Ricardo Araújo
Editor de Economia
Na contramão da maioria dos estados nordestinos e do Brasil, o Rio Grande do Norte fechou 299 postos de trabalho em maio deste ano. É o quinto mês seguido de saldo negativo no mercado de trabalho formal no estado conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado nesta quarta-feira, 20, pelo Ministério do Trabalho e Emprego. De janeiro a maio, o número de demissões no Rio Grande do Norte chegou a 5.068. No Brasil, no mês passado, foram criados 33.659 novas vagas. No ano, o acumulado é de 381.166 postos.
RN foi um dos 3 estados nordestinos com saldo negativo em maio
Entre as atividades analisadas pelo Caged, a que mais abriu vagas no Rio Grande do Norte no mês passado foi a construção civil: 276. Em seguida, o setor de serviços com 254 carteiras assinadas; o setor de serviços industriais de utilidade pública com 10 vagas; e a administração pública com saldo positivo de 8. Entre os negativos, o destaque é para o comércio, que dispensou 390 trabalhadores no mês em referência. O segundo maior número de demissões foi na agricultura, com 241 trabalhadores dispensados, seguido da indústria de transformação, com 172; e a indústria extrativa mineral, com 44 profissionais desligados.
Em comparação com os demais estados nordestinos, a situação do Rio Grande do Norte só não é pior que a da Paraíba, com 703 postos de trabalho fechados em maio; e Sergipe, que demitiu 159 trabalhadores no período. O destaque positivo ficou com a Bahia, com 5.935 carteiras de trabalho assinada (4.368 somente na agricultura); no Maranhão, foram gerados 2.075 (sendo 1.802 delas no setor de serviços); no Ceará, 2.039 (das quais 1.534 na construção civil) Pernambuco, com 621 novas formalizações; Alagoas, com 415; e Piauí com 786 vagas abertas.
Brasil
Pelo quinto mês consecutivo, o emprego formal ficou positivo no país. Maio fechou com 33.659 postos de trabalho a mais do que abril, que já há havia apresentado números positivos. O resultado é decorrente de 1.277.576 admissões e de 1.243.917 desligamentos. Com esse resultado, 2018 já acumula 381.166 novos postos de trabalho, uma variação positiva de 1,01%.
Para o ministro do Trabalho, Helton Yomura, esses números demonstram mais uma vez que as medidas econômicas adotadas pelo governo federal continuam apresentando resultados. “Mesmo com problemas pontuais, como a greve dos caminhoneiros, que afetou a economia como um todo, novos postos de trabalho continuaram a ser gerados. Isso confirma a robustez de nossa economia e o esforço de todos – governo, empresários e trabalhadores – para vencermos o desemprego”, avalia.
Os números de maio demonstram uma forte desaceleração em relação a abril deste ano, quando foram criadas 115.898 vagas. Além disso, está aquém do saldo positivo de 34.253 postos de igual mês de 2017. O último resultado negativo, com mais demissões que contratações, foi em dezembro do ano passado, quando foram fechadas 328.539 vagas. Na terça-feira, 19, após lançar campanha publicitária que admite o desgaste de seu governo e que suas ações vão demorar a ter efeitos perceptíveis pelos cidadãos, o presidente Michel Temer pediu que ministros façam alarde de números de sua gestão para “vencer o pessimismo”, entre eles o resultado do Caged.
Empregabilidade no RN:
Compare abaixo os dados do Caged de abril e maio/2018
Abril/2018:
Indústria de transformação: – 383
Extrativa mineral: + 48
Serviços Industriais de Utilidade Pública: + 2
Construção civil: + 442
Comércio: – 317
Serviços: + 590
Administração pública: + 44
Agropecuária: – 543
Total de admissões: 11.326
Total de demissões: 11.449
Saldo: – 123
Maio/2018:
Indústria de transformação: – 172
Extrativa mineral: – 44
Serviços Industriais de Utilidade Pública: + 10
Construção civil: + 276
Comércio: – 390
Serviços: + 254
Administração pública: + 8
Agropecuária: – 241
Total de admissões: 11.005
Total de demissões: 11.304
Saldo: – 299
Saldo é a diferença entre contratações e desligamentos. Quando está positivo significa que o número de trabalhadores admitidos superou o de dispensados.
Fonte: Caged – Ministério do Trabalho.