O pensamento filosófico está deixando as prateleiras empoeiradas das bibliotecas para ganhar as vitrines das grandes livrarias, faz sucesso em programas televisivos, vai voltar a ser obrigatório nas salas de aulas do ensino médio e está servindo até para fazer tratamento terapêutico.
Com a filosofia, as pessoas aprendem a enxergar melhor a realidade, ampliam os horizontes através da reflexão sobre os acontecimentos. O best-seller “Mais Platão Menos Prozac – A filosofia aplicada ao cotidiano” (Ed. Record) do filósofo canadense Lou Marinoff, saiu da América do Norte para se tornar sucesso no mundo inteiro. No livro, Marinoff recomenda que as pessoas deixem o divã e passem a buscar através da reflexão a solução para os seus problemas. Ou seja, Platão para responder o que é o amor, Voltaire para explicar como vai o trabalho, e por aí vai.
Aqui no Brasil, esse movimento foi aperfeiçoado, perdeu o sentido de auto-ajuda dos best-sellers, ganhou fundamentação teórica e metodologia e passou a se chamar Filosofia Clínica. Essa nova corrente terapêutica foi criada no Rio Grande do Sul pelo filósofo Lúcio Packter e já é oferecida em hospitais e clínicas espalhadas por todo o país. Mas o que diferencia essa terapia das demais é que o acompanhamento do paciente pode ser feito fora dos consultórios, no trabalho, no domicílio do paciente e até em praças públicas.
Através do site www.filosofiaclinica.com.br, Packter explica o que é filosofia clinica, onde encontrar atendimento, como é feita a formação do filósofo-terapeuta e quem pode fazer o curso.
Segundo Lúcio Packter, filosofia clínica é a filosofia acadêmica aplicada na prática, com fundamentação teórica e metodologia própria.
O método é aplicado da seguinte forma: dividem-se os relatos, como no processo cartesiano de dividir as coisas em partes, para se montar um quadro que revele a estrutura de pensamento da pessoa. Através das variadas escolas de pensamento, é iniciada uma pesquisa dos desdobramentos existenciais da pessoa. A partir daí, os dados da existência da pessoa passam a ser trabalhados.
Lúcio Packter adverte que a Filosofia Clínica não busca a “cura”, mas um modo de ser no mundo que esteja em conformação com a estrutura de pensamento da pessoa, considerando-se todas as objeções: legais, de saúde, existenciais, etc.
A formação do filósofo clínico é reconhecida pelo MEC dura dois anos. São expedidos dois tipos de certificado: tipo A que capacita à clínica e à pesquisa e concedido apenas à filósofos e profissionais habilitados à clinica como psicólogos e médicos. O certificado B capacita apenas para a pesquisa qualquer portador de diploma de graduação reconhecido pelo MEC. Durante o curso o aluno tem aulas de fundamentação teórica e métodos.
Há aulas que ensinam a identificar sintomas de problemas graves que precisam se tratados por médicos. Seriam casos de pessoas que são o deveriam está legalmente interditadas. Mas para Lúcio Packter o problema é de ordem legal, para ele o filósofo clínico poderia perfeitamente dar o atendimento à pessoa.
Segundo a doutora Ana Portiere, coordenadora do curso de Especialização em Filosofia Clínica, em Natal, a maioria dos professores e alunos das faculdades potiguares, tanto de filosofia quanto de psicologia, não aceitam o curso, por desconhecerem o trabalho desenvolvido pela filosofia clínica acabam achando que é uma enganação, cabide de empregos, outros dizem que seria uma contradição trabalhar filosofia na prática. É como pensa José de Arimatéia, graduado em filosofia pela UFRN. Ele disse que não acredita nesse métodos.
Para Portiere “O trabalho do filósofo clínico é sério e tem fundamentação teórica e metodológica e está bastante desenvolvido no Sudeste e Sul do país. Não é picaretagem e nem auto-ajuda”.
Serviço:
Filosofiaclinica.com.br ou 3206-0451.
