvam, se identifique com a cultura e com a inovação”, afirma a economista.

Pensando os centros históricos das cidades brasileiras é preciso discutir os pequenos empreendimentos devem ser estimulados para ser mais competitivos, de forma que se mantenha a atividade comercial, mas também contribuir para revitalizar espaços e preservar a identidade, as conexões afetivas.

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