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Eduardo Campos esteve em Natal em julho deste ano

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O candidato do PSB ao Palácio do Planalto, Eduardo Campos esteve em Natal, no dia 11 de julho deste ano, cumprindo agenda oficial já em campanha eleitoral. Na oportunidade, em entrevista exclusiva à TRIBUNA DO NORTE, Campos teceu críticas ao governo da presidenta Dilma Rousseff e falou das propostas de governo.
O povo vai perceber que ela só ganhou a eleição graças aos votos do Nordeste, mas não teve a mesma atenção com as pessoas dessa região, diz Eduardo
FRASE: “Eu acho que o Brasil deseja mudar, mas não mudar para o passado e sim para o futuro, preservando as conquistas que produzimos na vida do país nos últimos anos. O Brasil também precisa superar a política do fisiologismo, do patrimonialismo, superar o baixo crescimento na inflação que está de volta, os juros altos, o caos que se estabelece no setor elétrico brasileiro”.

Leia a entrevista na íntegra:

Por que o senhor acha que merece o voto do eleitor para presidente da República?
Eu
acho que o Brasil deseja mudar, mas não mudar para o passado e sim para
o futuro preservando, as conquistas que produzimos  nos últimos anos. O
Brasil também precisa superar a política do fisiologismo, do
patrimonialismo, superar o baixo crescimento, a inflação que está de
volta, os juros altos, o caos que se estabelece no setor elétrico
brasileiro. E para fazer esse processo acontecer, é necessário e
fundamental que  uma força política que tenha compromisso com a
renovação possa assumir. Eu e a Marina Silva representamos a
possibilidade do Brasil mudar para o futuro, renovar as práticas
políticas e buscar as energias renovadoras que tem na sociedade
brasileira para vivermos um ciclo de melhorias. Nós temos uma
experiência administrativa comprovada, pois, como governador  num estado
do Nordeste com todos os desafios, recursos e condições adversas, nós
mostramos que é possível fazer mais com menos. Fizemos uma política de
segurança que fez com que Pernambuco fosse o único estado do Nordeste
que nos últimos anos reduziu a violência. Fizemos a maior rede de ensino
de tempo integral. Maior do que São Paulo, Rio de Janeiro e Minas
Gerais juntos. Fizemos atração de um conjunto de empresas e
investimentos produtivos que nos fez ser o estado que mais cresceu na
economia e gerou empregos diretos, pois ousamos em uma gestão inovadora,
com métodos novos, com uma prática política nova.  E é isso que
queremos colocar à serviço do Brasil, eu sou o único candidato
nordestino que conhece esse Nordeste como a palma da mão, que sabe das
dificuldades, que sabe das potencialidades e sabe que o Nordeste já
cansou de ser visto como a urna do Brasil.

A região Nordeste
teve um peso decisivo na eleição da presidenta Dilma Rousseff. Qual a
estratégia para “tirar” esses votos da candidata do PT na região?

Eu
acho que vai começar agora a campanha, daqui a pouco começa o horário
eleitoral e as pessoas vão se aproximando do debate sobre o futuro do
Brasil. E eu tenho grande confiança que o povo vai entrar nessa
discussão para fazer a diferença, e a diferença é fazer a mudança,
mostrar que a presidenta Dilma só ganhou a eleição presidencial
basicamente pelos votos do Nordeste. Mas não teve a mesma atenção com as
pessoas dessa região. O que a gente percebe são obras inacabadas, são
promessas que não se cumprem, um processo de desaceleração do
crescimento do Nordeste, a renda volta a se concentrar, a inflação toca a
renda das famílias, as prefeituras do Nordeste estão quebradas em
função da política econômica do governo federal e um governo que não
dialoga, que não nos escuta. Tenho total confiança que os meus
conterrâneos vão me levar para o segundo turno e vou ser Presidente da
República para fazer pelo Nordeste aquilo que muitos tiveram
oportunidade de fazer e não fizeram.

