A cada um, sua escola. Antigamente, mesmo até a metade do século XX, as crianças das diferentes classes sociais não coexistiam no sistema educacional. Havia redes divididas: primária-profissional, desembocando no mercado de trabalho, para as classes populares; rede secundária-superior, desembocando nos estudos longos, para as classes mais favorecidas. Isso foi o que disse o sociólogo, o suíço Philippe Perrenoud, ao falar sobre o que é educar e sobre qual é o papel da educação no mundo atual, para professores de todos os níveis de ensino, durante a realização do Congresso Internacional de Educação, que acontece até hoje, no Expor Center Norte, em São Paulo.
Sobre reforma educacional, Perrenoud explicou para o grupo de educadores que são seis causas desse fracasso: Subestimar a força dos adversários; não incluir os atores na pilotagem das reformas; avançar e avaliar muito rapidamente; subestimar o poder da rotina; ignorar a realidade do trabalho dos educadores; e superestimar o nível de qualificação profissional. Ele proferiu palestra sobre denominada de “A Escola de A a Z”. Paralelamente ao seminário, acontece no mesmo local a Educar 2006 – Feira Internacional de Educação, com exposição de serviços, projetos e ações pedagógicas de todo o país.
Durante quatro dias – a Educar começou na quarta-feira três e termina hoje, o evento reúne profissionais da área educacional do Brasil e do exterior. Mantenedores, coordenadores pedagógicos, diretores, professores e demais profissionais do segmento educacional, têm a oportunidade de conhecer as novidades produzidas pela “industria da educação”, participar do Congresso que tem o tema “Como o mundo anda educando – O que o Brasil tem a aprender e trocar experiência”.
Para desenvolver o tema foram convidados renomados conferencistas nacionais e internacionais. O médico Dráuzio Varella fala sobre conhecimento e Educação: ingredientes básicos da qualidade de vida. O sociólogo Pedro Demo direciona sua palestra sobre reconstruindo a competência de quem ensino, para os professores que tem como desafio superar as aulas reprodutivas, nas quais a maioria se perde.
A abertura do evento, o polêmico filósofo Rubens Alves abordou o tema “Educador de Corpo e Alma”, provocando aos profissionais da área a inspiração para reinterpretar não apenas a missão de educador, mas a própria trajetória de vida.
