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Em busca da festa dos sonhos

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SEM TÉDIO - O lema das festas de casamento hoje é diversão. A noiva realmente aproveita muito a ocasião No Rio Grande do Norte o mercado de eventos sociais não pára de crescer e está cada vez mais promissor. A expansão do segmento trouxe a necessidade de aperfeiçoar os serviços e a palavra de ordem no momento é a profissionalização. Isso porque, apesar de festas de 15 anos, casamentos e formaturas serem comemorações tradicionais, hoje as cobranças pela ‘festa dos sonhos’ são outras. O mercado tenta acompanhar essa transformação de valores, embora de forma lenta e informal.

“Apesar de ser um mercado carente, principalmente por essa região do país, o futuro é a profissionalização”, diz o diretor do Olimpo Recepções, Luciano Almeida. Para ele, o grande impasse em Natal ainda está na limitação dos espaços para eventos sociais, na falta de disposição financeira das pessoas em investir no negócio e no fato de qualquer pessoa pensar que pode trabalhar com isso.

Mas essa é uma realidade que está mudando. “Acredito que com a pressão das mudanças e com o crescimento da demanda e da procura por profissionais habilitados, dentro em breve poderemos contar com a oficialização da profissão”, garante Luciano Almeida. Ele sente falta de um curso de graduação em Gestão de Eventos Sociais no mercado nacional. “Porém, acho que é uma questão de tempo. Aos poucos os clientes têm forçado o mercado a se especializar”, afirma.

“O boom do mercado para eventos sociais é agora”, afirma a cerimonialista Marta Keuly, que está no ramo há cerca de oito anos. Ela conta que no início trabalhava apenas com mais uma pessoa (o marido) e conseguia conciliar o trabalho de repórter durante a semana com os cerimoniais nos finais de semana. Com a evolução do mercado, acabou optando pelas festas, montando uma empresa – a Cerimoniais.com – e, naturalmente, tendo que aumentar a equipe, pois ela e o marido já não davam conta da demanda.

Hoje, dependendo do evento, eles chegam a trabalhar com até 15 pessoas. “Além disso, eu deixei de ganhar 600 reais por mês para poder ganhar 600 reais em um final de semana”. Para se ter uma idéia do crescimento, em 1997, eles trabalhavam com cinco turmas de formatura por semestre. Agora, esse número passou para 25, a um custo de 900 a 1500 reais para cada formando. “E eu ainda acho que se paga barato pelo que se exige e pelo serviço que oferecemos. Não deixamos nada a desejar às festas de formatura do Sudeste, por exemplo. No entanto, enquanto aqui as turmas arrecadam 90 a 120 mil reais para a festa, em São Paulo, os formandos chegam a arrecadar até um milhão de reais”, compara o diretor do Olimpo.

Aliás, financeiramente, trabalhar com casamentos, festas de 15 anos e formaturas é muito atrativo. Um casamento completo, nos trâmites da atualidade, modernos e luxuosos, nada entediantes como os de antigamente, pode custar em torno de 30 até 100 mil reais. Alguns convites podem chegar a 20 reais por unidade.

Mas as pessoas preferem pagar a arriscar um fiasco. “Nós vendemos sonhos. Se algo sair errado no dia da festa a pessoa não poderá voltar atrás e tampouco poderemos recompensá-la em uma nova oportunidade”, lembra Virgínia Mesko. “Vender festa não é como vender roupas. Não tem como provar antes para saber se vai ficar boa”, complementa Luciano Almeida, ressaltando a importância de se contratar profissionais especializados para assessorar tanto no planejamento, quanto na execução.

“É um trabalho estressante, mas muito gostoso. É certeza saber que se está lidando com a felicidade dos outros sempre. Por isso a responsabilidade é muito grande”, diz Marta, revelando que precisa lidar com o limite das emoções dos clientes. “Tem noiva que liga chorando no dia do casamento, mas eu sei que à noite, no momento da festa, ela vai ser recompensada. E é isso que nos satisfaz”.

Tudo começou de maneira informal

Quem trabalha nessa área, sempre começa de maneira informal e acaba ‘se virando’ para se profissionalizar. Como não existe ainda um curso que oriente as pessoas a trabalharem com esse tipo de festas, quem conhece o mercado vai se adaptando conforme a sociedade vai pedindo e mudando.

São cursos segmentados, como gastronomia, administração, etiqueta, cerimonial e decoração, que dão a base para quem quer se habilitar na área e prestar um serviço à altura do que o mercado pede.

“Mas tudo só ocorre por iniciativa individual. É necessário se reciclar, como em qualquer profissão. Isso, para quem quer prestar um serviço de qualidade porque o que ocorre bastante é todo mundo pensar que pode organizar uma festa. E não é bem assim. Quem entende de festa é quem trabalha com festa”, ressalva a cerimonialista Marta Keuly.

É o caso do fotógrafo Paulo Oliveira e da confeiteira Tereza Vale. Ambos trabalham com eventos sociais há muitos anos e perceberam que precisariam se adaptar às mudanças do mercado ao longo dos tempos.

