quinta-feira, 18 de abril, 2024
31.1 C
Natal
quinta-feira, 18 de abril, 2024

Economistas analisam PIB

- Publicidade -

AVALIAÇÃO - Goldfajn diz que é curioso, mas o Brasil ficou mais ricoSão Paulo – Os novos cálculos do Produto Interno Bruto (PIB) entre  2000 e 2005, apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística  (IBGE) anteontem, não comoveram economistas tradicionais do País, como  o ex-presidente do Banco Central (BC) Affonso Celso Pastore e Ilan Goldfajn,  ex-diretor do BC. “É curioso, mas ficamos mais ricos porque descobrimos que  o governo gasta mais”, destacou Pastore, referindo-se ao aumento da participação  do governo nos novos cálculos.

Segundo Pastore, o IBGE fez o trabalho que tinha de fazer para melhorar a qualidade dos  dados e se adequar ao mercado internacional. Mas, completa o economista, o que  dá para perceber até o momento é que a diferença entre o PIB anterior e o de  agora é o consumo do governo. “A fraqueza toda não estava na produção industrial,  já que o IBGE tinha feito uma extensa revisão nessa área. O ponto fraco estava  num setor chamado governo.” Pastore destaca que esse aumento do consumo do governo no cálculo do PIB trouxe  algumas conseqüências, como a queda do investimento. “Descobrimos ontem que  estamos poupando menos e investindo menos. E ainda assim estamos festejando  porque ficamos mais ricos. Este é um País extremamente estranho. Festejamos  coisas que não deveríamos festejar”, observou Pastore, referindo-se à reação  do governo e de alguns economistas.

Para Ilan Goldfajn, sócio da Ciano Investimentos, nesse ritmo podemos ter uma  grande decepção e virar um México. “Teremos investment grade (grau de investimento),  inflação de 4% e juros menores. Mas o crescimento não sairá dos 4%”, lamenta.  Segundo ele, o problema é que as reformas necessárias para um maior crescimento  da economia não sairão do papel e os gastos do governo vão continuar elevados.  “É o mesmo que ocorre no México. Eles não conseguem nem ajustar o mercado de  trabalho deles.” Os dois economistas discutiram também os prós e contras do aumento das reservas  do País, hoje em torno de US$ 105 bilhões. Para Goldfajn, o principal benefício  é a redução da volatilidade, que beneficia decisões de investimento e o comércio  exterior.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas