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Elemento surpresa mela o jogo para o Senado no RN

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Cassiano Arruda Câmara
Quando o jogo parecia feito, com todos os disputantes conhecidos e o cacife devidamente definido, eis que, na 25ª hora, do nada, aparece um novo personagem; e que não existia “jogo feito” coisa nenhuma.
Estamos falando do jogo para Senador da República nas eleições de 2022, no RN.
O quadro parecia definido com as candidaturas de Rogério Marinho, o primeiro lançado, pelo próprio Presidente da República, Jair Bolsonaro, que havia decidido fazer a eleição para Senador como a mais importante para o seu hipotético segundo Governo.
No Rio Grande do Norte ele tinha dois Ministros de olho no Senado, além de Marinho, do Desenvolvimento, Fábio Faria, das Comunicações; ambos com as candidaturas postas. Bolsonaro imaginava a chapa completa, indo um ministro disputar o Governo do Estado, e o outro, o Senado.
Faria saiu vitorioso no recuo, decidindo continuar no Governo Federal e deixar seu nome ligado a chegada do G-5 na telefonia do Brasil, além de poder ajudar o pai, o ex-governador Robinson Faria, que pleiteia uma vaga na Câmara Federal. Ministro, poderá ajudar o pai e o colega de ministério.
ELEMENTO SURPRESA
Um jogo que parecia definido, com pequenas necessidades de acomodação (aparentemente expostas e resolvidas), mas com um processo de rejeição queimando por baixo. Isso levou o presidente estadual de outro partido, com um projeto partidário – e pessoal – em pleno desenvolvimento, caminhando dentro do planejado, a enxergar uma oportunidade eleitoral.
O deputado federal Rafael Motta, da 4ª geração de tradicional família política, surpreendeu os analistas com o seu desempenho nas urnas, e agora surpreende mais uma vez.
Depois de ter arrumado o seu partido – o PSB – e conseguir formar uma nominata com caixa para eleger dois Deputados Federais (inclusive ele), o quadro político do RN que também parecia pronto para as urnas, sofre um impacto que está exigir uma rearrumação mais ampla daqui pra frente.
Rafael Motta estava trocando um projeto muito bem planejado, sobretudo depois da conquista de Henrique Alves (com mais de 50 anos de MDB e 11 mandatos) para a sua legenda. Mesmo assim deixou o conforto de uma eleição provável, para fazer o que nenhum detentor de mandato havia topado até aqui. – Motta entra no risco, enquanto alguns dos seus colegas estudavam a criação de um “seguro” contra derrota eleitoral.
RISCO CALCULADO
Integrante do grupo dos estradeiros, Rafael sentiu a fragilidade da chapa para o Senado, mesmo com o ex-ministro Rogério Marinho contar com mais de uma centena de prefeitos fechados com sua candidatura, na chapa da oposição estadual, contra o ex-Prefeito Carlos Eduardo (PDT de Ciro Presidente da República) e já aceito pelo ex-presidente Lula.
A reação do PT (sobretudo do PT raiz) à candidatura de Carlos Eduardo, tem um movimento já lançado. A deputada Isolda Dantas, de Mossoró, por exemplo, não se faz de rogada para falar de Carlos Eduardo, assim como de Walter Alves, já referendado por Lula como o candidato a vice-governador.
Em várias entrevistas, a deputada Isolda justificou a sua posição em negar o apoio aos novos aliados:
1 – Lembrando que o deputado Walter Alves votou a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff; 2 – Enquanto o ex-prefeito fez campanha a favor de Jair Bolsonaro para Presidente, na eleição de 2018. Isolda é apoiada por uma rede de correligionários que começou a divulgar vários posts nas redes sociais, mostrando esses aliados em 2018.
SENSO DE OPORTUNIDADE
Rafael Motta, sentiu que havia uma oportunidade para um terceiro nome, e levou o assunto para a direção nacional do seu Partido, o PSB. E do Presidente Nacional do Partido Socialista do Brasil, Carlos Siqueira, recebeu – de cara – um entusiástico apoio:
– Até agora não tivemos resposta, nem positiva nem negativa da governadora Fátima Bezerra, sobre a candidatura de Rafael. Mas ele tem o apoio total da direção do seu partido para ser candidato ao Senado.
O quadro nacional parece desfavorável a Carlos Eduardo, porque o seu partido, o PDT, tem candidato próprio a Presidente, Ciro Gomes, ex-governador do Estado do Ceará. Além de não haver empatia entre ele o PT, e com o ex-presidente Lula.
Enquanto isso, o partido de Rafael, já integra a coligação que apoia a candidatura de Lula, e o elemento surpresa dessa eleição já deu presença no último sábado, em São Paulo, no lançamento oficial da candidatura de Lula, uma credencial para facilitar a conquista de qualquer apoio petista.

ARGUMENTO DO LÍDER
 Por que a candidata Fátima Bezerra se empenhou tanto em ter Carlos Eduardo na sua chapa? –  O mesmo Carlos que havia sido o seu aliado e terminou seu opositor direto na última eleição, em 2018?
Certamente ninguém vai apontar a verdadeira razão de se atrair Carlos Eduardo, que havia feito alguns ensaios de ir para a linha de frente da oposição à Fátima e concordou em fazer um acordo com ela, depois de algumas conversas só dos dois:
– Carlos Eduardo Alves continua liderando a disputa para o Senado, em pesquisas de todos os Institutos que fazem esse acompanhamento no Rio Grande do Norte.
Botar pra baixo do palanque um candidato que lidera uma disputa majoritária, não é fácil. Principalmente quando falta menos de um mês para que as definições sejam feitas, inapelavelmente.
Menos para quem decidiu correr riscos quando os colegas debatiam um seguro contra derrota eleitoral, com a garantia um cargo vitalício no Governo para o derrotado. – Rafael Motta escolheu o caminho de correr riscos.
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