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Empresário simples com visão arrojada

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GERENTE - Eduardo Bernardes Neto

Com cinco anos no mercado de aviação brasileira, a empresa Gol está numa situação privilegiada. O gerente de Negócios Corporativos, Eduardo Bernardes Neto, confirma que as metas feitas para os primeiros cinco anos foram alcançadas com um ano de antecedência e o arrojo dos primeiros anos, de ingressar no mercado da aviação brasileira, está indo mais além. “Nosso plano até 2010 é ser reconhecida como a empresa aérea que popularizou o mercado da América do Sul com um produto de qualidade e baixo custo", destaca. Sobre o mercado nacional da aviação, Eduardo Neto evita falar em aumento de passagens, como consequência do fechamento da Varig, mas destaca que as aeronaves estão operando com grande lotação.  Um empresário simples, com uma visão arrojada e demonstrando a aposta na popularização da aviação civil brasileira, esse é o nosso entrevistado de 3 X 4.

• O mercado da aviação aérea nacional ficou restrito à Gol e à TAM. Do ponto de vista mercadológico é bom ou é ruim só ter um concorrente?
A Gol desde o início das operações, em 2001, tem o planejamento e foco em conquistar novos clientes. O mercado até a entrada da Gol era restrito a poucos clientes. Antes somente 5% ou 6% das pessoas tinham acesso ao transporte aéreo. Todos os investimentos foram feitos no sentido de aumentar a massa de viajantes. Hoje o conceito de negócio da Gol, uma companhia aérea de baixo custo, baixa tarifa, produtividade excelente e resultado satisfatório, mantém a gente com o custo baixo. Esse é o investimento que a Gol vem fazendo. Plantamos uma semente no ano de 2001 (ano de fundação da Gol). Nós temos concorrente, mas estamos fazendo o mercado crescer. O crescimento do mercado tem favorecido o mercado da Gol com toda certeza.

• A Gol entrou no mercado com uma forte política de baixo custo. E outras empresas acompanharam a nova tendência. Isso significa que a Gol mostrou o real valor da passagem aérea?
Esse é o efeito Gol. A gente oferece tarifas mais competitivas, mais gente viaja e a concorrência tem que oferecer tarifas mais baixas. Esse é um movimento positivo e possibilita que mais gente viaje.

• Se esse é o valor real da passagem aérea, então antes de 2001 as empresas estavam operando com uma “gordura” muito grande na sua taxa de lucro?
O nosso modelo é diferente, desde o início colocamos o custo baixo. Tarifa baixa faz parte do DNA da Gol, tudo começa no custo. Esse foi o modelo que o brasileiro comprou. Isso se reflete nos números. A aviação comercial brasileira cresceu no primeiro trimestre 20%, reflexo de tarifas competitivas, produto de qualidade. Isso tudo agrega mais passageiro e nos matém com lucro para continuar investindo.

• Com a crise que eclodiu na Varig, e apenas duas companhias de grande porte operando no país, a passagem aérea poderá ter acréscimo no seu preço?
O preço da passagem aérea da Gol não subiu, o que temos hoje são aviões com grande taxa de ocupação. Quem programa sua viagem sempre terá passagens mais baratas.

• O mercado da aviação aérea nacional está em crise?
Como podemos falar em crise se o mercado da aviação aérea no primeiro trimestre cresceu 20%? Crise não é a palavra mais adequada.

• Então qual a palavra mais adequada para um mercado que teve três empresas falidas em um curto espaço de tempo?
Nosso modelo acredita no país, leva ao passageiro tarifa justa. O modelo adequado para o momento adequado.

• Com essa tarifa de custo baixo, isso significa que a Gol descobriu um filão?
Descobrimos o filão, 95% da população brasileira estava excluída do transporte aéreo antes da entrada da Gol. Algo como 30% da população brasileira na classe C de renda não tinha acesso ao transporte aéreo. Por que não focar esse mercado? Fizemos isso e precisamos fazer muito mais. Conquistamos uma grande parcela de novos viajantes, mas queremos mais. Hoje 10% dos passageiros que viajam com a Gol estão viajando pela primeira vez, era um mercado que não era explorado.

• O preço da passagem aérea chega a ser compatível com a do transporte rodoviário. É possível essa comparação de preço?
Existem passagens aéreas mais acessíveis que o ônibus. Mas por incrível que pareça temos que trabalhar com o cliente para mostrar que o transporte aéreo é acessível. Quando o público aceitar que voar é possível vamos ter um aumento muito grande de passageiros voando no país.

• Que tipo de vôo fez a Gol nesses primeiros cinco anos de operação?
Quando nós lançamos a empresa a visão era ser reconhecida até o ano de 2005 como a empresa referência mundial em baixo preço no Brasil. Queríamos ser reconhecida mundialmente de baixo custo e baixa tarifa. Queríamos que o mundo entendesse que no Brasil havia uma empresa capaz de baixar as tarifas aéreas. Ao final de 2004 a Gol foi reconhecida mundialmente como a companhia aérea de menor custo entre todas, foi conhecida como a companhia área com maior uso de aeronave por dia. E a revista Exame deu o prêmio empresa do ano. Esse reconhecimento fez mudar a visão com um ano de antecedência. A partir de 2005 trabalhamos com outra visão que vai nos levar a 2010. Agora queremos ser reconhecidos como a empresa aérea de baixo custo que popularizou o transporte aéreo com qualidade e baixo custo. Nosso objetivo é reforçar a operação no Brasil e voar na América do Sul. Cinquenta aeronaves, 42 cidades e 6 cidades no exterior.

• Que potencial tem a América do Sul para esse plano da Gol?
A GOL começou em Buenos Aires, hoje estamos em seis destinos na América do Sul. Está previsto para meados de setembro chegarmos em Santiago do Chile. O nível de aceitação da Gol na Argentina foi altíssimo. Aproximadamente 90% dos clientes aprovaram o modelo de negócio da Gol. Recentemente aumentamos um vôo a mais para Buenos Aires.

• Que fórmula foi essa que a Gol conseguiu reduzir a tarifa?
A escolha da aeronave, aviões novos, voam mais rápido e mais alto. Equipamentos que voam mais alto, consomem menos combustível, é fator de peso importante para reduzir o custo. Aeronaves novas possibilitam uma produção de vôo maior. Voamos 14 horas com uma aeronave, reduzimos o custo fixo. E ainda usamos a tecnologia da Internet como principal canal de distribuição da empresa, 95% de vendas são pela Internet.

• O uso da Internet foi para aproximar mais o cliente ou reduzir custos?
O uso da Internet foi uma forma de reduzir custo e ganhar capacidade de distribuição. A Internet está em quase todos os lares, está em uma grande quantidade e cresce muito, o custo de vender uma passagem pela Internet é muito mais barato do que vender pelo sistema tradicional que era sistema de distribuição global. A Gol deu facilidade para o cliente.

• Qual foi o grande gol da Gol?
A palavra simplicidade e democracia. O passageiro tem que se sentir a vontade dentro da nossa casa. Democracia, tratamos todo mundo da mesma forma. Todo passageiro tem a mesma importância.

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