O aumento no preço do combustível pode ser analisado de duas formas, de acordo com o economista e técnico de Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), Aldemir Freire. O primeiro refere-se ao aumento do Diesel, que impacta nos preços dos produtos em geral. “As empresas de ônibus absorvem o custo desse aumento até o reajuste da tarifa”, esclareceu. A segunda vertente refere-se ao abalo dos preços no bolso de quem anda em veículo próprio.
Para contextualizar a situação, o economista lembra que a renda média do potiguar é de R$ 1.500, segundo dados do IBGE. “Na renda do potiguar, quando comparado com o preço praticado há um ano, isso trás um grande impacto”, analisa Aldemir Freire. Para abastecer um tanque de 50 litros, em maio do ano passado, o consumidor gastava R$ 193,5, levando em conta o preço máximo registrado pela ANP naquele mês, que foi R$ 3,87. Hoje, o cliente deve gastar R$ 224,5.
Por causa da lentidão no crescimento da economia, o Aldemir Freire analisa que o aumento no preço do combustível tem pouco impacto sobre a inflação. “Como a economia está muito travada, dificilmente tem muito impacto na inflação. Se estivesse crescendo rápido seria diferente. Dificilmente vai ter disseminação desse crescimento”, aponta o técnico do IGBE, que apontam o aumento na energia elétrica e botijão de gás como causadores de “um choque tarifário para o consumidor”.