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Em compasso de espera

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Três megaprojetos previstos para 2016 prometem reaquecer o emprego na Construção Civil do Rio Grande do Norte. São dois da iniciativa privada, que aguardam o licenciamento ambiental, e um do governo federal. Juntando os três são quase R$ 1 bilhão na economia potiguar.
Belezas naturais, preservação do meio ambiente e distância relativamente pequena para o aeroporto internacional Aluízio Alves foram decisivas para investimento de grupo português em Touros
A do governo é a construção de viadutos, túneis e passarelas  na BR-101, num trecho de pouco mais de 20 quilômetros entre o viaduto de Ponta Negra e o campus do Instituto Federal de Educação Tecnológica em Parnamirim. As obras estavam previstas para o segundo semestre deste ano, mas foram adiadas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit).

Os projetos da iniciativa privada são um resort no Litoral de Touros, a 90 quilômetros de Natal, e um shopping em Parnamirim, num terreno que fica em frente a uma loja do Nordestão, totalizando R$ 400 milhões.

Além disso, as prefeituras esperam o sinal verde do Ministério das Cidades para tocar os projetos do Minha Casa Minha Vida. O mercado da construção civil no Rio Grande do Norte se fortaleceu a partir de 2009 quando o governo lançou um programa para combater o déficit habitacional na faixa de renda mais baixa da população. O setor chegou ao pico no primeiro trimestre de 2014 quando chegou a empregar 140 mil trabalhadores, segundo o IBGE. A última pesquisa, no entanto, mostrava que entre abril e junho de 2015 havia 84 mil pessoas ocupadas no RN.

Com investimentos de R$ 100 milhões, a Rede Vila Galé lançou em Natal o primeiro empreendimento do grupo do Rio Grande do Norte. É o Vila Galé Touros, que será construído no Litoral Norte, numa área de 100 mil metros quadrados no município de Touros, a 90 quilômetros de Natal. O resort terá 466 UH (unidades habitacionais), quatro restaurantes, centro de convenções de 2 mil metros quadrados, centro náutico, duas piscinas também de 2 mil metros quadrados, Spa Satsanga e muita área verde aproveitando a exuberância da região.

O resort será a sexta unidade do grupo português no Nordeste e o oitavo no Brasil. Será também o primeiro grande empreendimento imobiliário no litoral potiguar desde a crise das hipotecas de 2008 nos Estados Unidos, que obrigou os investidores estrangeiros a cancelar projetos semelhantes de grupos europeus no RN. Esses empreendimentos tinham como garotos-propaganda o ator Antonio Banderas, o jogador Ronaldo Fenômeno e o astro do futebol inglês David Beckham.

Ao apresentar o projeto para um grupo de convidados, entre eles o governador Robinson Faria,  em agosto passado, o presidente do Conselho de Administração do Vila Galé, Jorge Rebelo de Almeida, explicou por  que colocou o litoral do RN nos planos de investimentos da rede no Brasil: “Natal é uma cidade pequena, tem um aeroporto novo, que foi feito com visão [de futuro] e o litoral conserva uma natureza exuberante. Outra razão fundamental é que somos a principal rede de resort no Brasil e tínhamos de estar em Natal, até porque a cidade não tem um resort deste padrão e deste porte.”

Rebelo disse ser comum se deparar com a mesma pergunta – “e a crise?” — quando fala na expansão do grupo no Brasil: “a gente não pode parar para pensar na crise. E a forma de ultrapassar a crise é fazer aquilo que estava previsto. Gostaria de citar aqui um provérbio, que nem sei qual a origem, mas não é portuguesa, que diz assim: em tempo de crise há quem chore e há quem venda lenços. A crise passa, o Brasil vai dar a volta por cima. Temos de fazer as coisas acontecerem, temos de continuar a caminhar para atingir objetivos.”

As obras começam tão logo as licenças sejam aprovadas pelos órgãos ambientais. A previsão do grupo é que o resort esteja pronto no final de 2017, a tempo de aproveitar a temporada de verão daquele ano.  “Há três meses comecei a tratar disso. Contratarei uma equipe daqui (do RN). Os projetistas são daqui. Agora, como se diz na linguagem do futebol, passamos a bola para as entidades. Esperamos que (o projeto) seja aprovado até o final do ano para iniciarmos as obras.”

Presente à solenidade de lançamento, o diretor do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente (Idema), Rondinelle Oliveira, disse que o processo de licenciamento estava meio caminho andando porque já existe um projeto macro pré-aprovado para toda a área do Litoral Norte, e que agora serão analisadas os detalhes de ocupação pelo resort. Se tudo caminhar bem, previu ele, as licenças serão concedidas até dezembro.

Rebelo disse que os empreendimentos do grupo têm compromisso com a preservação da natureza. “Em nossa visão, desenvolver, não significa estragar. Porque a nova geração não vai querer ir para um hotel que destruiu o meio ambiente. Nossa primeira preocupação é com o tratamento de esgotos e com o uso racional da água. Os recursos hoje são escassos. Na Bahia, fizemos um hotel numa área linda, na beira da praia, degradando o mínimo da vegetação. Em Touros, o prédio mais alto não alcança a altura de um coqueiro.”

O presidente da rede Vila Galé lembrou que a construção do resort vai gerar empregos e desenvolver a atividade turística no Rio Grande do Norte, como já fez no Ceará, em Pernambuco e na Bahia. No Ceará são dois empreendimentos, um na Praia do Futuro e o outro na Vila do Cumbuco; em Salvador outros dois – Ondina e Guarajuba, e em Pernambuco o Vila Galé Eco Resort do Cabo de Santo Agostinho. 

EMPREENDIMENTO
Vila Galé Touros
Total: 466 unidades
170 Family Room’s
252 apartamentos
44 Suítes

INFRAESTRUTURA
Biblioteca
Business Center
Academia
SPA
Campo de futebol society
Quadra multiuso
Quadra de tênis
Centro Náutico
2 piscinas
4 restaurantes

Bate-papo – Jorge Rebelo de Almeida
Presidente do grupo português Vila Galé

O que levou o grupo a escolher o litoral de Touros?
Na primeira viagem que fiz com nossos parceiros, o que me encantou foi a natureza e o fato de estar a apenas 50 quilômetros do aeroporto, que é uma obra extraordinária e foi feito com visão de futuro. Além disso, aquelas localidades – Touros, Perobas, Rio do Fogo – são encantadoras para qualquer turista brasileiro ou europeu. E ali a natureza está perfeitamente preservada.

Projetos como este sempre suscitam questionamentos ambientais. Isso preocupa?
Não nos preocupam em nada. Não temos problema nenhum quanto a isto. Alguns de nossos projetos, inclusive, já ganharam prêmios de conservação. Entendemos que o futuro do turismo hoje passa muito pela questão da preservação ambiental.

Um empreendimento deste porte, num período como este, de retração de economia, sempre levanta a pergunta: a crise não pode atrapalhar os planos do grupo?
 Não dependemos de financiamento público. O grupo tem capacidade financeira para tocar o projeto. Não podemos gastar energias a criticar e a falar mal. Temos de procurar alternativas. O Brasil está num momento de ir em busca de clientes estrangeiros. O Brasil tem cultura, tem gastronomia, música, instalações, clima, enfim, tem um potencial extraordinário.

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