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Edison Lobão assume apoio à produção de energia eólica

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SEMINÁRIO - Ministro quebra protocolo e volta à tribuna para compromisso com RN

Discursos sobre as possibilidades do uso de energias alternativas e os “gargalos” ainda enfrentados para que os projetos sejam ampliados marcaram a abertura do segundo seminário “Motores do Desenvolvimento do Rio Grande do Norte”. O tema debatido foi “Energia” e o evento foi, mais uma vez, avaliado pelos participantes como uma boa oportunidade de discutir as necessidades do Estado para alavancar o crescimento.

Na abertura do evento, cerca de 300 pessoas que lotaram o auditório da Casa da Indústria ouviram atentas as apresentações de diversas autoridades políticas, com destaque para o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, da governadora Wilma de Faria, e do presidente do Senado, senador Garibaldi Alves.

O discurso do ministro Edison Lobão, na abertura do seminário, chamou a atenção dos presentes. Depois de ser estimulado pelo presidente da Fiern sobre a questão da energia eólica, o titular da pasta de Minas e Energia destacou que no próximo ano o governo fará um leilão de concessão específico para esta fonte alternativa.

No entanto, as palavras não satisfizeram a governadora Wilma de Faria e o senador Garibaldi Filho que aproveitaram para pedir a Lobão respostas concretas para o Rio Grande do Norte. Quebrando o protocolo, após ser desfeita a mesa, o ministro pediu a palavra novamente e voltou a falar, respondendo os questionamentos deixados e garantiu seu apoio aos projetos de energia do estado.

Em coletiva concedida à imprensa, depois da solenidade de abertura, o ministro reforçou as promessas fetias. “O governo quer ampliar o parque eólico brasileiro e o que vamos fazer são leilões seguidos e sucessivos. Já estão programados. Os empresários podem ficar seguros porque o governo garante a continuidade destes projetos e a contrapartida do governo federal para a instalação destes parques”. De acordo com Edison Lobão, as expectativas são de que as iniciativas já estejam em funcionamento em 2009 ou 2010. A energia eólica servirá como um estoque energético para o país, no momento em que, por exemplo, o volume dos reservatórios das hidrelétricas estiver baixo.

Além da energia eólica, o ministro destacou que há estímulo também para a produção de energia através de termelétricas a carvão. “Hoje, os sistemas de filtros conseguem reduzir a poluição a quase zero. Nos Estados Unidos, 50% da energia produzida vem de térmicas assim. E esta metade do consumo americano é mais do que a total do Brasil”.

Outro projeto é com relação a ampliação do uso de energia nuclear no Nordeste. Dois projetos, já estão caminhando, um deles na Bahia, segundo o ministro. A localização da outra usina ainda não está definida.

Projeto vem se tornando fórum do crescimento

O projeto “Motores do Desenvolvimento” foi iniciado em junho, com o seminário sobre “Infra-Estrutura” e é uma realização da TRIBUNA DO NORTE, a RGarcia Consultoria & Investimentos, da Federação das Indústrias do RN (Fiern) e da Federação do Comércio, Serviços e Turismo do Estado (Fecomercio RN). O seminário de ontem teve o patrocínio do Governo do Estado, Petrobras, Cosern, UnP e Assembléia Legislativa.

Além da realização de um seminário para debate, o “Motores do Desenvolvimento” é composto por uma série de reportagens que antecedem o evento e um  caderno especial, editado de forma a se tornar um documento sobre a matriz energética do RN e que vai circular no próximo domingo (10). As reportagens e entrevistas aprofundam os temas descutidos ontem: geração, transmissão e distribuição de energia elétrica no RN e fontes alternativas; petróleo e gás no RN; biocombustíveis e meio ambiente. O objetivo é discutir temas importantes, considerados molas do desenvolvimento do estado. O terceiro está programado para novembro, com  o tema “Turismo”, um dos mais importantes setores de serviços na economia potiguar.

Para o diretor administrativo do jornal, Ricardo Alves, o público registrado ontem no auditório da Fiern “foi uma confirmação do que pensamos a respeito do projeto, ou seja, estamos oferecendo a oportunidade de termos um  fórum amplo e capacitado, ao mesmo tempo técnico e político, mas supra partidário, de discutirmos as questões mais importantes para pensar o futuro do Rio Grande do Norte”.

