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Eliminação na Copa traz perdas para o comércio

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Com a eliminação do Brasil da Copa do Mundo da África do Sul nas quartas de final, houve o encalhe de um grande estoque de produtos nas cores da bandeira brasileira. Em todo o país, o prejuízo pode chegar a cerca de R$ 85 milhões em todo o Brasil, de acordo com estimativas da Fundação Getúlio Vargas. Já no Rio Grande do Norte não há estimativas de perda nas vendas, mas representantes do comércio afirmam que o sentimento comum entre os lojistas é de que poderiam ter alcançado um faturamento bem maior caso o Brasil passasse à semifinal e decisão do torneio. Atualmente, enquanto alguns lojistas falam em realizar promoções para atrair a clioentela, outros ainda avaliam que destino irão dar aos produtos que ficaram no estoque.

Na visão do superintendente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Natal, Adelmo Freire, como o comércio se prepara bem antes do torneio e as vendas se fortalecem cerca de 15 dias antes da abertura, o correto não é falar em prejuízo, mas em redução da expectativa de faturamento. “Quem trabalha com eventos como a Copa sabe de antemão que as vendas serão fortes enquanto a nossa seleção estiver na Copa. Então, ninguém foi pego de surpresa com essa redução”, afirma.

Freire destaca o fato de o evento esportivo ter impulsionado as vendas em datas já tradicionalmente fortes para o comércio, como Dia das Mães, Dia dos Namorados e Festas Juninas. “Este ano, vimos muitas roupas, acessórios e todos os tipos de produtos com as cores da bandeira brasileira nas lojas da cidade e os produtos vendidos nessas datas sofreram bastante essa influência”, lembra.

Alimentação

De acordo com o presidente representação potiguar da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Max Fonseca, estava sendo esperado um incremento no faturamento do setor entre 20% e 30%, ao longo dos 30 dias de duração da Copa. Na avaliação de Fonseca, como a seleção nacional foi eliminada nas quartas de final, o incremento registrado nos dias de Copa deverá ficar entre 10% e 20%, em comparação com o mesmo período em anos que não há o evento. “O prejuízo foi grande. A maioria dos bares e restaurantes suspendeu toda a programação prevista para o período de Copa, uma vez que era voltada para os jogos do Brasil”, lamenta o presidente da Abrasel no estado.

Incremento nas vendas não deve passar de 13%

Comprovando a redução das vendas no comércio, a Check OK, empresa de verificação eletrônica de crédito, afirma ter havido uma diminuição no  volume de análise de dados disponibilizada ao serviço de crédito pessoal, desde que o Brasil se despediu do mundial de futebol. De acordo com levantamentos da empresa, caso o Brasil chegasse à partida final do torneio, as vendas do varejo deveriam crescer em torno de 20% no país entre os dias 11 de junho e 11 de julho, em relação ao mesmo período de 2009. Com a desclassificação nas quartas de final, o incremento nas vendas não deverá passar de 13%.

O analista de produto da Check OK, André Ferreira, explica que naturalmente o comércio aproveita o período de Copa para fortalecer as vendas de determinados produtos, como aparelhos de televisão, bebidas e vestuário. Assim, como a saída da seleção canarinho do mundial fez com exaltar o patriotismo não pudesse mais ser empregado para vender roupas nas cores verde e amarela ou televisores, por exemplo, será necessário que os empresários se adaptem. Para ele, o mais provável é que nas próximas semanas sejam realizadas inúmeras promoções, no comércio de todo o país. 

Lojas de variedades reclamam de ‘encalhe’

Nas lojas da Cidade Alta, os comerciantes afirmam que a saída do Brasil da Copa do Mundo de Futebol fez com que boa parte dos produtos ficasse encalhada nos estoques, sendo preciso uma mudança na estratégia de vendas. Agora, enquanto alguns lojistas falam em fazer promoções, outros ainda avaliam que destino irão dar aos produtos que não foram vendidos.

Na maioria das lojas de variedades do centro da cidade de Natal, a quase totalidade dos produtos que faziam alusão ao Brasil foi retirada logo após a derrota do país para a Holanda. Em um desses estabelecimentos, a gerente Jailma Queiroz contabiliza ter deixado de vender em torno de R$ 10 mil reais, em bandeiras, chapéus, bandanas, acessórios para cabelo e outros produtos voltados aos torcedores, que agora estão encaixotados. “Guardamos na sexta-feira passada, no mesmo dia da partida e agora iremos vendendo aos poucos ou teremos que esperar a próxima Copa. Mas se o Brasil tivesse chegado até a final, acho que teríamos vendido 80% a mais”, avalia a gerente.

Já nos estabelecimentos voltados a comercialização de eletroeletrônicos, a realização de promoções é a aposta para continuar atraindo a clientela. O gerente de uma loja localizada na avenida Rio Branco, Fábio Monteiro, conta que  já havia sido vendido um grande volume de televisores antes do mundial e a procura, embora tímida, continuava até a desclassificação do Brasil. “Se a seleção tivesse chegado à final, venderíamos ainda mais, porque muita gente iria querer assistir ao último jogo em uma TV boa, de LCD. Só que não temos como estimar de quanto seria esse crescimento”, afirma Monteiro.

De acordo com o gerente, o esperado é que as vendas caiam um pouco até o final de julho e para tentar reverter esse movimento, a loja está investindo em promoções.

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