Na avaliação do senhor, a
atual conjuntura econômica do país de alta de juros, inflação,
desaceleração do PIB, resulta da postura do atual governo ou é
consequência de uma situação macro, com a crise internacional?

Isso
se deve a uma falta de coordenação de uma política macroeconômica no
governo federal. O governo não passa confiança aos agentes econômicos
brasileiros e de fora do país. Isso fez com que todos retraíssem as suas
decisões em relação a investimentos no Brasil. Não é por acaso que nós
estamos tendo os quatro anos de menor crescimento de toda história da
república brasileira desde Deodoro da Fonseca. E ela (Dilma Rousseff)
quer esconder essa realidade com marketing, enquanto o desemprego na
indústria brasileira acontece de maneira acelerada, famílias cada vez
mais endividadas, os juros cada vez mais altos, os serviços público na
ineficiência. Eu acho que essa falta de visão do mundo real, a falta de
uma postura clara na política macroeconômica quebrou a confiança.

Sendo eleito, qual a sua estratégia para fazer essa economia voltar a crescer?
O
ato da eleição, o resgate da legitimidade de um governo ele já dá um
passo importante no sentido de criar um novo ambiente para quem vai
empreender no Brasil. De outro lado, a minha experiência como gestor
público: eu dialoguei com uma cena econômica de um país inteiro que nos
conhece e sabe que nós vamos fazer um governo sério, competente, e vai
equilibrar as finanças públicas, que vai tomar conta da inflação, que
vai fazer crescer o país. Esse ambiente se cria com regras claras,
planejamento de longo prazo, simplificação, desburocratizando o país.

O
Brasil está inserido no Bric, mas tem apresentado um desempenho abaixo
dos registrados pela Rússia, China, Índia. O que é preciso para garantir
um crescimento compatível com essas outras economias?

Para
sustentar o crescimento de uma maneira prolongada, é fundamental ter uma
estratégia de longo prazo, coisa que o Brasil não tem. A presidenta
falava que esse era o governo que ia baixar os juros do Brasil. O juros
baixou e disparou, foi lá para cima; que ia baixar o preço da energia,
baixou e depois foi lá para cima; que iria crescer a economia, e essa
decresceu. Não existe uma visão de longo prazo. Uma coisa fundamental
para o Brasil continuar crescendo por décadas é o investimento em
educação, esse é o único caminho para reduzir as desigualdades que temos
no país hoje. O legado que queremos deixar em quatro anos é escola
integral desde a creche ao ensino médio, concomitante com um ensino
técnico e profissionalizante.

Qual a principal crítica que o senhor faz ao governo da presidenta Dilma Rousseff? Quais motivos levaram ao rompimento com o PT?
Na
verdade eu acho que a presidenta Dilma teve oportunidade, todos nós
torcemos que ela desse certo, os que votaram nela e os que não votaram
torceram, mas ela não soube, não pode ou não quis, enfim, o fato é que
ela jogou essa oportunidade fora. Ela é a primeira presidenta da
República a entregar o país pior do que encontrou. Itamar Franco
entregou o país melhor do que encontrou do Sarney, o Fernando Henrique
Cardoso entregou o país melhor ao Lula, esse entregou muito melhor do
que recebeu do Fernando Henrique, mas a presidenta Dilma vai entregar
pior do que recebeu do Lula. Na economia o crescimento é menor, a
inflação é maior, a taxa de juros é maior, do ponto de vista da
concentração de renda, paramos o processo de desconcentração da renda,
as contas públicas nunca tiveram um déficit tão grande, no setor
elétrico a Petrobras perdeu Eletrobrás perdeu dois terços do valor que
tinha, ou seja, houve uma desarrumação que a gente precisa corrigir. Eu
acho que a maior crítica que eu tenho a fazer ao governo é que este se
ofende com qualquer crítica que a gente vá fazer, e quem vai governar
não pode se ofender com criticas, pois esta muitas vezes é quem ajuda um
governo a corrigir os erros. Se você não tiver uma postura aberta a
sugestões e opiniões, dificilmente você vai acertar.

