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Economistas veem defasagens em dados de emprego

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A pandemia do novo coronavírus está dificultando a coleta de dados que
mostrem precisamente como anda o mercado de trabalho no País, segundo
economistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast.

As informações obtidas via telefone pela Pesquisa Nacional por Amostra
de Domicílios Contínua do IBGE podem estar subestimando o alcance do
emprego formal, defende um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada (Ipea). Uma expansão extraordinária na população em idade ativa
também teria sido influenciada pela mudança na forma de coleta, avaliam
especialistas.

Por outro lado, os dados sobre a geração de vagas com carteira assinada
captados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do
Ministério da Economia estariam superestimados pela falência e
hibernação de empresas durante a crise sanitária, que teriam deixado de
informar os desligamentos de funcionários. Uma mudança na metodologia de
coleta de dados também tem levado a revisões de informações de meses
anteriores, que alteram o desempenho do saldo entre admissões e
demissões. No chamado Novo Caged, passaram a ser contabilizados
contratos de trabalhadores temporários, de jornadas parciais de trabalho
e de pessoas contratadas por microempresários enquadrados do Simples
Nacional, que possuem até um empregado.

Os dados do Caged de janeiro de 2021 mostram a existência de 39 623
milhões de empregos formais no País, 255 mil vagas a mais que no mesmo
mês de 2020. Já os dados da Pnad Contínua para o trimestre encerrado em
janeiro de 2021 mostram uma extinção de 3 918 milhões de vagas com
carteira assinada no setor privado ante o mesmo período do ano anterior.
Na Pnad, a população em idade ativa, com 14 anos ou mais, teve alta
recorde de 2,8% no período 4,876 milhões de pessoas a mais em um ano.

“O Caged está bem mais descolado do desempenho do PIB (Produto Interno
Bruto) que a Pnad Contínua, o que mostra que pode estar superestimado.
Por outro lado, não deixa de ser relevante o ponto de que a atividade
econômica está um pouco acima do que mostra a Pnad Contínua. Talvez a
realidade (do mercado de trabalho) esteja entre o que mostra o Caged e a
Pnad Contínua”, ponderou o pesquisador Daniel Duque, do Instituto
Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV).

Estadão Conteúdo

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