O governo do Estado estima em R$ 98 milhões os prejuízos causados pelas enchentes no Rio Grande do Norte. Esse valor não inclui as perdas causadas pelas águas em plantações de banana, fazenda de criação de camarão e áreas de extração de sal marinho. A conta foi apresentada ontem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela governadora Wilma Maria de Faria, durante encontro convocado pelo Palácio do Planalto para discutir a ajuda federal aos estados nordestinos castigados pelas enchentes.
Os R$ 98 milhões se destinariam à reconstrução de 470 quilômetros de estradas que já foram danificadas pelos temporais, para apoiar os agricultores que tiveram as áreas de cultivo inundadas, construir e recuperar casas atingidas e prestar atendimento emergencial às famílias desabrigadas em 36 municípios onde já foi decretada situação de emergência. De acordo com a governadora Wilma de Faria, há 36 municípios em situação de emergência por causa das enchentes (número que subiu para 42 ontem), cerca de 9 mil desabrigados e desalojados. Vinte mil pessoas foram atendidas nos últimos dias.
Na reunião Lula acertou a edição de uma Medida Provisória (MP) que vai estender o seguro-safra aos agricultores que perdem a produção por causa de enchentes, e confirmou a liberação de R$ 613,7 milhões para ações emergenciais na região. Atualmente, o programa Garantia Safra só prevê ressarcimento das perdas causadas por estiagem. Segundo o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, a MP será editada em breve e parlamentares da oposição concordam que há urgência e relevância na matéria.
Lula pediu providências ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, para destravar a burocracia que dificulta a liberação de recursos federais para Estados e prefeituras. “Às vezes, depois de um ano, o recurso não é liberado. O presidente pediu agilidade”, disse Geddel.
Um comparativo feito ontem pela TN, com base nos boletins pluviométricos da Emparn, mostra que o volume de chuvas este ano estão, em média, 60% acima dos registros de 2007.
O final de semana foi de preocupação para moradores, agricultures e prefeitos do Vale do Açu, mas de festa para a população do Seridó, onde as águas encheram os reservatórios sem causar danos tão significativos quanto os vales do Apodi e do rio Piranhas.