O senhor
defende a necessidade de uma “nova política” de gestão. Na prática, que
modelo é esse e o que deve mudar em relação ao atual modelo?

A
mudança essencial é a seguinte: a presidenta Dilma levou o país a ter 39
ministérios e o preenchimento desses ministérios deixaram de ser pela
lógica da competência, da seriedade, do conhecimento, para ser do
interesse dos partidos, do tempo de televisão, da próxima eleição. A
gente precisa colocar gente que entenda de saúde, que saiba tocar e
fazer a educação melhorar, valorizar o professorado, a economia do mesmo
jeito. Então o que muda é a atitude, com a seleção dos melhores
brasileiros, os mais talentosos e capazes, que vão me ajudar a tirar o
Brasil do caminho errado e colocá-lo no caminho certo. O que acontece
hoje é que essa luta PT versus PSDB divide o Brasil.

O senhor
criticou o atual funcionamento do Executivo federal e disse que, sendo
eleito, reduziria a quantidade de ministérios. Quais ministérios poderão
ser desativados e por que?

Nós devemos reduzir a cerca de 20
ministérios no conjunto de ministros. Essa decisão sobre o novo
organograma ela será tomada tão logo se conclua o programa de governo, a
nossa equipe vai dizer: o conteúdo é esse e a forma para dar conta
desse conteúdo será essa. A equipe é formada por dezenas de técnicos que
estão nos auxiliando a fazer o programa de governo. Outra coisa é que
nós vamos reduzir o número de cargos comissionados, para valorizar o
servidor de carreira, e poder efetivamente dar espaço para liderar
processos dentro da máquina pública a partir de uma visão de competência
As agências que foram criadas para regular os serviços públicos mas são
concedidos a iniciativa privada, elas estão deixando a desejar. Nós
queremos assumir o compromisso de mudar, mas que seja de verdade.

E o que o senhor deve preservar do governo Lula-Dilma?
Não
faço aquela política do tempo antigo, onde um chegava e desmanchava o
que o outro estava fazendo só por uma questão politiqueira. O que tiver
dando certo tem que ser preservado. O Bolsa Família é um programa certo,
precisamos que chegue a mais famílias, pois tem muita gente que precisa
mas não recebe, e que as famílias do bolsa família também recebam
outras políticas, como uma saúde de qualidade, qualificação
profissional, acesso a educação de qualidade. Já assumimos um
compromisso: eu vou fazer mais do que a presidenta Dilma fez, eu vou
fazer 4 milhões de casas com o programa Minha casa, minha vida. Além
desse programa, a gente precisa recuperar favelas, regularizar a posse
de terra de muitos bairros, além de calçamento, de saneamento. O Prouni
para que jovens possam ter acesso a universidade particular também, mas
precisa ser aperfeiçoado. Precisamos também abrir mais vagas nas
universidades públicas..

Caso o senhor não chegue ao segundo turno, quem o senhor apoiará? É possível uma nova aliança com a candidata do PT?

Eu estou completamente confiante de que nós vamos para o segundo turno.

Dois
pontos pendentes no Congresso: Reforma Tributária e Pacto federativo.
Como serão tratadas em uma possível gestão do senhor, caso eleito?

Eu
vou fazer a reforma tributária no primeiro ano do governo, eu
participei de todos os debates sobre reforma tributária no Brasil nos
últimos 20 anos. Vou comandar pessoalmente a reforma tributária, parte
dela entrará em vigor já em 2016, mas a outra parte será de maneira
fatiada, para viabilizar forças a favor da reforma. Eu assumi um
compromisso e vou cumprir como tenho assumido todos que assumi na vida
pública, eu vou ser o primeiro presidente da república a não aumentar
tributos no Brasil. Vou baixar a carga tributária e vou distribuir o
bolo tributário entre os municípios e os governos estaduais. As
prefeituras estão literalmente quebradas no Brasil, e se quebram as
prefeituras, quebram os serviços públicos mais elementares como a
creche, a ação básica de saúde, a questão da limpeza urbana, questões
elementares para a vida das comunidades, vou fazer isso porque é
possível fazer.

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