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Emergência: medicamentos começam a chegar à Unicat

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A Unidade Central de Agentes Terapêuticos (Unicat), departamento vinculado à Sesap responsável pelo abastecimento e distribuição de medicamentos, começou a receber remédios e outros insumos de uso hospitalar previstos no Plano Emergencial elaborado pelo Governo do RN para enfrentar a situação de calamidade pública anunciada em 4 de julho. A Secretaria Estadual de Saúde Pública informou que, neste primeiro momento, irá adquirir lotes de produtos no valor de R$ 5 milhões para normalizar o abastecimento em hospitais e atender a demanda de pacientes cadastrados na Unidade.
Foram investidos pelo Governo do Estado cerca de R$ 5 milhões para a compra de medicamentos
“Durante as próximas duas semanas, estaremos concluindo o recebimento de todo esse material. São vários fornecedores, entre distribuidores e fabricantes, de vários parte do Brasil, e boa parte do transporte é feito por via terrestre”, informou a Alaíde Menezes, diretora da Unicat há duas semanas – antes ela coordenava a farmácia do Hospital Giselda Trigueiro. As primeiras remessas começaram a chegar quinta-feira da semana passada, dia 2.

Na sede da Unidade, no Tirol, pilhas de caixas com soro fisiológico, ataduras e água para uso em injeções, estão no saguão de atendimento preferencial à espera do estoque ser organizado para acomodar esse e os próximos carregamentos. “Essa situação (dos remédios no saguão) é temporária, precisamos do estoque organizado para manter o controle”, justificou Alaíde. A Unicat também já recebeu anestésicos e remédio para asma, e, segundo a diretora “a qualquer momento pode chegar outro caminhão com mais remédios”.

Questionada sobre os motivos que ocasionaram o desabastecimento da Unicat, se era falta de planejamento ou de recursos do Estado para adquirir medicamentos, Alaíde Menezes preferiu não comentar. “Estou há apenas duas semanas à frente da Unicat, e o que posso dizer é que temos duas prioridades: garantir esse abastecimento emergencial e trabalhar para organizar o fornecimento ininterrupto”.

A Unicat mantém centrais descentralizadas, que funcionam em cidades como Mossoró, Currais Novos, Paus dos Ferros, entre outras, e Alaíde garantiu que o material recebido já “foi devidamente distribuído”. Vale registrar que, devido o estado calamitoso, todas as aquisições foram feitas sem licitação. “Seguimos o que determina a situação emergencial. Mas para manter a constância do abastecimento, adotaremos todos os trâmites burocráticos do pregão eletrônico”.

ASMA

Na porta da Unicat, um grupo de 26 pessoas vindas do município de Lajes Pintadas (130 km de Natal) aguardava paciente a hora do atendimento. Com fichas numeradas na mão, todas estavam à procura do mesmo remédio: as bombinhas para asma Alenia (fumarato de formoterol + budesonida). “Desde dezembro do ano passado que estava em falta”, disse a agricultora Maria Ozeni de Lima, 53, que veio a Natal buscar medicação para a mãe de 83 anos. “Como não dá para ficar sem o remédio, o jeito era comprar”. Uma caixa de Alenia custa, em média, de R$ 94 a R$ 120.

O grupo foi informado na sexta-feira (3), por duas pessoas de Lajes Pintadas que moram em Natal e monitoram a chegada de remédios na Unicat, que o medicamento havia chegado.

Abastecimento nos postos é irregular

Enquanto a Unicat cumpre o Plano Emergencial estipulado pelo Governo do Estado, a situação do abastecimento na rede municipal de saúde ainda é irregular. A informação foi repassada pelo diretor do Departamento de Logística e Suporte (DLS), Magno de Carvalho, setor vinculado à Secretaria Municipal de Saúde encarregado de atender as Unidades de Saúde. “Temos itens faltando, pois alguns fornecedores ainda não entregaram pedidos feitos ainda em maio”, disse o diretor.

Magno garantiu que não há pagamentos pendentes, e que muitos distribuidores de remédios já estão com o empenho que garante os recursos em mãos.

No Centro Clínico Dr. José Carlos Passos, localizado no bairro da Ribeira, o atendimento prossegue dentro da normalidade. “Temos alguns problemas, não posso negar, mas não deixamos de atender a população em nenhum momento”, garantiu a diretora do Centro Clínico Sânia Câmara. Ela apresentou uma lista com seis remédios, cinco de uso psiquiátrico (sendo dois tarja preta) e um para tratamento de reumatismo, que estão com maior recorrência de falta.

DEPRESSÃO

O aposentado Edvaldo Rodrigues, 63, morador do bairro de Neópolis, estava na fila da farmácia para tentar conseguir Neosina (levomepromazina), indicado para o tratamento psiquiátrico da esposa. “Já vim três vezes aqui e só dizem que não tem e nem sabem quando chega”. O remédio está em falta no Posto de Saúde de Neópolis e há três meses não aparece na farmácia do do Centro Clínico na Ribeira. “Vou ter que comprar para a receita não vencer”, lamentou. No Centro Clínico Dr. José Carlos Passos também funciona a sede do Distrito Sanitário Leste, que administra 15 Unidades de Saúde – entre elas o Hospital dos Pescadores, nas Rocas.

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