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Empresas ilegais na mira da PF

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Hana Dourado
repórter

Na manhã de ontem (14), a Polícia Federal cumpriu quatro mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão temporária no Rio Grande do Norte, após ser identificado que pelo menos 20 microempresas laranjas no Estado seriam responsáveis por desviar madeira extraída ilegalmente no Maranhão. Segundo a PF, as empresas – todas de fachada – teriam movimentado pelo menos R$ 30 milhões.
Na sede do Idema, a Polícia Federal recolheu 18 processos de homologação de pátio ligados às empresas apontadas na investigação
A ação fraudulenta foi apontada após a deflagração da Operação Hymenaea, que foi deflagrada nas cidades de Natal, Mossoró, Tibau e Parnamirim, e ainda nos estados do Ceará e Maranhão. Segundo a Polícia Federal, o grupo criminoso realizava a extração e a comercialização de grandes quantidades de madeira ilegal, provenientes da Terra Indígena Caru, no Estado do Maranhão.

O delegado Júlio Sombra, explicou que a Polícia Federal identificou que um dos investigados na operação emitia documentos a empresas fantasmas em cidades pequenas do interior do Rio Grande do Norte. Essas empresas eram cadastradas como construtoras e entravam no esquema fraudulento como as receptadoras da madeira retirada no Maranhão. “Eram criadas microempresas laranjas em locais longínquos como Venha Ver, Severiano Melo e Tibau para dificultar possíveis investigações. Elas apareciam na documentação como receptadoras, mas a madeira era desviada para outros estados. A estimativa a grosso modo, é de que essas empresas de fachada tenham acobertado de R$ 25 milhões a R$ 30 milhões”, contou.

Ainda segundo o delegado, a Polícia Federal cumpriu um mandado de busca e apreensão na sede do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do RN (Idema). A ação apreendeu 18 processos de homologação de pátio – documento que confirma as informações sobre o local de destino do produto florestal – ligados às empresas apontadas na investigação.

Apesar de a PF apontar as empresas investigadas como de fachada, o Idema informou que as empresas citadas foram verificadas in loco e garantiu a existência de cada uma delas. “Temos o cadastro de todas as empresas madeireiras. Para ocorrer a homologação de pátio, é preciso entregar uma série de documentos. A gente também faz uma verificação no local. No que se refere ao Idema tudo está legalizado”, afirmou. Por meio de nota, o Idema informou ainda que “está contribuindo prontamente com o processo investigativo face às empresas listadas na operação”.

Além dos mandados expedidos no Rio Grande do Norte, a Operação Hymenaea cumpriu outras 71 medidas judiciais, sendo 11 mandados de prisão preventiva, oito mandados de prisão temporária e 52 mandados de busca e apreensão nas cidades de São Luís, Imperatriz, Buriticupu, Açailância , Zé Doca, Alto Alegre do Pindaré, Bom Jardim, Governador Nunes Freire, todas no estado do Maranhão. E em Capuí no estado do Ceará. 

Segundo a PF, o grupo criminoso teria movimentado um total de R$ 60 milhões. Os investigados irão responder por crimes como participação em organização criminosa, lavagem de capitais, roubo de bens apreendidos, obstar a fiscalização ambiental, desmatamento na Terra Indígena Caru, desmatamento na Reserva Biológica do Gurupi, receptação qualificada, ter em depósito produto de origem vegetal sem licença válida, corrupção ativa, tráfico de influência. 

A operação foi batizada de Hymenaea em referência ao Jatobába, cujo nome científico é hymenaea courbari. A árvore é uma das espécies exploradas ilegalmente na Terra Indígena Caru e na Reserva do Gurupi.

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