Paulo Oliveira, por exemplo, fez curso de Jornalismo, Música, Artes Cênicas, já trabalhou com moda e publicidade, já foi cerimonialista durante três anos, e já fez coluna social durante oito anos. Hoje é um fotógrafo completo, pois utiliza conhecimentos de diversas áreas, apesar de ter se especializado apenas na área de eventos sociais como festa de 15 anos e casamentos.

O diferencial para se manter bem no mercado é não permanecer na ‘mesmice’. As fotografias dele, por exemplo, fogem ao lugar comum: são documentais. Para isso, o fotógrafo se vale dos conhecimentos jornalísticos. As fotos seguem uma seqüência. “É como estar presenciando a festa novamente”, diz. São flagrantes dos momentos, poucas fotografias pousadas. Ele classifica como “registrar a história de amor”, no caso dos casamentos, evento que mais tem realizado nos últimos anos.

Para ele, não ter um curso de graduação para eventos sociais é desculpa. “Existem livros e cursos em diversas áreas, o profissional que quer se diferenciar precisa correr atrás”, ensina.

Já a confeiteira Tereza Vale trabalha com bolos para eventos sociais desde 1969, quando as técnicas ainda eram pouco aprimoradas. Segundo ela, o mercado expandiu demais e as pessoas cobram cada vez mais a habilitação dos profissionais. Ela revela que a procura pelos serviços aumenta em torno de 30% ao ano, chegando a render cerca de 15 mil reais, nos meses de maior demanda como julho e dezembro, com uma média de produção de 14 a 17 bolos por semana, sendo 50% só para casamentos.

“Comecei trabalhando para a minha família. Mas ao longo dos anos e com a exigência do mercado, procurei me profissionalizar”, afirma ela, contando que mesmo na época em que não haviam cursos no Brasil, chegou a viajar para os Estados Unidos a fim de aprender a fazer bolos artísticos. Para quem lembra, Tereza Vale chegou a vencer o concurso de bolos artísticos do programa Fantástico, da rede Globo. Ela concorreu com profissionais conceituados de algumas das maiores capitais do país, como Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e Santa Catarina.

Festas estão mais modernas

Ao contrário do que se pensa, as pessoas continuam querendo marcar as datas mais tradicionais. Ritos de passagem como os quinze anos de uma garota, as formaturas e os casamentos não são mais tidos como festas ultrapassadas e estão cada vez mais valorizados com eventos modernos, tradicionais e luxuosos. Hoje em dia muita gente ainda quer que ‘o grande dia’ seja marcado com beleza e requinte. E mais: não poupam esforços para transformar sonhos em realidade.

De acordo com os profissionais da área, as pessoas estão – para surpresa geral – até casando mais. E mais cedo. “Antes nós fazíamos mais 15 anos, hoje com certeza é mais casamento”, diz a cerimonialista Marta Keuly, mostrando que do total de festas realizadas até outubro deste ano, 48% foram casamentos, 34% foram formaturas e 18% foram festas de 15 anos.

“O que mudou no casamento foi a estrutura. Mas as pessoas até casam mais”, frisa Marta. Segundo conta, antes o evento era cansativo e a noiva praticamente não se divertia. Atualmente as festas estão cada vez mais elaboradas e animadas. Alguns elementos maçantes como cumprimentar os noivos em uma fila quilométrica antes de adentrar à recepção da festa – para felicidades de todos – foram abolidos. “A tendência hoje é a diversão. As festas têm DJs e a noiva curte até o fim. Não precisa mais ser aquela cerimônia entediante”.

As formaturas também estão crescendo em quantidade e qualidade. Os estudantes têm procurado colar grau com comemorações diferentes e há cada vez menos elementos tradicionais. “O mercado de formaturas é o que mais tem crescido”, afirma ela, lembrando que do final dos anos 90 para cá o número de turmas que assessora cresceu em torno de 80%.

Já as festas de 15 anos passaram por uma época crítica durante as décadas de 80 e 90. No momento, estão retornando, também em nova forma. “As meninas não querem mais aquelas festas de antigamente. Elas pedem bolos de cor preta ou pink e fazem comemorações em boates”, diz a confeiteira Tereza Vale. O fotógrafo Paulo Oliveira conta que há uns dez anos as festas de 15 anos foram trocadas por viagens para fora do país, mas há uns três anos vem voltando, mas acompanhando a mudança de valores culturais da sociedade.

Os melhores serviços

De olho no crescente mercado das festas de casamento, alguns empreendimentos têm procurado trabalhar de forma diferente. Na última semana foi promovido pelo Olimpo Recepções, o ‘Olimpo Casamentos’, evento que reuniu os melhores serviços desse segmento na capital, dentre profissionais conceituados no ramo de fotos, filmagens, doces, assessorias, cerimoniais, iluminação, convites, bolos artísticos, buffet, recepção, decoração, ambientação, bebidas, vestidos, jóias e acessórios.

A ocasião contou com workshops com demonstração de produtos e degustação de doces, salgados e bebidas. “Festa é um serviço que se idealiza e a única saída para quem vai casar é confiar em quem vai executá-la e assessorá-la. Com esse evento as pessoas podem ‘provar’ o produto. Ver e presenciar a festa antes que ela aconteça”, explica o diretor do Olimpo, Luciano Almeida.

Os noivos tiveram atendimento personalizado e receberam uma cartela com as orientações do planejamento da festa conforme o tempo e o orçamento a ser disponibilizado.

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