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Empresas cobram ferrovia para cargas

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O projeto de ampliação da malha ferroviária até o aeroporto de São Gonçalo do Amarante não contempla, porém, uma demanda antiga do setor produtivo: o transporte de cargas. Além de ter custo mais barato e de menor risco para o produtor, o modal também deveria permitir, na visão de especialistas, a conexão com o Porto de Natal.

Para o diretor-presidente da Companhia de Docas do Rio Grande do Norte, Emerson Fernandes, a companhia já apresentou a necessidade da conexão entre os equipamentos às administrações anteriores do Estado. Para ele, a conexão intermodal não gera concorrência pelo transporte de produtos.

“Essa conexão é necessária: a carga que foi transportada pelo vôo da Lufthansa (mamão) também pode ser transportada pelo nosso porto, e em quantidade maior. Fazer essa conexão  chama a atenção de outros mercados: produtos de maior valor agregado que podem utilizar o moal aéreo”, analisa Fernandes. A Codern não foi apresenta formalmente ao projeto da CBTU.

De acordo com Enilson Medeiros dos Santos, doutor em engenharia de transportes, o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT() possui limitações que o impedem de fazer o transporte de cargas pesadas. O transporte de malas e postais aéreos, porém, são permitidos de acordo com a quantidade. Alguns dos limitadores, segundo o especialista, é que o VLT trafega em meio urbano, com foco no transporte de pessoas, e o de cargas não. Por ser mais pesado, o trilho precisa ser maior, de bitola larga e possui curvas de ângulo maior, como  medida de segurança.

#SAIBAMAIS#“A ferrovia para transporte de carga é mais difícil de inserir no meio suburbano”, ressalta Santos. “Há trens que fazem os dois tipos de transporte, mas quando a demanda de produtos e passageiros é baixa. A questão é que as necessidades são diferentes”, ressalta.

No final do ano passado, a Federação da Indústria do RN (Fiern) publicou o estudo “Mais RN, em que define uma carteira de investimentos necessários ao estado potiguar nos próximos anos. Em solo potiguar, jazem 300 quilômetros em ferrovias desativadas, herdadas da antiga Empresa Brasileira Ferroviária. O estudo propõe ampliação da malha para 800 quilômetros, com conexões entre regiões produtoras, como Mossoró, Assú, Areia Branca e Guamaré, interligando-as à Transnordestina. Procurados para comentar o projeto da CBTU, representantes do Mais RN junto à Fiern preferiram não se pronunciar. O presidente da federação estava em viagem e não pôde ser contatado.

Estado deve apresentar projeto à União
De acordo com o superintendente da CBTU no RN, João Maria Cavalcanti, a senadora Fátima Bezerra (PT) já solicitou aos ministros do Planejamento e das Cidades uma audiência para que o Estado apresente o projeto de ampliação do VLT. A proposta é que o investimento integre o PAC 3. Segundo a CBTU, a nova fase do programa deve ser lançada até agosto.

Na última semana, a senadora já entregou o projeto ao ministro Nelson Barbosa, do planejamento, e ao coordenador do PAC junto ao ministério, Maurício Muniz. A proposta da senadora é que o projeto seja apresentado pelo superintendente e pelo governador Robinson Faria (PSD), com a presença, ainda, do ministro das Cidades, Gilberto Kassab, e do diretor-presidente da CBTU, Fernando Barini.

“Fico muito feliz em ver o projeto de expansão e modernização do VLT em curso. Agora no Senado, continuarei fazendo a ponte junto à União para que a ampliação seja incluída no PAC 3”, frisou. O projeto de expansão do sistema está estimado em R$ 140 milhões, disse a senadora Fátima durante a apresentação do projeto ao Estado, no dia 5 de junho.

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