Empresários do Centro Industrial Avançado de Macaíba (CIA) reivindicam mudanças na obra de duplicação da BR 304, num trecho de 10 km entre o município e Parnamirim. Entre grandes e médias, 40 empresas assinam o texto da campanha pela alteração do projeto.
Os empresários reconhecem que o investimento é importante para o escoamento de carga e também para a segurança de quem trafega na estrada, mas alegam que se a obra for feita conforme o planejado, as empresas situadas entre o trecho terão grandes prejuízos. O problema todo está nos dois retornos do projeto, distantes seis quilômetros um do outro.
“Em alguns casos, ao sair de qualquer empresa, seja em direção a Natal ou Macaíba, ou voltando de um deles, o veículo terá que se deslocar 11 km, o que implicará numa imensa perda de tempo e dinheiro, além de um transtorno sério”, diz o texto da campanha pela alteração do projeto de duplicação da BR-304.
Em audiência realizada no final da tarde de ontem na Câmara Municipal de Macaíba, dirigentes das empresas que formam o centro industrial da cidade expuseram seus argumentos contrários ao projeto e reivindicaram a implantação de dois outros retornos entre os que já estão previstos na obra. A idéia é encurtar a distância a ser percorrida pelos veículos de carga e pelos funcionários para minimizar os prejuízos.
O diretor de logística da Multdia Indústria e Comércio, Clovis Diógenes Malveira, disse que atualmente a frota de veículos da empresa — de 45 caminhões — se desloca 500 metros para abastecer. Se não forem acrescidos mais dois retornos e o projeto for executado como está, os veículos terão que se deslocar 10,6 km até o posto de combustível mais próximo.
Clovis Diógenes já fez as contas e calcula um aumento de gastos na ordem de R$ 15.400 por mês. “Vai ser ruim para os funcionários também, além de que os contratados vão rodar mais e deverão cobrar mais por isso”, disse.
O engenheiro Fernando Lopes participou da audiência pública na Câmara Municipal de Macaíba representando o Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Dnit), órgão responsável pela obra, e disse que iria levar as reivindicações e argumentos dos empresários ao diretor do Dnit no RN, José Narcélio Marques, que não participou da reunião porque estava em Brasília.
Final de dezembro é o novo prazo de conclusão da obra
A duplicação da BR-304 vem se arrastando há seis anos. Os serviços tiveram início em dezembro de 2000, com a previsão de serem concluídos em dois anos. Falta de recursos, os processos de desapropriações e o impasse com a Cosern para a retirada de postes foram alguns dos empecilhos determinantes para o atraso da obra, que parou diversas vezes.
Um terreno da Marinha e um poste da Chesf são os últimos obstáculos, mas segundo a assessoria de imprensa do Dnit eles já estão praticamente superados. Se não houver mais nenhum outro problema, a duplicação da rodovia estará concluída até o final de dezembro deste ano. Essa é a mais nova previsão de término do serviço, segundo informou a assessoria de imprensa do Dnit.