A gerente de Marketing da TN, Andréia Barandas, completa esse raciocínio ressalatando que “este é um projeto pioneiro. Tivemos a Infra-estrutura como primeiro tema, que é um alicerce, e agora a Energia e as discussões sobre as capacidades de nossa matriz no estado”.

Para o consultor Renato Garcia, da RGarcia Consultoria, além da oportunidade de debater o tema no seminário, o projeto ganha ainda mais importância com a publicação das reportagens e cadernos especiais. “Isso é extremamente importante porque não são apenas as pessoas que participam do seminário que poderão ter acesso às informações debatidas. O caderno especial ajudará a aprofundar as discussões”.

Parceiro do projeto, o presidente da Fecomercio RN, Marcelo Queiroz, destacou a importância do evento. “Esta é uma oportunidade única de discutirmos os gargalos e as perspectivas do setor energético. Com certeza, nele podemos ver as oportunidades de geração da energia eólica, termelétrica e outras alternativas que possam auxiliar o estado a se desenvolver”.

Bate-Papo

Flávio Azevedo: “Ouvimos do ministro o que era importante”

A energia eólica foi defendida pelo presidente da Fiern, Flávio Azevedo Para ele, os projetos de produção de energia através da força dos ventos precisam ser estimulados e facilitados pelo governo federal, visto que esta é a alternativa mais viável hoje para o Rio Grande do Norte. “Se o país continuar crescendo 5% ao ano, há um risco energético para o país, principalmente, para região Nordeste. É preciso investir em outras formas de energia”. Azevedo lembrou da grande capacidade que o estado tem para a implantação de parques eólicos.

A necessidade de maior atenção ao estado também foi o mote do discurso do senador Garibaldi Alves. Falando logo após o ministro Edison Lobão – que tentou ser cauteloso diante das palavras do presidente da Fiern – o presidente do Senado declarou que é preciso que os leilões na área de energia eólica que já foram anunciados pelo governo tenham um cronograma. “O empresário só vai se sentir seguro para investir em um projeto que tenha continuidade”. E fez cobranças também com  relação à refinaria de gasolina que foi anunciada pela Petrobras, com prazo para início de funcionamento em 2010. “Sabemos que merecíamos uma refinaria muito maior a que está destinada. Já foi anunciado que ela pode ter incrementos, mas é preciso haver uma perspectiva de crescimento”.

A governadora Wilma de Faria também foi enfática com relação à refinaria. “Se não fôssemos importantes, a Petrobras não teria feito investimentos importantes no estado. Sei que somos um estado pequeno, mas também é preciso investir nas possibilidades de melhorias”.

Qual a importância deste seminário para o Rio Grande do Norte?
Os seminários têm a importância de fazer duas coisas: primeiro, um diagnóstico de setores fundamentais, inicialmente a infra-estrutura e, agora, em energia que são pontos fundamentais. Ao mesmo tempo que os seminários mostram o que falta para ser feito, apontam caminhos e soluções. Além disso, ele (evento) permite reunir as mais altas autoridades políticas do assunto, como foi o caso da presença dos ministros nos dois seminários, com os empresários em uma oportunidade rara. Este é um grande diferencial deste evento.

Como a Fiern avalia o setor energético no Estado?
Temos uma opinião muito clara: o Nordeste não tem mais possibilidade de produção de energia hidráulica, que seria a melhor opção, mais limpa, mais barata. O que resta são energias alternativas, como a biomassa, eólica ou termelétricas. Mas não temos biomassa e não temos gás suficiente para investir nas térmicas. O uso de combustíveis fósseis nestas usinas também não seria viável. A solução, que cabe como uma luva principalmente para o Rio Grande do Norte, seria a eólica.

E quanto à energia solar? O senhor é a favor?
Sim. Mas ainda não existe um caminho concreto de como transformar energia solar em elétrica. Por isso, ela inda não é viável.

E as intervenções da governadora Wilma de Faria e do senador Garibaldi Alves em cobrar uma postura do ministro?
O senador e a governadora conseguiram colocar o ministro na parede, tanto que quebrando o protocolo ele voltou a falar e assumiu os compromissos que foram cobrados. E, sem serem agressivos, o senador e governadora conseguiram ouvir do ministro aquilo que era importante para o estado.

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