Mossoró irá sediar, nos dias 7 e 8 o Encontro de Mulheres de Mossoró e região Oeste. Em seu décimo terceiro ano consecutivo, o evento organizado pela ONG Centro Feminista 8 de Março e Marcha Mundial das Mulheres, receberá o maior público já previsto em seus seminários e oficinas: uma delegação de 500 mulheres dos diversos municípios da região Oeste.
As atividades que acontecem no Centro de Treinamento Libânea Lopes Pessoa reúnem, além das participantes de Mossoró, mulheres de Apodi, Baraúnas, Campo Grande, Caraúbas, Felipe Guerra, Governador Dix-Sept Rosado, Upanema e assentamentos vizinhos.
Com o tema “Mudar o mundo para mudar a vida das mulheres”, o encontro irá abordar questões relacionadas tanto à realidade das mulheres rurais quanto urbanas. Embora a entidade planeje dar continuidade à campanha pela conscientização em torno da violência doméstica e sexual, a programação conta com oficinas sobre salário mínimo, crédito específico, reforma agrária, saúde da mulher, aborto e área de livre comércio.
A idéia é informar e formar sobre direitos e lutas, colocando em pauta questões como as linhas de crédito federais para as agricultoras – o PRONAF Mulher – e a portaria do Incra que regulamenta o registro da terra no nome do conjugue feminino, políticas ainda pouco conhecidas pelas trabalhadoras rurais do estado.
A campanha de esclarecimento sobre as causas da violência doméstica, iniciada em 25 de dezembro de 2005, terá continuidade, sendo um dos pontos centrais deste evento. Ao longo de todo o primeiro dia de atividades, os grupos de mulheres terão oficinas de formação e sensibilização sobre as causas e conseqüências da violência sexista.
Em novembro um mutirão de mulheres percorreu as diversas instituições e órgãos da sociedade civil, como a Secretaria de Educação e Saúde, Delegacia Especializada da Mulher e MP, numa ação articulada pela conscientização de que a violência não é problema das mulheres, mas responsabilidade de toda a sociedade.
O CF8 retoma este assunto no momento em que a sociedade se volta para o Dia Internacional da Mulher. “Os números são muito alarmantes, já que apenas na crônica policial dos jornais da cidade, registramos, em sete anos, mais de 100 assassinatos de mulheres na região oeste do estado”, afirma Conceição Dantas.
