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Emprego industrial sobe 1% em 2005

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Rio – O mercado de trabalho na indústria nacional fechou o ano em marcha lenta, no rastro da perda de ritmo da produção do setor no segundo semestre. Apesar  da queda registrada em todas as bases de comparação em dezembro, o emprego na indústria acumulou uma alta de 1,1% em 2005, resultado inferior aos 1,8% registrados no ano anterior. A massa salarial do setor subiu 3,4% no ano passado, ou quase um terço dos 9,7% de 2004.

O emprego e a renda dos trabalhadores industriais sofreram no ano passado com a base de comparação elevada do ano anterior, mas também com a perda de vigor da produção ao longo do ano, especialmente no terceiro trimestre. Por outro lado, o mercado de trabalho beneficiou-se de setores voltados à exportação ou vinculados ao crédito. A queda na inflação e o aumento no número de ocupados garantiram o crescimento da massa salarial. Em dezembro, a ocupação na indústria reduziu 0,2% ante novembro e caiu 0,8% comparada com igual mês de 2004. Denise Cordovil, da coordenação de indústria do IBGE, disse que tradicionalmente os dados de dezembro são os mais fracos para o emprego industrial no ano. Para o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), em documento  de análise da pesquisa, “o atual quadro do setor é de retração do emprego”. 

A avaliação da instituição sobre a perda de fôlego do emprego no final de 2005 é que “por mais que se queira tratar de outros temas da economia brasileira, é impossível não mencionar as taxas de juros muito altas e a grande valorização do real como as principais causas do processo de retração industrial que ocorre no Brasil e que condiciona esses resultados do emprego no setor”.

Sobre o desempenho acumulado no ano passado, Denise avalia que os dados trimestrais mostram que o primeiro semestre é que garantiu o crescimento no emprego no ano. Na comparação com iguais trimestres de 2004, o aumento na produção decresceu de 2,6% no primeiro trimestre para 2,0% no segundo; 0,4% no terceiro e -0,7% no último trimestre do ano.

Ela explica que o emprego responde com alguma defasagem aos movimentos da produção e, no primeiro semestre, o mercado de trabalho industrial ainda refletia o vigor da atividade em 2004. No acumulado do ano passado, a produção industrial cresceu 3,1%, variação bem menor do que a registrada em 2004 (8,3%).

Segundo Denise, também em linha com os resultados da produção do setor, os segmentos que mais puxaram o emprego industrial no ano passado estiveram vinculados às exportações (como alimentos e bebidas, com expansão de 7,1%) ou ao crédito (duráveis como meios de transporte, 9%). Entre os locais pesquisados, São Paulo registrou, com aumento de 2,3% no emprego industrial, a maior contribuição de alta para a média nacional.

Segundo a economista, no caso da folha de pagamento, a expansão registrada no ano passado reflete a queda da inflação em 2005 ante a apurada em 2004 e, ainda, o próprio aumento de 1,1% na ocupação do setor. Em dezembro, houve queda de 1,2% na folha ante novembro, mas aumento de 0,7% ante igual mês de 2004. Denise explica que o 13o salário não tem forte influência especificamente em dezembro porque o pagamento desse e outros benefícios se dilui entre novembro e fevereiro.

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